A renda e o consumo dos americanos subiram 0,4% em maio nos Estados Unidos mas este crescimento foi anulado pela alta da inflação. O índice de preços ao consumidor também aumentou 0,4%.
O núcleo da inflação, expurgados os preços de energia e alimentação, foi de 0,2%, como previa o mercado. Nos últimos 12 meses, o núcleo da inflação ficou em 2,1%, levemente acima da meta do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, que é de manter a inflação entre 1% e 2% ao ano.
A renda real disponível, descontados a inflação e os impostos, ficou estável em maio e caiu 0,1% nos últimos cinco meses.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 30 de junho de 2006
Ben Laden lamenta morte de Zarkawi
Numa gravação de 19 minutos divulgada pela Internet, o líder da rede terrorista Al Caeda, o saudita Ossama ben Laden, lamenta a morte do chefe do grupo no Iraque, o jordaniano Abu Mussab al Zarkawi, e declara que a Somália é uma das frentes de batalha na guerra contra os Estados Unidos.
Zarkawi, morto em 7 de junho por um bombardeio americano perto da cidade iraquiana da Bacuba, foi considerado um herói por Ben Laden: "Nossa nação islâmica foi surpreendida ao saber que seu cavaleiro, o leão da guerra santa, o homem de decisão e vontade Abu Mussab al Zarkawi foi morto num vergonhoso ataque americano".
No momento em que um líder da milícia islamita União dos Tribunais Islâmicos, xeque Sharif Sheikh Ahmed, reivindica o poder sobre todo o território da Somália, Ben Laden acrescentou que o país da região conhecida como Chifre da África é um dos campos da batalha na guerra dos fundamentalistas muçulmanos ou jihadistas (de jihad, guerra santa em árabe) contra os EUA. Ele prometeu combater "os EUA e seus aliados no Iraque, no Afeganistão, na Somália, no Sudão e em todo lugar".
É mais um golpe no governo provisório reconhecido pelas Nações Unidas, fruto de um longo processo de paz, que na prática perdeu o controle sobre o Sul da Somália. O país não tem um governo estável desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre em 1991.
Zarkawi, morto em 7 de junho por um bombardeio americano perto da cidade iraquiana da Bacuba, foi considerado um herói por Ben Laden: "Nossa nação islâmica foi surpreendida ao saber que seu cavaleiro, o leão da guerra santa, o homem de decisão e vontade Abu Mussab al Zarkawi foi morto num vergonhoso ataque americano".
No momento em que um líder da milícia islamita União dos Tribunais Islâmicos, xeque Sharif Sheikh Ahmed, reivindica o poder sobre todo o território da Somália, Ben Laden acrescentou que o país da região conhecida como Chifre da África é um dos campos da batalha na guerra dos fundamentalistas muçulmanos ou jihadistas (de jihad, guerra santa em árabe) contra os EUA. Ele prometeu combater "os EUA e seus aliados no Iraque, no Afeganistão, na Somália, no Sudão e em todo lugar".
É mais um golpe no governo provisório reconhecido pelas Nações Unidas, fruto de um longo processo de paz, que na prática perdeu o controle sobre o Sul da Somália. O país não tem um governo estável desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre em 1991.
França vive crise de identidade
Berço da revolução e do conceito de democracia, a França, adversária do Brasil na Copa do Mundo neste sábado, é um símbolo da sofisticação e do refinamento, da alta cultura e da alta cozinha. Depois das duas guerras mundiais, liderou o processo de integração da Europa. Mas hoje, sob pressão das forças da globalização econômica que ameaçam o modelo social-democrata, vive uma crise de identidade.
O sintoma mais evidente desta crise foi a rejeição pelos franceses, em 29 de maio do ano passado, da Constituição da Europa, um projeto coordenado pelo ex-presidente francês Valéry Giscard d’Estaing. Com a nau européia à deriva, o presidente Jacques Chirac e o primeiro-ministro Dominique de Villepin desmoralizados por uma série de escândalos, a própria França parece sem rumo, incapaz de definir seu destino.
Centro de um dos maiores impérios coloniais da História, a França dominava o Norte da África e parte do Sudeste Asiático, a chamada Indochina francesa, hoje dividida entre Vietnã, Laos e Camboja. Produziu jóias arquitetônicas como o Palácio de Versalhes e Paris, talvez a cidade mais linda do mundo, e um dos maiores generais de todos os tempos, Napoleão Bonaparte. Foi um grande centro de desenvolvimento da ciência e das artes, sobretudo a partir do século 18, o Século das Luzes, que termina com a Revolução Francesa (1789), marco do início da Idade Contemporânea.
Arrasada depois das duas guerras mundiais, ocupada pela Alemanha nazista de 1940 a 1944, a França resolveu se livrar definitivamente deste passado de destruição e morte, aproximando-se da inimiga histórica para lançar o projeto de integração européia. Nunca mais as potências européias se enfrentaram no campo de batalha.
Em 9 de maio de 1950, cinco anos depois da rendição da Alemanha, a França apresentava o Plano Schuman, batizado em homenagem a seu ministro do Exterior francês, Robert Schuman.
No ano seguinte, nascia a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, com o objetivo prioritário de controlar as duas matérias-primas essenciais para a indústria bélica. Os mesmos países (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo) criariam em 1957 a Comunidade Européia de Energia Atômica e a Comunidade Econômica Européia. Ambas começam a funcionar em 1º de janeiro de 1958.
Com a recuperação da Alemanha, que se tornaria a maior economia da Europa e a terceira maior do mundo, a França via a ex-inimiga como locomotiva econômica e a si mesma como líder política do processo de integração, que girava em torno do eixo franco-alemão.
A CEE foi a única experiência bem-sucedida da primeira onda de regionalismo, talvez por ser a única apoiada pelos Estados Unidos, que, como potência hegemônica do mundo capitalista, eram contra projetos de integração regional. Eles poderiam fechar mercados para produtos americanos.
Mas a CEE, além de ser uma garantia de paz na Europa Ocidental, formava um bloco econômico forte capaz de se opor ao bloco soviético durante a Guerra Fria.
UNIÃO EUROPÉIA
Com o sucesso da integração européia, Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda aderem nos anos 70, Grécia, Espanha e Portugal nos anos 80. Depois do fim da Guerra, nos anos 90, entram Áustria, Suécia e Finlândia, que eram neutras.
Em 2004, a União das Comunidades Européias ou União Européia (nome adotado no Tratado de Maastricht, de 1991) recebeu mais 10 países-membros: quatro países do antigo bloco soviético, Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia; três ex-repúblicas soviéticas, Estônia, Letônia e Lituânia; Eslovênia, Chipre e Malta.
A Europa dos 25 diluiu o poder da França, que vê a UE como uma forma de manter seu poder no mundo e de participar do jogo geopolítico, especialmente contrabalançando o poderio americano.
Para impedir uma paralisia do sistema de tomada de decisões que inviabilizaria a Europa política, reduzindo-a a um mercado comum, surgiu o projeto de Constituição da Europa. Mas o projeto, mais do uma Constituição era uma consolidação dos tratados constitutivos da UE.
Sem o poder constituinte, que deriva do povo, o projeto foi um texto produzido por notáveis que não levou em conta as verdadeiras apreensões do cidadão europeu e em especial do francês, o aumento do desemprego, as pressões da globalização, a concorrência cada vez maior dos países asiáticos, a transferências de fábricas e empresas para países de mão-de-obra mais barata. O resultado foi sua rejeição na França e na Holanda, em 2005.
Com 60 milhões de habitantes e um produto interno bruto de US$ 1,5 trilhão, a França é o sexto país mais rico do mundo, depois de EUA, Japão, Alemanha, China e Grã-Bretanha. Subsidia fortemente a agricultura. É um dos países que mais resistem à abertura dos mercados para produtos agrícolas, pela qual o Brasil luta na Organização Mundial do Comércio. Potência nuclear desde 1960, é membro permanente, com direito de veto, do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nesta condição, a França se opôs tenazmente à invasão do Iraque pelos EUA em março de 2003, ameaçando vetar qualquer resolução da ONU que autorizasse a guerra. Não conseguiu evitar a guerra mas teve uma vitória moral sobre seu arquirrival. Seu ministro do Exterior, De Villepin, acabou sendo escolhido chefe de governo por Chirac.
Mas depois da revolta da periferia, em que jovens de origem estrangeiras incendiaram carros e provocaram arruaças nos arredores de Paris em outubro e novembro do ano passado, De Villepin propôs a Lei do Primeiro Emprego, criando contratos de trabalho precários para jovens de até 26 anos.
Seu objetivo era combater o desemprego, de cerca de 9%, que chega a 23% entre os jovens e a 40% entre os jovens de origem estrangeira. Mas os estudantes e sindicalistas viram na medida um primeiro passo para acabar com as garantias sociais e trabalhistas.
Uma onda de manifestações de protestos sepultou a lei. De Villepin continua no governo mas saiu muito enfraquecido. Ficou em situação ainda pior por causa de um escândalo em que envolvia o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, seu rival na disputa pela candidatura de direita à eleição presidencial de maio de 2007, num falso escândalo financeiro.
Sarkozy é visto como um liberal que está disposto a desmantelar o modelo social-democrata, introduzindo um liberalismo anglo-saxão rejeitado por significativa parcela da sociedade francesa. É acusado de destruir o gaulismo, a corrente política do general Charles de Gaulle, líder do país no pós-guerra. Mas é a grande estrela em ascensão na política francesa.
A confusão na direita dá possibilidades de vitória para o Partido Socialista, abalado porque o então primeiro-ministro Lionel Jospin perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen em 21 de abril de 2002. Sua estrela em ascensão é a ex-ministra Ségolène Royal mas a candidatura socialista não está definida.
Esta ascensão da extrema direita é outro sintoma da doença da França. Com o desaparecimento do comunismo, boa parte da classe operária que votava no PCF, assustada pela globalização e pela onda de imigração, passou a votar na Frente Nacional.
A França é um dos países mais fascinantes do mundo, o mais visitado, famoso por seus vinhos e por ter transformado a culinária numa arte. Mas está extremamente insegura quanto ao seu futuro e de seu estilo de vida, que gostaria de impor ao mundo mas já não tem força para isso.
O sintoma mais evidente desta crise foi a rejeição pelos franceses, em 29 de maio do ano passado, da Constituição da Europa, um projeto coordenado pelo ex-presidente francês Valéry Giscard d’Estaing. Com a nau européia à deriva, o presidente Jacques Chirac e o primeiro-ministro Dominique de Villepin desmoralizados por uma série de escândalos, a própria França parece sem rumo, incapaz de definir seu destino.
Centro de um dos maiores impérios coloniais da História, a França dominava o Norte da África e parte do Sudeste Asiático, a chamada Indochina francesa, hoje dividida entre Vietnã, Laos e Camboja. Produziu jóias arquitetônicas como o Palácio de Versalhes e Paris, talvez a cidade mais linda do mundo, e um dos maiores generais de todos os tempos, Napoleão Bonaparte. Foi um grande centro de desenvolvimento da ciência e das artes, sobretudo a partir do século 18, o Século das Luzes, que termina com a Revolução Francesa (1789), marco do início da Idade Contemporânea.
Arrasada depois das duas guerras mundiais, ocupada pela Alemanha nazista de 1940 a 1944, a França resolveu se livrar definitivamente deste passado de destruição e morte, aproximando-se da inimiga histórica para lançar o projeto de integração européia. Nunca mais as potências européias se enfrentaram no campo de batalha.
Em 9 de maio de 1950, cinco anos depois da rendição da Alemanha, a França apresentava o Plano Schuman, batizado em homenagem a seu ministro do Exterior francês, Robert Schuman.
