Ao convocar um referendo para janeiro sobre o acordo para reduzir a dívida da Grécia sem consultar os aliados europeus e nem mesmo seu próprio partido, o primeiro-ministro George Papandreou realimentou a crise das dívidas públicas da Zona do Euro. Com a incerteza, as bolsas de valores caem no mundo inteiro.
Na Europa, o mercado fechou agora há pouco com perdas de 6,8% em Milão, 5,38% em Paris, 5% em Frankfurt e 2,21% em Londres, que baixou menos porque o Reino Unido não pertence à Eurozona. Em São Paulo, o índice Bovespa cai 2,65%. Em Nova York, o Dow Jones recua 1,82%.
A Alemanha ficou especialmente irritada, depois de pressionar os credores para aceitarem uma redução da dívida grega pela metade. Depois de uma conversa telefônica, a primeira-ministra Angela Merkel e o presidente Nicolas Sarkozy reafirmaram que "a Alemanha e a França estão determinadas a garantir, junto com seus parceiros europeus, a total implementação no menor prazo possível as decisões tomadas na reunião de cúpula [da semana passada], que são hoje mais importantes do que nunca.
Dentro do Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), há deputados exigindo a renúncia imediata do primeiro-ministro, informa a agência de notícias Reuters. Há rumores de que ele pode cair ainda hoje.
"Acredito que hoje à noite esta saga deve chegar ao fim porque ele vai perder a pequena maioria que tem no Parlamento", previu o presidente da Câmara de Comércio de Atenas, Konstantinos Mikalos. "Acho que não haverá referendo. Rezo por um governo que se una a outras forças políticas".
Agora à noite, o ministério aprovou a proposta de convocação do referendo sobre o acordo da dívida. Na sexta-feira, o governo será submetido a um voto de confiança no Parlamento. Com uma maioria frágil, é provável que Papandreou caia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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