O grande desafio da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é conjugar combate à pobreza com desenvolvimento econômico e proteção ambiental em meio à uma crise econômica internacional, afirmou hoje no Rio de Janeiro o subsecretário-geral da ONU para assuntos econômicos e sociais e secretário-geral da conferência, o chinês Sha Zukang.
Em 15 e 16 de dezembro, em Nova York, serão definidos a estrutura, o formato e os temas da conferência. Em meados de janeiro, deve sair o primeiro esboço ou anteprojeto de documento final.
Ao lançar no Rio o sítio em português da Rio+20, Sha destacou ainda a necessidade de implementar os planos e programas criados desde a Rio 92 de uma maneira coerente, com coordenação entre os diferentes governos e agências.
Para o secretário-geral, o desafio é ainda maior diante da crise econômica internacional: "Sabemos que os Estados Unidos e a Europa enfrentam uma crise rara entre os países desenvolvidos. Essa crise se originou nos países ricos, mas suas vítimas não estão apenas lá. Seu maior impacto recai sobre os países e as populações mais vulneráveis".
Sua receita para enfrentar a crise é o desenvolvimento sustentável: "O modelo atual para o desenvolvimento é insustentável. Isto torna a Rio+20 ainda mais importante".
A conferência, explicou Sha, "é uma plataforma para chefes de Estado e de governo de mais de cem países, e se possível delegações dos 193 países-membros da ONU, discutirem meios e caminhos para enfrentar crises como a atual, inclusive o problema do desemprego. Pelo menos, haverá mais líderes do que na Rio 92".
Sete áreas foram consideradas prioritárias nas consultas entre governos e entidades da sociedade civil:
1. Combate à pobreza com empregos verdes e inclusão social.
2. Segurança alimentar e desenvolvimento da agricultura.
3. Gestão sustentável dos recursos hídricos.
4. Acesso à energia.
5. Sustentabilidade das grandes cidades.
6. Manejo dos oceanos.
7. Prevenção e preparação para enfrentar desastres naturais.
Mais importante, na opinião do subsecretário-geral da ONU, é integrar as políticas econômicas, sociais e ambientais. O mundo vem de um período de crescimento acelerado, especialmente na China, mas a um custo elevado, com crescente disparidade entre ricos e pobres e destruição da natureza.
"Este é o primeiro desafio", afirmou Sha. "O segundo é a implementação. A Rio 92 aprovou a Agenda 21 e uma declaração de princípios. Não faltam planos, cronogramas, declarações. Um roteiro de viagem seria muito útil. Precisamos honrar os compromissos assumidos. O desenvolvimento sustentável é o começo e não tem fim".
O secretário-geral da Rio+20, defendeu a necessidade de realizar ações coerentes e coordenadas: "Precisamos de mecanismos e instituições nos níveis global, nacional e regional. A nível global, temos muitas instituições. O problema é como fazer trabalharem juntas".
Por fim, defendeu a adoção de medidas concretas: "Desde 11 de setembro de 2001, há uma discussão sobre a definição de terrorismo internacional. Então, não se preocupem com a definição. Temos de nos concentrar em ações e soluções."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Rio+20 quer combater pobreza com proteção ambiental
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