No ano seguinte, nascia a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, com o objetivo prioritário de controlar as duas matérias-primas essenciais para a indústria bélica. Os mesmos países (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo) criariam em 1957 a Comunidade Européia de Energia Atômica e a Comunidade Econômica Européia. Ambas começam a funcionar em 1º de janeiro de 1958.
Com a recuperação da Alemanha, que se tornaria a maior economia da Europa e a terceira maior do mundo, a França via a ex-inimiga como locomotiva econômica e a si mesma como líder política do processo de integração, que girava em torno do eixo franco-alemão.
A CEE foi a única experiência bem-sucedida da primeira onda de regionalismo, talvez por ser a única apoiada pelos Estados Unidos, que, como potência hegemônica do mundo capitalista, eram contra projetos de integração regional. Eles poderiam fechar mercados para produtos americanos.
Mas a CEE, além de ser uma garantia de paz na Europa Ocidental, formava um bloco econômico forte capaz de se opor ao bloco soviético durante a Guerra Fria.
UNIÃO EUROPÉIA
Com o sucesso da integração européia, Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda aderem nos anos 70, Grécia, Espanha e Portugal nos anos 80. Depois do fim da Guerra, nos anos 90, entram Áustria, Suécia e Finlândia, que eram neutras.
Em 2004, a União das Comunidades Européias ou União Européia (nome adotado no Tratado de Maastricht, de 1991) recebeu mais 10 países-membros: quatro países do antigo bloco soviético, Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia; três ex-repúblicas soviéticas, Estônia, Letônia e Lituânia; Eslovênia, Chipre e Malta.
A Europa dos 25 diluiu o poder da França, que vê a UE como uma forma de manter seu poder no mundo e de participar do jogo geopolítico, especialmente contrabalançando o poderio americano.
Para impedir uma paralisia do sistema de tomada de decisões que inviabilizaria a Europa política, reduzindo-a a um mercado comum, surgiu o projeto de Constituição da Europa. Mas o projeto, mais do uma Constituição era uma consolidação dos tratados constitutivos da UE.
Sem o poder constituinte, que deriva do povo, o projeto foi um texto produzido por notáveis que não levou em conta as verdadeiras apreensões do cidadão europeu e em especial do francês, o aumento do desemprego, as pressões da globalização, a concorrência cada vez maior dos países asiáticos, a transferências de fábricas e empresas para países de mão-de-obra mais barata. O resultado foi sua rejeição na França e na Holanda, em 2005.
Com 60 milhões de habitantes e um produto interno bruto de US$ 1,5 trilhão, a França é o sexto país mais rico do mundo, depois de EUA, Japão, Alemanha, China e Grã-Bretanha. Subsidia fortemente a agricultura. É um dos países que mais resistem à abertura dos mercados para produtos agrícolas, pela qual o Brasil luta na Organização Mundial do Comércio. Potência nuclear desde 1960, é membro permanente, com direito de veto, do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nesta condição, a França se opôs tenazmente à invasão do Iraque pelos EUA em março de 2003, ameaçando vetar qualquer resolução da ONU que autorizasse a guerra. Não conseguiu evitar a guerra mas teve uma vitória moral sobre seu arquirrival. Seu ministro do Exterior, De Villepin, acabou sendo escolhido chefe de governo por Chirac.
Mas depois da revolta da periferia, em que jovens de origem estrangeiras incendiaram carros e provocaram arruaças nos arredores de Paris em outubro e novembro do ano passado, De Villepin propôs a Lei do Primeiro Emprego, criando contratos de trabalho precários para jovens de até 26 anos.
Seu objetivo era combater o desemprego, de cerca de 9%, que chega a 23% entre os jovens e a 40% entre os jovens de origem estrangeira. Mas os estudantes e sindicalistas viram na medida um primeiro passo para acabar com as garantias sociais e trabalhistas.
Uma onda de manifestações de protestos sepultou a lei. De Villepin continua no governo mas saiu muito enfraquecido. Ficou em situação ainda pior por causa de um escândalo em que envolvia o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, seu rival na disputa pela candidatura de direita à eleição presidencial de maio de 2007, num falso escândalo financeiro.
Sarkozy é visto como um liberal que está disposto a desmantelar o modelo social-democrata, introduzindo um liberalismo anglo-saxão rejeitado por significativa parcela da sociedade francesa. É acusado de destruir o gaulismo, a corrente política do general Charles de Gaulle, líder do país no pós-guerra. Mas é a grande estrela em ascensão na política francesa.
A confusão na direita dá possibilidades de vitória para o Partido Socialista, abalado porque o então primeiro-ministro Lionel Jospin perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen em 21 de abril de 2002. Sua estrela em ascensão é a ex-ministra Ségolène Royal mas a candidatura socialista não está definida.
Esta ascensão da extrema direita é outro sintoma da doença da França. Com o desaparecimento do comunismo, boa parte da classe operária que votava no PCF, assustada pela globalização e pela onda de imigração, passou a votar na Frente Nacional.
A França é um dos países mais fascinantes do mundo, o mais visitado, famoso por seus vinhos e por ter transformado a culinária numa arte. Mas está extremamente insegura quanto ao seu futuro e de seu estilo de vida, que gostaria de impor ao mundo mas já não tem força para isso.
Putin manda matar assassinos de diplomatas russos
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu ordem a seus serviços secretos para que tomem "todas as medidas necessárias para encontrar e eliminar os criminosos que mataram diplomatas russos no Iraque", revelou um comunicado do Kremlin. O anúncio foi feito durante um encontro do dirigente russo com o príncipe saudita Salman ben Abdulaziz. Putin disse que "a Rússia agradecerá a todos os amigos que derem informações sobre os assassinos".
No domingo, o Conselho Consultivo dos Mujahedins, que representa a rede terrorista no Iraque, divulgou um vídeo com imagens de três diplomatas russos assassinados, dois degoladas e outro baleado, e informou que o quarto também fora morto. A ação foi descrita como uma represália contra a política do Kremlin para a rebública rebelde da Chechênia, que guerrilheiros muçulmanos lutam para tornar independente da Federação Russa.
Embora a Rússia não tenha forças de elite no Iraque, tem agentes secretos capazes de cumprir a ordem de Putin.
O Parlamento da Rússia culpou os "países ocupantes" pela morte dos diplomatas.
No domingo, o Conselho Consultivo dos Mujahedins, que representa a rede terrorista no Iraque, divulgou um vídeo com imagens de três diplomatas russos assassinados, dois degoladas e outro baleado, e informou que o quarto também fora morto. A ação foi descrita como uma represália contra a política do Kremlin para a rebública rebelde da Chechênia, que guerrilheiros muçulmanos lutam para tornar independente da Federação Russa.
Embora a Rússia não tenha forças de elite no Iraque, tem agentes secretos capazes de cumprir a ordem de Putin.
O Parlamento da Rússia culpou os "países ocupantes" pela morte dos diplomatas.
quinta-feira, 29 de junho de 2006
Crescimento da China ameaça vizinhos
O crescimento acelerado e constante da China a taxas de 10% ao ano ameaça os países vizinhos mais pobres, advertem as Nações Unidas, na medida em que produtos chineses de baixo custo inundam os mercados de vizinhos como Bangladesh e o Butão, prejudicando as indústrias locais e as exportações.
Há anos os países desenvolvidos reclamam que os produtos manufaturados chineses têm uma vantagem injusta no mercado internacional por causa das políticas monetária e cambial da China, sem falar na política trabalhista. O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) argumenta que o problema é muito mais grave em países pobres que dependem de poucas indústrias de baixo custo.
"Apreciamos o surpreendente crescimento chinês, uma fonte de inspiração para os outros", comentou o secretário-geral adjunto da ONU Hafiz Pasha. Mas ressalvou que os países asiáticos pobres "são vulneráveis à competição das importações chinesas e não conseguem entrar no mercado chinês porque não oferecem o que a China precisa, como produtos de alta tecnologia e bens de capital."
As indústrias chinesas de produtos têxteis, calçados e móveis estão destruindo a concorrência nos países ricos. Mas o risco é muito maior para países pobres. "A China é uma economia de baixos salários e portanto compete diretamente com estes países", observou Pasha, diretor do escritório regional do PNUD para a Ásia e o Pacífico.
Para resolver o problema, ele propõe ajuda aos países pobres para desenvolver novas indústrias e concessões especiais dos países ricos para os produtos das nações menos desenvolvidas.
Há anos os países desenvolvidos reclamam que os produtos manufaturados chineses têm uma vantagem injusta no mercado internacional por causa das políticas monetária e cambial da China, sem falar na política trabalhista. O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) argumenta que o problema é muito mais grave em países pobres que dependem de poucas indústrias de baixo custo.
"Apreciamos o surpreendente crescimento chinês, uma fonte de inspiração para os outros", comentou o secretário-geral adjunto da ONU Hafiz Pasha. Mas ressalvou que os países asiáticos pobres "são vulneráveis à competição das importações chinesas e não conseguem entrar no mercado chinês porque não oferecem o que a China precisa, como produtos de alta tecnologia e bens de capital."
As indústrias chinesas de produtos têxteis, calçados e móveis estão destruindo a concorrência nos países ricos. Mas o risco é muito maior para países pobres. "A China é uma economia de baixos salários e portanto compete diretamente com estes países", observou Pasha, diretor do escritório regional do PNUD para a Ásia e o Pacífico.
Para resolver o problema, ele propõe ajuda aos países pobres para desenvolver novas indústrias e concessões especiais dos países ricos para os produtos das nações menos desenvolvidas.
Israel prende 64 líderes do Hamas
Além da invasão da Faixa de Gaza ontem, as Forças de Defesa de Israel realizaram uma operação na Cisjordânia, prendendo 64 dirigentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla o atual governo semi-autônomo palestino.
Entre os presos, há oito ministros, 20 deputados, o presidente do Conselho Legislativo (parlamento), deputado Abdelaziz Doueik, os prefeitos de Ramala, Hebron, Jenin e do setor oriental de Jerusalém.
O objetivo explícito da ofensiva é libertar o cabo Gilad Shalit mas Israel também gostaria de acabar com os ataques com foguetes partindo de Gaza. Na Cisjordânia, foi encontrado o corpo do colono judeu Eliahu Asheri com uma bala na cabeça.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, fez um apelo às Nações Unidas pedindo a libertação dos líderes do Hamas.
Entre os presos, há oito ministros, 20 deputados, o presidente do Conselho Legislativo (parlamento), deputado Abdelaziz Doueik, os prefeitos de Ramala, Hebron, Jenin e do setor oriental de Jerusalém.
O objetivo explícito da ofensiva é libertar o cabo Gilad Shalit mas Israel também gostaria de acabar com os ataques com foguetes partindo de Gaza. Na Cisjordânia, foi encontrado o corpo do colono judeu Eliahu Asheri com uma bala na cabeça.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, fez um apelo às Nações Unidas pedindo a libertação dos líderes do Hamas.
Espanha abre negociações com o ETA
O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou hoje a abertura de negociações de paz com o grupo terrorista ETA (Euskadi Ta Askatasuna, País Basco e Liberdade), que luta pela independência do país basco. A oposição conservadora criticou a medida, declarando ser impossível negociar com terroristas.
“Com base na resolução adotada pelo Congresso em maio de 2005, quer anunciar que o governo vai iniciar um diálogo com o ETA mantendo o princípio irrenunciável de que as questões políticas só podem ser resolvidas pelos legítimos representantes da vontade popular", declarou Rodríguez Zapatero ao parlamento na tarde desta quinta-feira. Ele admitiu que a paz terá um preço político e prestou homenagem às 817 vítimas da violência do ETA nas últimas quatro décadas e aos governos anteriores que tentaram "com boa fé" conquistar a paz no país basco.
