Diante do fracasso da guerra de Bush, erguem-se mais e mais vezes na defesa de uma solução negociada para o caos no Iraque, inclusive do ex-presidente da União Soviética e ex-secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev.
Em artigo distribuído pelo jornal The New York Times, Gorbachev acusa Bush de insistir no unilateralismo: “Parece que os líderes americanos não fizeram se não esquecer os princípios – tão conhecidos, indispensáveis e testados pelo tempo – do diálogo e da cooperação para resolver os problemas internacionais, que funcionaram com perfeição para pôr fim à Guerra Fria”.
Gorbachev defende a solução do conflito palestino-israelense, com a criação de um Estado palestino ao lado de Israel, que “mudaria a equação do poder no Oriente Médio e teria um impacto favorável nas relações internacionais”. Também cobra de Bush um diálogo com inimigos como a Síria e o Irã que lhes ofereça uma alternativa construtiva.
“Os problemas de segurança regional ou global não serão resolvidos, nem o terrorismo internacional será derrotado, aferrando-se às políticas falidas do unilateralismo”, adverte o homem que ajudou a acabar com a confrontação EUA x URSS. “Os mecanismos de cooperação e associação estão disponíveis, incluem o Quarteto no Oriente Médio, as negociações de seis partes sobre a questão nuclear da Coréia do Norte, os diversos grupos de contato e organizações regionais da Ásia, da África e da América Latina, entre outras. Todos estes mecanismos deveriam ser revitalizados e utilizados plenamente”.
Como o discurso de Bush certamente desapontou muita gente na Europa, nos EUA e no Oriente Médio, Gorbachev considera importante “canalizar esta reação numa direção construtiva”. Ele alerta que não há tempo a perder, “a menos que o aumento da presença militar americana na região seja parte, desde o princípio, de um plano secreto do governo dos EUA para invadir o Irã”.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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