Com as negociações de liberalização comercial da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) estagnadas, sobretudo por causa dos subsídos agrícolas dos países ricos, a União Européia reuniu seus ministros da Agricultura na Áustria. De modo geral, eles rejeitaram o apelo do comissário europeu de Comércio Exterior, o inglês Peter Mandelson, para melhorar a proposta agrícola da UE.
Numa reunião ministerial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e diante do Parlamento Europeu, Mandelson declarou que "a UE está preparada para encontrar caminhos para melhorar sua proposta agrícola para aproximá-la das exigências do G-20 [liderado pelo Brasil], dentro do mandato que nos foi dado pelo conselho. Mas só vamos manter a nova proposta se os outros fizerem ofertas satisfatórias em apoio doméstico à agricultura [no caso dos EUA] e tarifas industriais" [países em desenvolvimento].
Já a comissária para Agricultura, Mariann Fischer Boel, afastou-se da nova proposta de Mandelson, admitindo fazer apenas "pequenos ajustes" no que já está sobre a mesa.
Mais radical foi a posição do ministro da Agricultura da Áustria, Franz Proll, de que "não há absolutamente nenhuma razão para ceder nem um milímetro".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que julho é o prazo-limite para destravar as negociações da OMC, onde o Brasil apostou a maior parte de suas fichas. Pelo jeito, não haverá progresso na questão que mais interessa ao Brasil.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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