Mesmo que o cessar-fogo só tinha sido declarado oficialmente pelo grupo separatista basco em 23 de março, há três anos não há atentados mortais do ETA, acrescentou o chefe do governo espanhol.
Neste período, foi cometido o pior atentado terrorista da História da Espanha. Em 11 de março de 2004, um ataque coordenado contra trens e estações de trem e de metrô em Madri matou 199 pessoas. O governo conservador do então primeiro-ministro José María Aznar tentou atribuir a ação ao ETA. Na verdade, era uma retaliação d'al Caeda por causa da participação espanhola na invasão do Iraque.
Quando o eleitorado percebeu a manipulação da informação pelo governo Aznar às vésperas das eleições nacionais, deu a vitória ao Partido Socialista Operário Espanhol, de Rodríguez Zapatero.
Ao mesmo tempo, o atentado foi tão brutal que tirou a legitimidade das ações violentas do ETA.
O chefe de governo previu que o processo de paz será "longo, duro e difícil" mas prometeu "prudência, unidade e lealdade"
Numa concessão à oposição conservadora, o governo manterá em vigor a Lei dos Partidos, que dá cobertura legal para que o Batasuna, partido político do ETA, continue na ilegalide.
Rodríguez Zapatero prometeu que o governo respeitará "as decisões que as formações políticas e a sociedade basca adotem livremente, respeitando as normais e os procedimentos legais, os métodos democráticos, os direitos e liberdades dos cidadãos, na ausência de todo tipo de violência e coação".
Em setembro, o primeiro-ministro vai se reunir outra vez com o ministro do Interior e os representantes dos diferentes partidos, como faz esta manhã. Então será definido o cronograma para o processo de paz iniciado hoje.
Com o cessar-fogo da ETA e nenhum novo ataque dos fundamentalistas muçulmanos, o terrorismo caiu para quinto lugar entre as maiores preocupações dos espanhóis, atrás do desemprego (49%), da imigração (46,3%), da insegurança pública (27,9%), e da moradia (27,4%). Em pesquisa feita em maio pelo Centro de Investigações Sociológicas, só foi mencionado por 19,6% dos entrevistados.
“Com base na resolução adotada pelo Congresso em maio de 2005, quer anunciar que o governo vai iniciar um diálogo com o ETA mantendo o princípio irrenunciável de que as questões políticas só podem ser resolvidas pelos legítimos representantes da vontade popular", declarou Rodríguez Zapatero ao parlamento na tarde desta quinta-feira. Ele admitiu que a paz terá um preço político e prestou homenagem às 817 vítimas da violência do ETA nas últimas quatro décadas e aos governos anteriores que tentaram "com boa fé" conquistar a paz no país basco.
Mesmo que o cessar-fogo só tinha sido declarado oficialmente pelo grupo separatista basco em 23 de março, há três anos não há atentados mortais do ETA, acrescentou o chefe do governo espanhol.
Neste período, foi cometido o pior atentado terrorista da História da Espanha. Em 11 de março de 2004, um ataque coordenado contra trens e estações de trem e de metrô em Madri matou 199 pessoas. O governo conservador do então primeiro-ministro José María Aznar tentou atribuir a ação ao ETA. Na verdade, era uma retaliação d'al Caeda por causa da participação espanhola na invasão do Iraque.
Quando o eleitorado percebeu a manipulação da informação pelo governo Aznar às vésperas das eleições nacionais, deu a vitória ao Partido Socialista Operário Espanhol, de Rodríguez Zapatero.
Ao mesmo tempo, o atentado foi tão brutal que tirou a legitimidade das ações violentas do ETA.
O chefe de governo previu que o processo de paz será "longo, duro e difícil" mas prometeu "prudência, unidade e lealdade"
Numa concessão à oposição conservadora, o governo manterá em vigor a Lei dos Partidos, que dá cobertura legal para que o Batasuna, partido político do ETA, continue na ilegalide.
Rodríguez Zapatero prometeu que o governo respeitará "as decisões que as formações políticas e a sociedade basca adotem livremente, respeitando as normais e os procedimentos legais, os métodos democráticos, os direitos e liberdades dos cidadãos, na ausência de todo tipo de violência e coação".
Em setembro, o primeiro-ministro vai se reunir outra vez com o ministro do Interior e os representantes dos diferentes partidos, como faz esta manhã. Então será definido o cronograma para o processo de paz iniciado hoje.
Com o cessar-fogo da ETA e nenhum novo ataque dos fundamentalistas muçulmanos, o terrorismo caiu para quinto lugar entre as maiores preocupações dos espanhóis, atrás do desemprego (49%), da imigração (46,3%), da insegurança pública (27,9%), e da moradia (27,4%). Em pesquisa feita em maio pelo Centro de Investigações Sociológicas, só foi mencionado por 19,6% dos entrevistados.
Banco central dos EUA sobe juros para 5,25% ao ano
Pela 17ª vez consecutiva, o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa básica de juros da maior economia do mundo, passando de 5% para 5,25% ao ano. O Fed bservou que "persistem alguns riscos inflacionários". Isto significa que pode haver novos aumentos, embora a nota reconheça que a desaceleração da economia dos EUA, que cresceu a uma taxa anual de 5,6% no primeiro trimestre do ano, deva "ajudar com o tempo a limitar as pressões inflacionárias".
O mercado, que já esperava o aumentou, interpretou a nota do Fed como um sinal de que o ciclo de aperto monetário acrescente está perto do fim. O índice Dow Jones, que mede o desempenho das ações de 30 grandes empresas na Bolsa de Nova Iorque subiu 217 pontos (2%). Foi a maior alta desde março de 2003.
A Nasdaq, das ações de alta tecnologia, subiu 3%. E o índice S&P 500, que avalia o desempenho de um número muito maior de empresas, aumentou quase 27 pontos
O mercado, que já esperava o aumentou, interpretou a nota do Fed como um sinal de que o ciclo de aperto monetário acrescente está perto do fim. O índice Dow Jones, que mede o desempenho das ações de 30 grandes empresas na Bolsa de Nova Iorque subiu 217 pontos (2%). Foi a maior alta desde março de 2003.
A Nasdaq, das ações de alta tecnologia, subiu 3%. E o índice S&P 500, que avalia o desempenho de um número muito maior de empresas, aumentou quase 27 pontos
Suprema Corte rejeita tribunal de Guantânamo
Em uma clara rejeição aos métodos do governo George Walker Bush na guerra contra o terrorismo, a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou ilegal o tribunal militar da base naval de Guantânamo, em Cuba. Por 5 a 3, o supremo tribunal americano declarou que ele viola as Convenções de Genebra sobre prisioneiros de guerra e as leis dos EUA.
"Concluímos que falta à comissão militar poder para julgar porque sua estrutura e seus procedimentos violam tanto as Convenções de Genebra quanto o Código da Justiça Militar", disse o ministro-relator, John Paul Stevens,
Não se dando por vencido, Bush disse que tomaria a decisão "seriamente" e prometeu "trabalhar com o Congresso" na busca de uma saída legal, afirmando que alguns dos 460 suspeitos detidos no enclave americano em Cuba são "os piores entre os piores" terroristas.
O caso foi apresentado por Salim Ahmed Hamdan, um iemenita de 36 anos que foi motorista e guarda-costas de Ossama ben Laden e que está detido há quatro anos.
A decisão foi saudada por organizações de defesa dos direitos humanos como a Anistia Internacional como uma vitória dos direitos humanos e uma oportunidade para que o governo dos EUA revise sua política e submeta os prisioneiros de guerra a um julgamento justos nos termos das leis americanas e internacionais, com amplo direito de defesa.
O governo Bush criou um centro de detenção para suspeitos de terrorismo na base de Guantânamo, em Cuba, no início de 2002, transferindo para lá detidos na guerra do Afeganistão. Como eles não pertenciam a um exército regular, não lutavam uniformizados e não estavam submetidos a uma hierarquia militar, o então assessor jurídico da Casa Branca e hoje procurador-geral e ministro da Justiça, Alberto Gonzales, caracterizou-os como "combatentes ilegais", negando-lhes os direitos previstos nas Convenções de Genebra.
Agora, a Suprema Corte decide que eles devem ser soltos ou julgados de acordo com as leis dos EUA, com amplo direito a defesa.
"Concluímos que falta à comissão militar poder para julgar porque sua estrutura e seus procedimentos violam tanto as Convenções de Genebra quanto o Código da Justiça Militar", disse o ministro-relator, John Paul Stevens,
Não se dando por vencido, Bush disse que tomaria a decisão "seriamente" e prometeu "trabalhar com o Congresso" na busca de uma saída legal, afirmando que alguns dos 460 suspeitos detidos no enclave americano em Cuba são "os piores entre os piores" terroristas.
O caso foi apresentado por Salim Ahmed Hamdan, um iemenita de 36 anos que foi motorista e guarda-costas de Ossama ben Laden e que está detido há quatro anos.
A decisão foi saudada por organizações de defesa dos direitos humanos como a Anistia Internacional como uma vitória dos direitos humanos e uma oportunidade para que o governo dos EUA revise sua política e submeta os prisioneiros de guerra a um julgamento justos nos termos das leis americanas e internacionais, com amplo direito de defesa.
O governo Bush criou um centro de detenção para suspeitos de terrorismo na base de Guantânamo, em Cuba, no início de 2002, transferindo para lá detidos na guerra do Afeganistão. Como eles não pertenciam a um exército regular, não lutavam uniformizados e não estavam submetidos a uma hierarquia militar, o então assessor jurídico da Casa Branca e hoje procurador-geral e ministro da Justiça, Alberto Gonzales, caracterizou-os como "combatentes ilegais", negando-lhes os direitos previstos nas Convenções de Genebra.
Agora, a Suprema Corte decide que eles devem ser soltos ou julgados de acordo com as leis dos EUA, com amplo direito a defesa.
quarta-feira, 28 de junho de 2006
Preço do petróleo é maior preocupação de banqueiros
As maiores preocupações dos banqueiros hoje são o aumento dos preços dos produtos primários e o risco de uma perturubação ainda maior no setor de petróleo. Estão acima da apreensão com as fraudes e o crescimento dos fundos de hedge, capazes de desestabilizar o sistema financeiro.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, chamada de Cascas de Banana para Bancos, feita pelo Centro para o Estudo de Inovações Financeiras, um instituto de pesquisas do sistema financeiro britânico, revela como o risco de um problema no suprimento de petróleo causado por terrorismo ou turbulência no Oriente Médio pode abalar os mercados, especialmente neste momento de aumento da demanda em países de crescimento acelerado como a China e a Índia.
As transações com derivativos ligados a commodities têm sido uma das áreas de maior crescimento no setor financeiro, estimulada pelos aumentos de preços dos produtos primários. Com as recentes oscilações no preço do cobre, circularam boatos de que alguns bancos teriam sofrido altas perdas.
"Há um risco de que os bancos façam a avaliação errada", declarou John Hitchins, especialista em práticas bancárias no Reino Unido na empresa de consultoria Pricewaterhouse Coopers, que patrocinou o estudo.
Outro temor dos bancários é que novas crises provoquem uma demanda por maior regulamentação, na medida em que os governos passem a escrutinar mais as atividades das instituições financeiras, num momento em que os bancos já estão gastando muito dinheiro para se adaptar a novas regulamentações como a Basiléia II, aprovada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, do inglês), o banco central dos bancos centrais.
Enquanto os europeus estão mais preocupados com o excesso de regulamentação, os americanos estão mais apreensivos com derivativos e o crescimento dos fundos de hedge.The survey, based on responses from 468 bankers, regulators and other participants in the financial system in 60 countries, showed that, on average, the perception of risk increased for the first time since 2002.
