Apesar da impressão deixada pelo terrorismo internacional e a invasão americana ao Iraque, com o fim da Guerra Fria, desde os anos 90 há maior número de solução de conflitos por negociação e menos pessoas sendo mortas, declarou ontem a professora Zoe Nielsen, subdiretora do Centro de Segurança Humana da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, no Canadá.
“Houve um declínio de genocídios e politicídios”, disse a pesquisadora no 3º Encontro do Grupo de Análise e Prevenção de Conflitos da Universidade Cândido Mendes, cujo tema é Paz e Diálogo entre Civilizações. “Mas houve um enorme aumento do terrorismo internacional, três vezes mais atentados desde 2000, e um aumento ainda maior no número de mortos. A maior parte deste aumento se concentra no Oriente Médio e no Sul da Ásia” (Índia, Paquistão, Sri Lanka e Bangladesh).
Uma constatação é que democracias não entram em guerra com outros países democráticos, mas a democratização às vezes provoca conflitos longamente sufocados. Seu desafio é resolve-los pacificamente. “Durante a transição, há grande probabilidade de conflito”, observa Zoe Nielsen.
A pesquisa do Centro de Segurança Humana registra ainda que países com renda média muito baixa, de US$ 250, têm 15% de chance de se envolverem em guerras contra 2% para países com renda de US$ 2,5 mil.
Nielson apontou três causas para explicar o declínio dos conflitos armados:
1. O fim do colonialismo.
2. O fim da Guerra Fria, que era responsável por um terço das guerras.
3. Um aumento sem precedentes do ativismo internacional pela paz: as Nações Unidas estão tentando cumprir seu papel.
Desde 1998, dobrou o número de missões de paz e houve um aumento de 50% nas missões de prevenção de conflitos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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