A pesquisa ouviu 468 banqueiros, executivos e agentes reguladores dos mercados financeiros em 60 países.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, chamada de Cascas de Banana para Bancos, feita pelo Centro para o Estudo de Inovações Financeiras, um instituto de pesquisas do sistema financeiro britânico, revela como o risco de um problema no suprimento de petróleo causado por terrorismo ou turbulência no Oriente Médio pode abalar os mercados, especialmente neste momento de aumento da demanda em países de crescimento acelerado como a China e a Índia.
As transações com derivativos ligados a commodities têm sido uma das áreas de maior crescimento no setor financeiro, estimulada pelos aumentos de preços dos produtos primários. Com as recentes oscilações no preço do cobre, circularam boatos de que alguns bancos teriam sofrido altas perdas.
"Há um risco de que os bancos façam a avaliação errada", declarou John Hitchins, especialista em práticas bancárias no Reino Unido na empresa de consultoria Pricewaterhouse Coopers, que patrocinou o estudo.
Outro temor dos bancários é que novas crises provoquem uma demanda por maior regulamentação, na medida em que os governos passem a escrutinar mais as atividades das instituições financeiras, num momento em que os bancos já estão gastando muito dinheiro para se adaptar a novas regulamentações como a Basiléia II, aprovada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, do inglês), o banco central dos bancos centrais.
Enquanto os europeus estão mais preocupados com o excesso de regulamentação, os americanos estão mais apreensivos com derivativos e o crescimento dos fundos de hedge.The survey, based on responses from 468 bankers, regulators and other participants in the financial system in 60 countries, showed that, on average, the perception of risk increased for the first time since 2002.
A pesquisa ouviu 468 banqueiros, executivos e agentes reguladores dos mercados financeiros em 60 países.
Coréia do Norte faz chantagem atômica
No momento em que os Estados Unidos pressionam a Coréia do Norte e o Irã a não fabricar armas nucleares, o historiador Martin van Creveld, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, declara no Rio de Janeiro que “o Brasil deve desenvolver capacidade nuclear para fazer a bomba, caso seja necessário um dia”. A Coréia do Norte está sob intensa pressão internacional para não testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano.
Durante uma série de palestras na Escola de Guerra Naval, o professor Van Creveld advertiu que no futuro qualquer país de porte médio será capaz de fabricar mísseis e colocar neles ogivas nucleares. Não considera isto uma má notícia. Acredita que as potências nucleares têm mais responsabilidade e evitam entrar em guerra. Assim, um mundo com maior disseminação de armas nucleares seria mais estável.
Para a professora Maria Regina Soares de Lima, do Instituto Universitário de Pesquisas (Iuperj) da Universidade Cândido Mendes, ao invadir o Iraque sob a alegação de que o país tinha armas de destruição em massa, o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, “criou um dilema de segurança”. A maior garantia de que um país não será atacado é ter armas de destruição em massa, de preferência nucleares.
O professor israelense entende que o sinal foi dado muito antes: “Um ministro da Defesa da Índia me perguntou: sabe qual a grande lição da Guerra do Golfo de 1991? Se você entrar em guerra com os EUA, tenha certeza de adquirir armas nucleares antes.”
A atitude relutante dos EUA quanto ao que fazer contra a Coréia do Norte e o Irã, países que Bush colocou num “eixo do mal” no discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, é outro sinal de que potências nucleares têm outro status e merecem muito mais respeito. Seu poder de barganha é muito, muito maior.
Um novo estudo divulgado na segunda-feira, 26 de junho, indica que, durante o governo Bush, a Coréia do Norte, que já declarou ter a bomba embora não tenha feito testes, teria 17 bombas atômicas a mais do que tinha quando ele chegou ao poder, em janeiro de 2001. O relatório foi feito pela ex-inspetor de armas das Nações Unidas David Albright com base na imagens de satélite sobre os cinco reatores da central nuclear de Ionguibiom, reportagens jornalísticas e declarações de altos funcionários norte-coreanos.
Leia o artigo completo na minha coluna em www.baguete.com.br.
Durante uma série de palestras na Escola de Guerra Naval, o professor Van Creveld advertiu que no futuro qualquer país de porte médio será capaz de fabricar mísseis e colocar neles ogivas nucleares. Não considera isto uma má notícia. Acredita que as potências nucleares têm mais responsabilidade e evitam entrar em guerra. Assim, um mundo com maior disseminação de armas nucleares seria mais estável.
Para a professora Maria Regina Soares de Lima, do Instituto Universitário de Pesquisas (Iuperj) da Universidade Cândido Mendes, ao invadir o Iraque sob a alegação de que o país tinha armas de destruição em massa, o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, “criou um dilema de segurança”. A maior garantia de que um país não será atacado é ter armas de destruição em massa, de preferência nucleares.
O professor israelense entende que o sinal foi dado muito antes: “Um ministro da Defesa da Índia me perguntou: sabe qual a grande lição da Guerra do Golfo de 1991? Se você entrar em guerra com os EUA, tenha certeza de adquirir armas nucleares antes.”
A atitude relutante dos EUA quanto ao que fazer contra a Coréia do Norte e o Irã, países que Bush colocou num “eixo do mal” no discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, é outro sinal de que potências nucleares têm outro status e merecem muito mais respeito. Seu poder de barganha é muito, muito maior.
Um novo estudo divulgado na segunda-feira, 26 de junho, indica que, durante o governo Bush, a Coréia do Norte, que já declarou ter a bomba embora não tenha feito testes, teria 17 bombas atômicas a mais do que tinha quando ele chegou ao poder, em janeiro de 2001. O relatório foi feito pela ex-inspetor de armas das Nações Unidas David Albright com base na imagens de satélite sobre os cinco reatores da central nuclear de Ionguibiom, reportagens jornalísticas e declarações de altos funcionários norte-coreanos.
Leia o artigo completo na minha coluna em www.baguete.com.br.
Revenda de casas cai nos EUA
A revenda de residências caiu 1,2% em maio nos Estados Unidos, o que projeta vendas anuais de 6,67 milhões. Nos últimos cinco meses, a venda de imóveis residenciais usados caiu em três meses, numa indicação de desalaceração do mercado imobiliário e da economia como um todo. Mas, em mais um sinal contraditório, a venda de casas novas aumentou 4,6% em maio, projetando um total anual de 1,234 milhão.
Hoje o mercado espera um aumento de 0,25 na taxa básica de juros, que iria para 5% ao ano. A dúvida dos analistas é onde vai parar a alta de juros promovida pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano.
“Estamos a caminho de um pouco suave”, previu David Lereah, economista-chefe da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário. O estoque de casas a venda aumentou 5,5% para um total de 3,6 milhões e o preço médio das residências subiu 6% nos últimos 12 meses, chegando a US$ 230 mil.
O setor imobiliário está esfriando, com impacto sobre toda a economia, obsrvou Arlene Kish, economia da empresa BMO Nesbitt Burns. “O persistente aumento do estoque de casas não-vendidas é uma clara advertência”.
Já Ian Shepherdson, da consultoria High Frequency Economics, comentou que “o ajuste do mercado imobiliário está longe de terminar. A venda anual deve cair para 6,3 milhões nos próximos meses”.
Para Lereah, a revenda de imóveis usados “reflete melhor o que está acontecendo no setor de habitação”. Ele lamentou que os compradores estejam sendo atingidos por aumentos nas taxas de juros, queda nos preços dos imóveis e preços mais altos de energia. Espera que esta seja uma transição rápida e que o mercado volte a se aquecer assim que os preços se ajustarem.
Hoje o mercado espera um aumento de 0,25 na taxa básica de juros, que iria para 5% ao ano. A dúvida dos analistas é onde vai parar a alta de juros promovida pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano.
“Estamos a caminho de um pouco suave”, previu David Lereah, economista-chefe da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário. O estoque de casas a venda aumentou 5,5% para um total de 3,6 milhões e o preço médio das residências subiu 6% nos últimos 12 meses, chegando a US$ 230 mil.
O setor imobiliário está esfriando, com impacto sobre toda a economia, obsrvou Arlene Kish, economia da empresa BMO Nesbitt Burns. “O persistente aumento do estoque de casas não-vendidas é uma clara advertência”.
Já Ian Shepherdson, da consultoria High Frequency Economics, comentou que “o ajuste do mercado imobiliário está longe de terminar. A venda anual deve cair para 6,3 milhões nos próximos meses”.
Para Lereah, a revenda de imóveis usados “reflete melhor o que está acontecendo no setor de habitação”. Ele lamentou que os compradores estejam sendo atingidos por aumentos nas taxas de juros, queda nos preços dos imóveis e preços mais altos de energia. Espera que esta seja uma transição rápida e que o mercado volte a se aquecer assim que os preços se ajustarem.
Caças russos de Chávez são desperdício
O Brasil está preocupado com a compra de 24 aviões de caça a jato Sukhoi da Rússia pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que lhe dá uma vantagem sobre os países vizinhos. Mas analistas ouvidos pelo jornal britânico Financial Times consideram um desperdício de dinheiro.
"Dentro de uma semana, a primeira de duas unidades do jato de combate mais moderno do mundo, o Sukhoi 30, estarão vindo da Rússia", declarou Chávez.
A Venezuela alega estar comprando aviões militares russos porque os Estados Unidos se negado a vender peças de reposição para sua frota de caças F-16, comprada no início dos anos 80.
No programa de modernização das Forças Armadas da Venezuela, Chávez recebeu a primeira remessa de um total de 100 mil rifles de assalto russos Kalachnikov. Também está comprando 15 helicópteros russos e uma frota naval da Espanha.
Ao todo, Chávez està gastando mais de US$ 3 bilhões em armas graças à renda fácil que obtém com o aumento dos preços do petróleo, hoje acima de US$ 72 por barril.
Só com os Sukhoi-30, o caudilho venezuelano está gastando US$ 720 milhões. São cerca de US$ 30 milhões por avião.
"Para manter a qualificação do piloto ao nível necessário para explorar todas as qualidades do aparelho, você precisa que eles voem 20-25 horas por mês", declarou um oficial americano. "Caças avançados são hoje mais uma questão de prestígio do que uma necessidade. Este sistema pode dar a eles superioridade aérea, mas contra quem? É um grande desperdício de dinheiro."
"Dentro de uma semana, a primeira de duas unidades do jato de combate mais moderno do mundo, o Sukhoi 30, estarão vindo da Rússia", declarou Chávez.
A Venezuela alega estar comprando aviões militares russos porque os Estados Unidos se negado a vender peças de reposição para sua frota de caças F-16, comprada no início dos anos 80.
No programa de modernização das Forças Armadas da Venezuela, Chávez recebeu a primeira remessa de um total de 100 mil rifles de assalto russos Kalachnikov. Também está comprando 15 helicópteros russos e uma frota naval da Espanha.
Ao todo, Chávez està gastando mais de US$ 3 bilhões em armas graças à renda fácil que obtém com o aumento dos preços do petróleo, hoje acima de US$ 72 por barril.
Só com os Sukhoi-30, o caudilho venezuelano está gastando US$ 720 milhões. São cerca de US$ 30 milhões por avião.
"Para manter a qualificação do piloto ao nível necessário para explorar todas as qualidades do aparelho, você precisa que eles voem 20-25 horas por mês", declarou um oficial americano. "Caças avançados são hoje mais uma questão de prestígio do que uma necessidade. Este sistema pode dar a eles superioridade aérea, mas contra quem? É um grande desperdício de dinheiro."
Confiança do consumidor americano aumenta em junho
O consumidor americano, principal locomotiva da economia mundial, está mais confiante na sua própria renda e no futuro da economia dos Estados Unidos.
O índice de confiança do consumidor subiu de 104,7 em maio para 105,7 em junho. A expectativa do mercado era de uma queda para 103,1.
O índice de confiança do consumidor subiu de 104,7 em maio para 105,7 em junho. A expectativa do mercado era de uma queda para 103,1.
terça-feira, 27 de junho de 2006
Israel invade a Faixa de Gaza
Tropas e tanques de Israel invadiram a Faixa de Gaza na madrugada desta quarta-feira, numa operação destinada a resgatar um soldado seqüestrado. O ataque foi desfechado depois que as tentativas diplomáticas para libertar o soldado, detido numa ação de que participou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que forma o atual governo palestino.
O Hamas e a Fatah (Luta), partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas anunciaram um acordo sobre questões domésticas e externas que na prática implica o reconhecimento de Israel pelo Hamas, um dos grandes obstáculos à retomada do processo de paz no Oriente Médio.
Na terça-feira à noite, aviões e helicópteros de combate de Israel atacaram pontes e uma central elétrica, preparando a invasão.
O Hamas e a Fatah (Luta), partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas anunciaram um acordo sobre questões domésticas e externas que na prática implica o reconhecimento de Israel pelo Hamas, um dos grandes obstáculos à retomada do processo de paz no Oriente Médio.
Na terça-feira à noite, aviões e helicópteros de combate de Israel atacaram pontes e uma central elétrica, preparando a invasão.
Primeiro-ministro da Etiópia adverte para risco de islamitas na Somália
O primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, alertou hoje os países da região e a sociedade internacional para o risco associado ao controle da capital da Somália pelo grupo guerrilheiro União dos Tribunais Islâmicosl, ligado à rede terrorista Al Caeda.
Gol de Beckham dá 100 milhões de libras à economia britânica
O gol de falta de David Beckham deu à Inglaterra uma vitória magra sobre Equador nas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Mas até sábado, quando os ingleses disputam uma vaga na semifinal contra Portugal, o aumento no consumo provocado pelo sentimento positivo causado pela Copa deve ser de 100 milhões de libras, mais de R$ 400 milhões, calcula o Centro de Pesquisas Econômicas e Empresariais.
"A cada semana a mais que a Inglaterra continue na Copa, haverá um aumento de consumo de bebidas e alimentos da ordem de 125 milhões de libras", declarou Richard Dodd, do Consórcio Varejista Britânico.
O psicólogo Oliver James explica que a vitória aumenta os níveis de serotonina: "Se o time perder, a serotonina caiu. Mas se a Inglaterra continuar na Copa, há um aumento da alegria."
Se a Inglaterra for campeã do mundo, o produto interno bruto deve aumentar em 0,7 ponto percentual como um bônus extra pela vitória, além do desempenho normal da economia britânica.
"A cada semana a mais que a Inglaterra continue na Copa, haverá um aumento de consumo de bebidas e alimentos da ordem de 125 milhões de libras", declarou Richard Dodd, do Consórcio Varejista Britânico.
O psicólogo Oliver James explica que a vitória aumenta os níveis de serotonina: "Se o time perder, a serotonina caiu. Mas se a Inglaterra continuar na Copa, há um aumento da alegria."
Se a Inglaterra for campeã do mundo, o produto interno bruto deve aumentar em 0,7 ponto percentual como um bônus extra pela vitória, além do desempenho normal da economia britânica.
segunda-feira, 26 de junho de 2006
Novo líder de milícia muçulmana só aceita governo islâmico na Somália
O xeque Hassan Dahir Aweys substitui um líder mais moderado no comando da milícia suspeita de colaborar com a rede terrorista Al Caeda. Ele declarou hoje que só aceita um governo islâmico, complicando as negociações com o governo provisório formado após um longo processo de paz.
"Qualquer governo para ter meu apoio terá de ser baseado no Corão sagrado e nos ensinamentos do profeta Maomé", condicionou o xeque da União dos Tribunais Islâmicos, que tomou o poder em Mogadíscio, a capital da Somália, no início do mês. "Os somalianos querem um Estado islâmico e as antigas potências coloniais tentam impedi-lo."
A Somália não tem um goveno estável desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. O antecessor de Aweys concordara em negociar com o governo provisório, fruto de um processo de paz de três anos.
"Qualquer governo para ter meu apoio terá de ser baseado no Corão sagrado e nos ensinamentos do profeta Maomé", condicionou o xeque da União dos Tribunais Islâmicos, que tomou o poder em Mogadíscio, a capital da Somália, no início do mês. "Os somalianos querem um Estado islâmico e as antigas potências coloniais tentam impedi-lo."
A Somália não tem um goveno estável desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. O antecessor de Aweys concordara em negociar com o governo provisório, fruto de um processo de paz de três anos.
Gana era Costa do Ouro
Gana, o adversário do Brasil nesta terça-feira, era a antiga Costa do Ouro e foi o primeiro país da África negra a se tornar independente, em 1957.
Com um produto interno bruto de US$ 52 bilhões, é o 72º pais mais rico do mundo. Tem 22 milhões de habitantes e uma renda média de US$ 2,5 mil por ano, a 127ª do mundo. Suas principais exportações são ouro, madeira e cacau.
Os primeiros europeus a chegar a Gana foram os portugueses, no século 15, quando exploraram a costa ocidental da África, antes do descobrimento do Brasil. Séculos depois, em 1874, o Império Britânico estabeleceu ali uma colônia, a Costa do Ouro.
A República de Gana nasceu da fusão da Costa do Ouro com a Togolândia Britânica, em 1957. O nome foi tirado do antigo Império de Gana, que na verdade ficava a Noroeste do país. É uma referência mais simbólica. Era o primeiro país independente da África negra, agora chamada de África subsaariana, na linguagem politicamente correta. Fala 79 línguas; a oficial é o inglês.
O líder da luta pela independência, fundador e primeiro presidente de Gana é um dos heróis do movimento anticolonialista, pioneiro da Organização de Unidade Africana, hoje União Africana: Kwame Nkrumah. Hoje, seu filho mais ilustre é o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.
No poder, Nkrumah, líder de um movimento de libertação nacional, teve de enfrentar uma oposição ainda mais radical. Em 1964, em meio a uma crise econômica e política, declarou-se presidente vitalício. Caiu em 1966, no primeiro de uma série de golpes de Estado. Nkrumah foi para o exílio na Guiné, onde morreu em 1972 sem voltar a Gana.
Entre golpes e contragolpes, houve duas democratizações, em 1969 e 1979, até a ascensão do coronel aviador Jerry Rawlings em 1981. Naquele ano, ele impôs uma Constituição que abolia os partidos políticos.
Em 1992, uma nova Constituição restaurou o multipartidarismo, Rawlings foi eleito presidente e reeleito em 1996. A Constituição não permite um terceiro mandato. O atual presidente, John Kufuor, está no segundo mandato.
O parlamento unicameral é dominado pelo Partido do Novo Patriotismo e o Congresso Democrático Nacional.
A economia é dependente de suas grandes exportações: ouro, madeira e cacau. A economia doméstica é baseada na agricultura de subsistência, responsável por 40% do PIB e 60% do emprego.
De 1995 a 1997, o país foi submetido a um programa de ajuste estrutural do Fundo Monetário Internacional. Mas o aumento dos gastos com salários do funcionalismo público e as missões de paz de que Gana participa levaram a um déficit público que alimenta a inflação, desvalorizando a moeda nacional, o cedi, e gera descontentamento com as medidas de austeridade para controlar os gastos públicos.
Com um produto interno bruto de US$ 52 bilhões, é o 72º pais mais rico do mundo. Tem 22 milhões de habitantes e uma renda média de US$ 2,5 mil por ano, a 127ª do mundo. Suas principais exportações são ouro, madeira e cacau.
Os primeiros europeus a chegar a Gana foram os portugueses, no século 15, quando exploraram a costa ocidental da África, antes do descobrimento do Brasil. Séculos depois, em 1874, o Império Britânico estabeleceu ali uma colônia, a Costa do Ouro.
A República de Gana nasceu da fusão da Costa do Ouro com a Togolândia Britânica, em 1957. O nome foi tirado do antigo Império de Gana, que na verdade ficava a Noroeste do país. É uma referência mais simbólica. Era o primeiro país independente da África negra, agora chamada de África subsaariana, na linguagem politicamente correta. Fala 79 línguas; a oficial é o inglês.
O líder da luta pela independência, fundador e primeiro presidente de Gana é um dos heróis do movimento anticolonialista, pioneiro da Organização de Unidade Africana, hoje União Africana: Kwame Nkrumah. Hoje, seu filho mais ilustre é o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.
No poder, Nkrumah, líder de um movimento de libertação nacional, teve de enfrentar uma oposição ainda mais radical. Em 1964, em meio a uma crise econômica e política, declarou-se presidente vitalício. Caiu em 1966, no primeiro de uma série de golpes de Estado. Nkrumah foi para o exílio na Guiné, onde morreu em 1972 sem voltar a Gana.
Entre golpes e contragolpes, houve duas democratizações, em 1969 e 1979, até a ascensão do coronel aviador Jerry Rawlings em 1981. Naquele ano, ele impôs uma Constituição que abolia os partidos políticos.
Em 1992, uma nova Constituição restaurou o multipartidarismo, Rawlings foi eleito presidente e reeleito em 1996. A Constituição não permite um terceiro mandato. O atual presidente, John Kufuor, está no segundo mandato.
O parlamento unicameral é dominado pelo Partido do Novo Patriotismo e o Congresso Democrático Nacional.
A economia é dependente de suas grandes exportações: ouro, madeira e cacau. A economia doméstica é baseada na agricultura de subsistência, responsável por 40% do PIB e 60% do emprego.
De 1995 a 1997, o país foi submetido a um programa de ajuste estrutural do Fundo Monetário Internacional. Mas o aumento dos gastos com salários do funcionalismo público e as missões de paz de que Gana participa levaram a um déficit público que alimenta a inflação, desvalorizando a moeda nacional, o cedi, e gera descontentamento com as medidas de austeridade para controlar os gastos públicos.
domingo, 25 de junho de 2006
Militares dos EUA temem nacionalismo econômico na América Latina
O suprimento de petróleo da América Latina corre risco por causa do renascente nacionalismo econômico, afirma um estudo preparado pelo Comando Sul dos Estados Unidos, refletindo a preocupação cada vez maior do governo americano com a segurança energética.
No relatório obtido pelo jornal britânico Financial Times, os militares manifestam a mesma apreensão de uma recente investigação do Congresso advertindo para a vulnerabilidade dos EUA, se o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cumprir sua repetida ameaça de cortar o fornecimento para os americanos. A Venezuela é o quinto maior exportador de petróleo para os EUA. É responsável por 18% do petróleo importado pelo país.
Pela análise do Comando Sul dos EUA, com sede no Canal do Panamá, a ampliação do controle estatal sobre a produção de energia em vários países está inibindo investimentos essenciais para aumentar a produção de petróleo em longo prazo.
"A reemergência do controle estatal no setor de energia provavelmente aumente a ineficiência, depois de um aumento de lucros a curto prazo, atrapalhar esforços para aumentar a produção e a oferta em longo prazo", observa o relatório.
Este ano, a Venezuela dobrou a carga de impostos sobre as companhias transanacionais de petróleo, a Bolívia nacionalizou seu petróleo e gás e o Equador encampou os campos de petróleo explorados pela Occidental Petroleum, que era a maior empresa estrangeira em atividade no país.
A produção do México, que elege um novo presidente no próximo domingo, também pode estagnar por causa das restrições ao investimento privado no setor. O candidato favorito é o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, que não pretende privatizar a PeMex (Petroleos Mexicanos).
Embora a América Latina contribua com apenas 8,4% para a produção mundial de petróleo, exporta 30% do petróleo importado pelos EUA, cerca de 4 milhões de barris por dia de um total de 11 milhões. A Venezuela, o México e o Equador são os maiores exportadores da Região. O Brasil, a Argentina e a Colômbia produzem principalmente para o mercado interno. Uma exceção é Trinidade-Tobago, que se abriu ao investimento estrangeiro.
O relatório indica que a segurança energética se tornou uma preocupação central dos estrategistas americanos. "Se não houver uma mudança positiva no clima para investimentos", adverte o Comando Sul, "os prospectos para o aumento da produção em longo prazo na Venezuela, no México e no Equador, estão em risco".
No relatório obtido pelo jornal britânico Financial Times, os militares manifestam a mesma apreensão de uma recente investigação do Congresso advertindo para a vulnerabilidade dos EUA, se o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cumprir sua repetida ameaça de cortar o fornecimento para os americanos. A Venezuela é o quinto maior exportador de petróleo para os EUA. É responsável por 18% do petróleo importado pelo país.
Pela análise do Comando Sul dos EUA, com sede no Canal do Panamá, a ampliação do controle estatal sobre a produção de energia em vários países está inibindo investimentos essenciais para aumentar a produção de petróleo em longo prazo.
"A reemergência do controle estatal no setor de energia provavelmente aumente a ineficiência, depois de um aumento de lucros a curto prazo, atrapalhar esforços para aumentar a produção e a oferta em longo prazo", observa o relatório.
Este ano, a Venezuela dobrou a carga de impostos sobre as companhias transanacionais de petróleo, a Bolívia nacionalizou seu petróleo e gás e o Equador encampou os campos de petróleo explorados pela Occidental Petroleum, que era a maior empresa estrangeira em atividade no país.
A produção do México, que elege um novo presidente no próximo domingo, também pode estagnar por causa das restrições ao investimento privado no setor. O candidato favorito é o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, que não pretende privatizar a PeMex (Petroleos Mexicanos).
Embora a América Latina contribua com apenas 8,4% para a produção mundial de petróleo, exporta 30% do petróleo importado pelos EUA, cerca de 4 milhões de barris por dia de um total de 11 milhões. A Venezuela, o México e o Equador são os maiores exportadores da Região. O Brasil, a Argentina e a Colômbia produzem principalmente para o mercado interno. Uma exceção é Trinidade-Tobago, que se abriu ao investimento estrangeiro.
O relatório indica que a segurança energética se tornou uma preocupação central dos estrategistas americanos. "Se não houver uma mudança positiva no clima para investimentos", adverte o Comando Sul, "os prospectos para o aumento da produção em longo prazo na Venezuela, no México e no Equador, estão em risco".
Comandante americano anuncia retirada do Iraque a partir de setembro
O comandante militar da coalizão liderada pelos Estados Unidos, general George Casey, anunciou hoje, no jornal The New York Times, grandes reduções nas forças americanas, começando em setembro. No momento, há 133 mil soldados americanos no país.
Com a explosão no sábado de uma bomba disparada contra um comboio militar dos EUA ao sul da cidade de Bacuba, matando um soldado, subiu para 2.513 o total de americanos mortos na guerra do Iraque. Também morreram sete civis americanos.
Com a explosão no sábado de uma bomba disparada contra um comboio militar dos EUA ao sul da cidade de Bacuba, matando um soldado, subiu para 2.513 o total de americanos mortos na guerra do Iraque. Também morreram sete civis americanos.
Terroristas matam quatro diplomatas russos no Iraque
O Conselho Consultivo dos Mujahedins, organização que representa Al Caeda no Iraque, anunciou hoje através de um sítio de Internet a morte de quatro diplomatas russos seqüestrados em 3 de junho. Três teriam sido decapitados e um baleado. Os terroristas exigiam a retirada das tropas da Rússia da república rebelde da Chechênia, o que é totalmente inaceitável para Moscou.
Um funcionário da embaixada, Vitaly Titov, morreu no ataque, e os diplomatas Fiodor Zaitsev, Rinat Agliuglin, Anatoly Smirnov e Oleg Fedoseyev foram tomados como reféns.
A notícia ofuscou um pouco a divulgação do plano de paz do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que ofereceu anistia e a libertação gradual de 2,5 mil presos. Seu objetivo é atrair as facções sunitas que aderiram à insurgência, numa tentativa de isolar os terroristas internacionais ligados a Al Caeda.
"Precisamos reunir apoio para enfrentar os terroristas e criminosos para reativar nossa economia criando empregos, dando oportunidades e oferecendo serviços ao povo para mostrar a todos que somos sérios no nosso compromisso de servir à nação", declarou o chefe de governo.
Terá direito à anistia quem "não tiver cometido crimes de guerra, crimes contra a humanidade, crimes contra os iraquianos e atos de violência". Deputados e senadores americanos apoiaram o plano mas manifestaram preocupações com a anistia.
No domingo, os insurgentes mataram pelo menos 32 pessoas em diferentes ataques, sendo 23 na província de Diala, e seqüestraram outras 16 em Taji.
Insurgents on Sunday cranked up their assaults throughout Iraq, killing at least 32 people in scattered attacks, mostly in Diyala province, and kidnapping 16 others in a brazen abduction in Taji.
Os Estados Unidos anunciaram hoje que dois soldados da Guarda Nacional serão acusados pela morte de um iraquiano desarmado em Ramadi, em fevereiro. Natham Lynn foi acusado de homicídio, e ele e o sargento Milton Ortiz jr. de conspiração e obstrução de justiça.
Outros quatro soldados da 101ª Divisão Aerotransportada foram denunciados na semana passada pela morte de três detentos em Salahedin, no mês de maio.
Em entrevista à rede de TV americana CNN, o ministro do Petróleo do Iraque, Hussain Shahristani, disse que a produção está hoje em 2,5 milhões de barris por dia, "um recorde depois da queda do regime de Saddam Hussein, em abril de 2003". Ele prometeu que em dez anos o Iraque, que tem as segundas maiores reservas mundiais, será um dos maiores produtores do mundo.
Um funcionário da embaixada, Vitaly Titov, morreu no ataque, e os diplomatas Fiodor Zaitsev, Rinat Agliuglin, Anatoly Smirnov e Oleg Fedoseyev foram tomados como reféns.
A notícia ofuscou um pouco a divulgação do plano de paz do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que ofereceu anistia e a libertação gradual de 2,5 mil presos. Seu objetivo é atrair as facções sunitas que aderiram à insurgência, numa tentativa de isolar os terroristas internacionais ligados a Al Caeda.
"Precisamos reunir apoio para enfrentar os terroristas e criminosos para reativar nossa economia criando empregos, dando oportunidades e oferecendo serviços ao povo para mostrar a todos que somos sérios no nosso compromisso de servir à nação", declarou o chefe de governo.
Terá direito à anistia quem "não tiver cometido crimes de guerra, crimes contra a humanidade, crimes contra os iraquianos e atos de violência". Deputados e senadores americanos apoiaram o plano mas manifestaram preocupações com a anistia.
No domingo, os insurgentes mataram pelo menos 32 pessoas em diferentes ataques, sendo 23 na província de Diala, e seqüestraram outras 16 em Taji.
Insurgents on Sunday cranked up their assaults throughout Iraq, killing at least 32 people in scattered attacks, mostly in Diyala province, and kidnapping 16 others in a brazen abduction in Taji.
Os Estados Unidos anunciaram hoje que dois soldados da Guarda Nacional serão acusados pela morte de um iraquiano desarmado em Ramadi, em fevereiro. Natham Lynn foi acusado de homicídio, e ele e o sargento Milton Ortiz jr. de conspiração e obstrução de justiça.
Outros quatro soldados da 101ª Divisão Aerotransportada foram denunciados na semana passada pela morte de três detentos em Salahedin, no mês de maio.
Em entrevista à rede de TV americana CNN, o ministro do Petróleo do Iraque, Hussain Shahristani, disse que a produção está hoje em 2,5 milhões de barris por dia, "um recorde depois da queda do regime de Saddam Hussein, em abril de 2003". Ele prometeu que em dez anos o Iraque, que tem as segundas maiores reservas mundiais, será um dos maiores produtores do mundo.
sábado, 24 de junho de 2006
Rodríguez Zapatero propõe acordo de paz que reconheça pluralidade do país basco
O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero prometeu hoje conquistar "a paz para o país basco e para toda a Espanha" com "um grande acordo político de convivência, um acordo democrático que reconheça a pluralidade de Euskadi [país basco em basco] e supere tantas décadas de desesperança".
"É obrigação de todo governo", declarou Rodríguez Zapatero diante do diretório federal do Partido Socialista Operário Espanhol, em Madri, "tratar de aproveitar esta grande oportunidade e estou certo de que isto é exatamente o que a maioria dos espanhóis quer que eu faça". Falava do processo de paz iniciado com o "cessar-fogo definitivo" anunciado em março para grupo terrorista ETA (Euskadi ta Askatasuna, País basco e liberdade).
Desde 7 de junho de 1968, quando matou um guarda civil, ainda sob a ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1939-75), o ETA matou 817 pessoas, inclusive o almirante e primeiro-ministro Luis Carrero Blanco, em 1973, na sua luta pela independência do país basco.
Para acabar com "quatro décadas de horror e de dor", "para evitar o sofrimento de novas vítimas, para que se substituta a violência pelo império da lei, para consolidar a democracia como única sistema de convivência em todos os rincões do país basco, para que em Euskadi as idéias, a palavras, as urnas e a lei sejam os únicos meios pelos quais os cidadãos se expressem e decidam suas questões políticas", o chefe do governo espanhol propõe um acordo de paz.
Rodríguez Zapatero previu que o processo de paz será "longo, duro e difícil" mas considera possível "um grande compromisso político" com "a serenidade e o esforço de todos". Para isso, prometeu trabalhar sem descanso para contar com "a compreensão e a ajuda" da oposição conservadora representada pelo Partido Popular.
Ele admitiu que "é provável que em muitos temas o PSOE e o PP discordem abertamente, é um sinal de uma democracia sadia. Mas tenho a convicção profunda de que na tarefa para acabar com a violência o PP e o PSOE pudem e devem buscar um entendimento".
E concluiu: "É uma tarefa ambiciosa e difícil mas chegou o momento de enfrentá-la. Esta é minha determinação".
"É obrigação de todo governo", declarou Rodríguez Zapatero diante do diretório federal do Partido Socialista Operário Espanhol, em Madri, "tratar de aproveitar esta grande oportunidade e estou certo de que isto é exatamente o que a maioria dos espanhóis quer que eu faça". Falava do processo de paz iniciado com o "cessar-fogo definitivo" anunciado em março para grupo terrorista ETA (Euskadi ta Askatasuna, País basco e liberdade).
Desde 7 de junho de 1968, quando matou um guarda civil, ainda sob a ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1939-75), o ETA matou 817 pessoas, inclusive o almirante e primeiro-ministro Luis Carrero Blanco, em 1973, na sua luta pela independência do país basco.
Para acabar com "quatro décadas de horror e de dor", "para evitar o sofrimento de novas vítimas, para que se substituta a violência pelo império da lei, para consolidar a democracia como única sistema de convivência em todos os rincões do país basco, para que em Euskadi as idéias, a palavras, as urnas e a lei sejam os únicos meios pelos quais os cidadãos se expressem e decidam suas questões políticas", o chefe do governo espanhol propõe um acordo de paz.
Rodríguez Zapatero previu que o processo de paz será "longo, duro e difícil" mas considera possível "um grande compromisso político" com "a serenidade e o esforço de todos". Para isso, prometeu trabalhar sem descanso para contar com "a compreensão e a ajuda" da oposição conservadora representada pelo Partido Popular.
Ele admitiu que "é provável que em muitos temas o PSOE e o PP discordem abertamente, é um sinal de uma democracia sadia. Mas tenho a convicção profunda de que na tarefa para acabar com a violência o PP e o PSOE pudem e devem buscar um entendimento".
E concluiu: "É uma tarefa ambiciosa e difícil mas chegou o momento de enfrentá-la. Esta é minha determinação".
EUA e aliados matam 65 no Afeganistão
Na ofensiva para assumir o controle do Sul do Afeganistão, forças dos Estados Unidos, do governo afegão, da Grã-Bretanha e do Canadá enfrentaram a Milícia dos Talebã (estudantes) nas províncias de Kandahar e Uruzgan, matando pelo menos 65 pessoas, informou o comando militar americano.
Quarenta mortes foram resultados de uma batalha de cinco horas nos arredores da vila de Mirabad, em Uruzgan, onde pistoleiros atacaram as forças aliadas, que responderam ao fogo. Os americanos disseram que não havia nenhum civil entre os mortos.
Mais ao sul, em Kandahar, berço dos talebãs, uma milícia fundamentalista que governou o Afeganistão de 1996 a até a invasão americana de outubro de 2001, em resposta aos atentados de 11 de setembro daquele ano, os aliados atacaram um grupo de jihadistas (de jihad, 'guerra santa' em árabe) na vila de Bayanzi, no distrito de Zharie, matando 25 inimigos. A batalha durou três horas.
É a maior ofensiva desde a queda do regime dos talebã. Só nesta semana foram mortas mais de 200 pessoas. Os EUA acusaram os rebeldes de usar a população civil como escudos humanos.
Quarenta mortes foram resultados de uma batalha de cinco horas nos arredores da vila de Mirabad, em Uruzgan, onde pistoleiros atacaram as forças aliadas, que responderam ao fogo. Os americanos disseram que não havia nenhum civil entre os mortos.
Mais ao sul, em Kandahar, berço dos talebãs, uma milícia fundamentalista que governou o Afeganistão de 1996 a até a invasão americana de outubro de 2001, em resposta aos atentados de 11 de setembro daquele ano, os aliados atacaram um grupo de jihadistas (de jihad, 'guerra santa' em árabe) na vila de Bayanzi, no distrito de Zharie, matando 25 inimigos. A batalha durou três horas.
É a maior ofensiva desde a queda do regime dos talebã. Só nesta semana foram mortas mais de 200 pessoas. Os EUA acusaram os rebeldes de usar a população civil como escudos humanos.
Al Caeda homenageia Zarkawi
Em nova gravação divulgada pela TV árabe Al Jazira nesta sexta-feira, o segundo homem na hierarquia da rede terrorista Al Caeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, prestou uma homenagem ao líder do grupo no Iraque, Abu Mussab al-Zarkawi, morto em 7 de junho perto da cidade de Bacuba por um bombardeio americano.
"Expressamos as condolências da nação muçulmana por um de seus maiores soldados, um de seus heróis, um de seus estudiosos, nosso irmão e mártir Abu Mussab al-Zarkawi", disse o lugar-tenente de Ossama ben Laden, considerado o principal estratregista da Caeda.
De turbante preto, sinal de luto, Al-Zawahiri falou, tendo como fundo uma foto de Zarkawi, que comandava uma onda terrorista com bombas, degolas e assassinatos de americanos, iraquianos e estrangeiros que cooperassem de alguma forma com a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos.
"Que Deus guarde sua alma e o deixe residir no seus vastos paraísos, e faça do seu martírio uma luz para os aliados de Deus e fogo e destruição para os inimigos de Deus, os cruzados e seus agentes traidores e os charlatães que exploram a religião", vociferou o maior aliado e médico pessoal de Ben Laden. "Não haverá um companheiro morto pelo qual não nos vingaremos, se Deus quiser."
Num tom ameaçador, acrescentou: "Sonhem quanto quiserem com sua segurança."
Para a especialista em mundo árabe da rede de TV americana CNN, Octavia Nasr, a mensagem é mais um apelo para arregimentar as tropas e atrair aliados para a 'guerra santa' contra os EUA e seus aliados.
Zawahiri atacou duramente o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e o embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad, "as duas pessoas que queriam ser os primeiros a anunciar a notícia [da morte de Zarkawi] ao mundo".
Para o líder terrorista, "este anúncio resume as questões centrais da luta do Islã contra os cruzados no Iraque. Zalmay Khailzad, é um apóstata afegão que abandonou seu pai e migrou para a América para se jogar aos pés dos fundamentalistas sionistas. Por outro lado, temos Nuri al-Maliki, que está trocando o Islã por poder e um cargo. Ele negociou com os cruzados invadores antes da ocupação, abandonando a 'charia' (lei islâmica) e opondo-se à resistência contra a ocupação, e até mesmo lutando contra os mujahedins sob a bandeira da cruzada de Bush."
Ao comparar a morte do líder da Caeda no Iraque com as perdas dos Estados Unidos na guerra, perguntou: "Digam-me por que os muçulmanos odeiam vocês. Digam-me como seus soldados bêbados e fujões são mortos. Digam-me quando foram mortos de verdade, quanto sua economia perdeu realmente e como o moral de seus soldados está baixo. E não só isso, digam-me por que os muçulmanos odeiam tanto vocês e por que são tão odiados por suas vítimas inocentes no mundo inteiro", disparou Zawahiri, em sua segunda mensagem nesta semana. Antes, ele convocara os afegãos a lutar contra os EUA e seus aliados, especialmente o governo do presidente Hamid Karzai.
"Bush mente quando diz que vocês vencerão quando matarem Ossama ben laden ou o mulá Omar e os membros do Talebã e da Caeda", desafiou o principal estrategista da rede terrorista. "Ele se esconde atrás de suas mentiras, se esconde atrás da verdadeira catástrofe que vocês estão enfrentando. Vocês não estão enfrentado indíviduos ou organização. Na realidade, estão enfrentando a nação muçulmana, em cuja alma habita o espírito da jihad".
Os EUA já tentaram matar o segundo homem da Caeda num bombardeio aéreo contra Damadola, no Paquistão, em janeiro. Dezessete pessoas morreram, inclusive quatro militantes da rede terrorista. Mas Zarkawi não estava lá. Sua mulher e seu filho foram mortos num ataque aéreo americano no Afeganistão.
Pouco depois, ele mandou sua resposta via al Jazira: "Encontrarei minha morte quando Deus quiser. Bush, você sabe onde estou? Estou entre as massas árabes, desfrutando de seus cuidados com as bênçãos de Deus, e participando com ela da guerra santa contra você até sua derrota."
"Expressamos as condolências da nação muçulmana por um de seus maiores soldados, um de seus heróis, um de seus estudiosos, nosso irmão e mártir Abu Mussab al-Zarkawi", disse o lugar-tenente de Ossama ben Laden, considerado o principal estratregista da Caeda.
De turbante preto, sinal de luto, Al-Zawahiri falou, tendo como fundo uma foto de Zarkawi, que comandava uma onda terrorista com bombas, degolas e assassinatos de americanos, iraquianos e estrangeiros que cooperassem de alguma forma com a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos.
"Que Deus guarde sua alma e o deixe residir no seus vastos paraísos, e faça do seu martírio uma luz para os aliados de Deus e fogo e destruição para os inimigos de Deus, os cruzados e seus agentes traidores e os charlatães que exploram a religião", vociferou o maior aliado e médico pessoal de Ben Laden. "Não haverá um companheiro morto pelo qual não nos vingaremos, se Deus quiser."
Num tom ameaçador, acrescentou: "Sonhem quanto quiserem com sua segurança."
Para a especialista em mundo árabe da rede de TV americana CNN, Octavia Nasr, a mensagem é mais um apelo para arregimentar as tropas e atrair aliados para a 'guerra santa' contra os EUA e seus aliados.
Zawahiri atacou duramente o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e o embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad, "as duas pessoas que queriam ser os primeiros a anunciar a notícia [da morte de Zarkawi] ao mundo".
Para o líder terrorista, "este anúncio resume as questões centrais da luta do Islã contra os cruzados no Iraque. Zalmay Khailzad, é um apóstata afegão que abandonou seu pai e migrou para a América para se jogar aos pés dos fundamentalistas sionistas. Por outro lado, temos Nuri al-Maliki, que está trocando o Islã por poder e um cargo. Ele negociou com os cruzados invadores antes da ocupação, abandonando a 'charia' (lei islâmica) e opondo-se à resistência contra a ocupação, e até mesmo lutando contra os mujahedins sob a bandeira da cruzada de Bush."
Ao comparar a morte do líder da Caeda no Iraque com as perdas dos Estados Unidos na guerra, perguntou: "Digam-me por que os muçulmanos odeiam vocês. Digam-me como seus soldados bêbados e fujões são mortos. Digam-me quando foram mortos de verdade, quanto sua economia perdeu realmente e como o moral de seus soldados está baixo. E não só isso, digam-me por que os muçulmanos odeiam tanto vocês e por que são tão odiados por suas vítimas inocentes no mundo inteiro", disparou Zawahiri, em sua segunda mensagem nesta semana. Antes, ele convocara os afegãos a lutar contra os EUA e seus aliados, especialmente o governo do presidente Hamid Karzai.
"Bush mente quando diz que vocês vencerão quando matarem Ossama ben laden ou o mulá Omar e os membros do Talebã e da Caeda", desafiou o principal estrategista da rede terrorista. "Ele se esconde atrás de suas mentiras, se esconde atrás da verdadeira catástrofe que vocês estão enfrentando. Vocês não estão enfrentado indíviduos ou organização. Na realidade, estão enfrentando a nação muçulmana, em cuja alma habita o espírito da jihad".
Os EUA já tentaram matar o segundo homem da Caeda num bombardeio aéreo contra Damadola, no Paquistão, em janeiro. Dezessete pessoas morreram, inclusive quatro militantes da rede terrorista. Mas Zarkawi não estava lá. Sua mulher e seu filho foram mortos num ataque aéreo americano no Afeganistão.
Pouco depois, ele mandou sua resposta via al Jazira: "Encontrarei minha morte quando Deus quiser. Bush, você sabe onde estou? Estou entre as massas árabes, desfrutando de seus cuidados com as bênçãos de Deus, e participando com ela da guerra santa contra você até sua derrota."
sexta-feira, 23 de junho de 2006
EUA violaram sigilo bancário de milhões
Semanas depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos começaram um programa secreto para examinar, sem autorização da Justiça, como exige a legislação dos países democráticos, transações financeiras à procura do dinheiro dos terroristas, revelaram hoje os jornais The New York Times e The Washington Post.
O governo George W. Bush afirma que só foram rastreadas as operações de suspeitos de ligações com a rede terrorista Al Caeda. Mas teve acesso a um vasto banco de dados de uma cooperativa sediada na Bélgica, Swift, que movimenta diariamente US$ 6 trilhões entre bancos, corretoras, bolsas de valores e outras instituições.
O governo George W. Bush afirma que só foram rastreadas as operações de suspeitos de ligações com a rede terrorista Al Caeda. Mas teve acesso a um vasto banco de dados de uma cooperativa sediada na Bélgica, Swift, que movimenta diariamente US$ 6 trilhões entre bancos, corretoras, bolsas de valores e outras instituições.
Iraque pode anistiar rebeldes
O governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki pode oferecer neste fim de semana anistia aos insurgentes como parte de um plano para pacificar o Iraque. Outras propostas incluem um calendário para a retirada das forças estrangeiras que invadiram o Iraque em março de 2003 e o fim das operações militares dos Estados Unidos.
Este plano de reconciliação nacional, de 28 pontos, revelado pelo jornal The Times, prevê a integração dos rebeldes sunitas ao processo político, se eles renunciarem à luta armada.
O objetivo é afastar os rebeldes sunitas da guerra travada pelos terroristas internacionais da rede Al Caeda, de modo a isolar os jihadistas. Quanto à retirada americana, o presidente George W. Bush afirma que sai do Iraque assim que o governo iraquiano o pedir. Mas o vice-presidente Dick Cheney disse ontem à rede de TV CNN (leia abaixo) que não há planos
Este plano de reconciliação nacional, de 28 pontos, revelado pelo jornal The Times, prevê a integração dos rebeldes sunitas ao processo político, se eles renunciarem à luta armada.
O objetivo é afastar os rebeldes sunitas da guerra travada pelos terroristas internacionais da rede Al Caeda, de modo a isolar os jihadistas. Quanto à retirada americana, o presidente George W. Bush afirma que sai do Iraque assim que o governo iraquiano o pedir. Mas o vice-presidente Dick Cheney disse ontem à rede de TV CNN (leia abaixo) que não há planos
Iraque impõe toque de recolher em Bagdá após mais de 20 mortes nesta sexta-feira
O governo Iraque decretou toque de recolher diurno hoje na capital, depois de ataques que provocaram 20 mortes em todo o país, para evitar atentados com carros-bomba. A circulação em Bagdá já estava proibida entre 11h e 15h; hoje será estendida até as 2h de sábado.
Os piores atentados ocorrem em Bacuba, onde um ataque contra uma mesquita sunita deixou 12 mortos e 20 feridos, e em Bássora, onde 10 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba perto de um ponto de táxi.
Os piores atentados ocorrem em Bacuba, onde um ataque contra uma mesquita sunita deixou 12 mortos e 20 feridos, e em Bássora, onde 10 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba perto de um ponto de táxi.
FBI prende sete suspeitos de terrorismo
Pelo menos sete suspeitos de terrorismo foram presos ontem em Miami numa investigação sobre uma suposta conspiração para atacar a Torre da Seares, em Chicago, edifício mais alto dos Estados Unidos, e outros prédios. O secretário de Justiça, Alberto Gonzales, deve dar mais detalhes hoje.
Os suspeitos seriam cidadãos americanos aparentemente sem ligações com Al Caeda e a conspiração estaria apenas no começo.
"Não há nenhuma ameaça iminente a Miami ou outra área por causa desta operação", declarou Richard Kolko, porta-voz do FBI (Federal Bureau Investigation), a polícia federal americana.
As prisões foram realizadas num armazém do distrito de Liberty City, em Miami. Os vizinhos disseram que os suspeitos dormiam ali e ainda faziam alguma espécie de treinamento militar.
Os suspeitos seriam cidadãos americanos aparentemente sem ligações com Al Caeda e a conspiração estaria apenas no começo.
"Não há nenhuma ameaça iminente a Miami ou outra área por causa desta operação", declarou Richard Kolko, porta-voz do FBI (Federal Bureau Investigation), a polícia federal americana.
As prisões foram realizadas num armazém do distrito de Liberty City, em Miami. Os vizinhos disseram que os suspeitos dormiam ali e ainda faziam alguma espécie de treinamento militar.
quinta-feira, 22 de junho de 2006
Retirada do Iraque daria vitória a terroristas, diz vice-presidente dos EUA
Uma retirada americana dos Iraque “seria o pior possível”, afirmou hoje o vice-presidente Dick Cheney em entrevista a John King na rede de televisão CNN. Ele falou no dia em que o Sebadi rejeitou duas moções da oposição democrata propondo a retirada das forças dos Estados Unidos no Iraque.
Com seu estilo linha-dura, Cheney criticou a proposta democrata de marcar uma data para o fim da ocupação do Iraque: “Na prática, ela valida a estratégia dos terroristas. Você deve se lembrar que gente como Ossama ben Laden, o pessoal d’al Caeda, tipos como [Abu Mussab al] Zarkawi, que atuava no Iraque, apostam que eles pode dobrar a vontade dos EUA. Eles não têm como nos derrotar militarmente. Toda sua estratégia, se você observar o que Ben Laden vem dizendo há 10 anos, consiste em acreditar que eles podem nos forçar a sair, que um dia ficaremos cansados da luta, que não temos estômago para uma batalha dura e prolongada e que vamos fazer as malas e voltar para casa.”
Para o vice-presidente dos EUA, “isto seria arrasador para a guerra global contra o terror. Afetaria o que acontece no Afeganistão. Tornaria difícil persuadir os iranianos a abandonar sua aspiração de possuir armas nucleares. Ameaçaria a estabilidade de regimes como o de [general Pervez] Musharraf no Paquistão e da família real Saud na Arábia Saudita. É definitivamente o pior possível”.
O chamado Darth Vader (referência ao vilão da série de filmes Guerra nas Estrelas) do governo George Walker Bush, considerado o mais poderoso vice da História dos EUA, alega que “estamos num conflito global. Não é apenas sobre o Iraque. Vimos nos últimos cinco anos ataques em todo o mundo, de Nova Iorque e Washington a Jacarta, na Indonésia. Progressivamente temos de ir atrás dos terroristas, dos países que patrocinam terroristas, levando a luta ao inimigo é essencial para defender os EUA”.
Dick Cheney disse ainda que a retirada seria uma traição para quem está do lado dos EUA na luta contra muçulmanos extremistas e radicais como Ben Laden e Al Caeda: “O que aconteceria com os 12 milhões de iraquianos que foram às urnas apesar das ameaças de ataques e de carros-bomba. O que aconteceria com 250 mil iraquianos das forças de segurança que treinamos?”
Se a moção apresentada pelo deputado democrata John Murtha, marcando uma data para a retirada, tivesse sido aprovada, raciocina o vice de Bush, “não completaríamos a missão. Teríamos preparado a situação na qual Al Caeda pode vencer. Eles planejam criar um califado que se estenda da Espanha à Indonésia, chutar os Estados Unidos do Oriente Médio, destruir Israel e derrubar a maioria dos regimes daquela região. Farão qualquer coisa para atingir seus objetivos.”
Ao defender a estratégia americana na luta contra o terror, Cheney sustentou que os EUA já libertaram 50 milhões de pessoas derrubando os regimes de Saddam Hussein e dos talebã, “dois dos piores regimes dos tempos modernos, uma conquista muito significativa”.
Na sua opinião, “ não faz sentido pensar que recuar, abandonar o Oriente Médio, deixar o Iraque, nos dará garantia de segurança em casa. O 11 de setembro acabou com isso. Perdemos 3 mil pessoas naquele dia. Dezenove homens, terroristas armados com estiletes de cortar caixas de papelão, vieram até os EUA e causaram um enorme estrago. Se recuarmos, eles ocuparão o espaço, não interessa onde seja. Este é um conflito global. Vimos ataques em Londres, Casablanca, Madri, Istambul e Mombaça. Eles continurarão, estejamos ou não no Iraque. O Iraque se tornou um refúgio para terroristas e será usado para lançar ataques contra nossos amigos e aliados em outras partes do mundo”.
Cheney manifestou preocupação com o possível teste de um míssil de longo alcance pela Coréia do Norte: “Este é um regime que não é transparente, que acreditamos que esteja desenvolvendo armas nucleares e que agora colocou um míssil numa base de lançamento sem dizer do que se trata.”
Quanto ao programa nuclear do Irã, o vice declara que “estamos procurando uma solução diplomática mas não tiramos nenhuma opção da mesa”, ou seja, não exclui a possibilidade de uso da força.
O vice-presidente americano defendeu o programa de monitoramento, assim como a invasão do Iraque, como “políticas essenciais para a nação. Nem eu nem o presidente somos candidatos a nada. Fazemos o que achamos que é certo”.
Com seu estilo linha-dura, Cheney criticou a proposta democrata de marcar uma data para o fim da ocupação do Iraque: “Na prática, ela valida a estratégia dos terroristas. Você deve se lembrar que gente como Ossama ben Laden, o pessoal d’al Caeda, tipos como [Abu Mussab al] Zarkawi, que atuava no Iraque, apostam que eles pode dobrar a vontade dos EUA. Eles não têm como nos derrotar militarmente. Toda sua estratégia, se você observar o que Ben Laden vem dizendo há 10 anos, consiste em acreditar que eles podem nos forçar a sair, que um dia ficaremos cansados da luta, que não temos estômago para uma batalha dura e prolongada e que vamos fazer as malas e voltar para casa.”
Para o vice-presidente dos EUA, “isto seria arrasador para a guerra global contra o terror. Afetaria o que acontece no Afeganistão. Tornaria difícil persuadir os iranianos a abandonar sua aspiração de possuir armas nucleares. Ameaçaria a estabilidade de regimes como o de [general Pervez] Musharraf no Paquistão e da família real Saud na Arábia Saudita. É definitivamente o pior possível”.
O chamado Darth Vader (referência ao vilão da série de filmes Guerra nas Estrelas) do governo George Walker Bush, considerado o mais poderoso vice da História dos EUA, alega que “estamos num conflito global. Não é apenas sobre o Iraque. Vimos nos últimos cinco anos ataques em todo o mundo, de Nova Iorque e Washington a Jacarta, na Indonésia. Progressivamente temos de ir atrás dos terroristas, dos países que patrocinam terroristas, levando a luta ao inimigo é essencial para defender os EUA”.
Dick Cheney disse ainda que a retirada seria uma traição para quem está do lado dos EUA na luta contra muçulmanos extremistas e radicais como Ben Laden e Al Caeda: “O que aconteceria com os 12 milhões de iraquianos que foram às urnas apesar das ameaças de ataques e de carros-bomba. O que aconteceria com 250 mil iraquianos das forças de segurança que treinamos?”
Se a moção apresentada pelo deputado democrata John Murtha, marcando uma data para a retirada, tivesse sido aprovada, raciocina o vice de Bush, “não completaríamos a missão. Teríamos preparado a situação na qual Al Caeda pode vencer. Eles planejam criar um califado que se estenda da Espanha à Indonésia, chutar os Estados Unidos do Oriente Médio, destruir Israel e derrubar a maioria dos regimes daquela região. Farão qualquer coisa para atingir seus objetivos.”
Ao defender a estratégia americana na luta contra o terror, Cheney sustentou que os EUA já libertaram 50 milhões de pessoas derrubando os regimes de Saddam Hussein e dos talebã, “dois dos piores regimes dos tempos modernos, uma conquista muito significativa”.
Na sua opinião, “ não faz sentido pensar que recuar, abandonar o Oriente Médio, deixar o Iraque, nos dará garantia de segurança em casa. O 11 de setembro acabou com isso. Perdemos 3 mil pessoas naquele dia. Dezenove homens, terroristas armados com estiletes de cortar caixas de papelão, vieram até os EUA e causaram um enorme estrago. Se recuarmos, eles ocuparão o espaço, não interessa onde seja. Este é um conflito global. Vimos ataques em Londres, Casablanca, Madri, Istambul e Mombaça. Eles continurarão, estejamos ou não no Iraque. O Iraque se tornou um refúgio para terroristas e será usado para lançar ataques contra nossos amigos e aliados em outras partes do mundo”.
Cheney manifestou preocupação com o possível teste de um míssil de longo alcance pela Coréia do Norte: “Este é um regime que não é transparente, que acreditamos que esteja desenvolvendo armas nucleares e que agora colocou um míssil numa base de lançamento sem dizer do que se trata.”
Quanto ao programa nuclear do Irã, o vice declara que “estamos procurando uma solução diplomática mas não tiramos nenhuma opção da mesa”, ou seja, não exclui a possibilidade de uso da força.
O vice-presidente americano defendeu o programa de monitoramento, assim como a invasão do Iraque, como “políticas essenciais para a nação. Nem eu nem o presidente somos candidatos a nada. Fazemos o que achamos que é certo”.
Economia americana desacelera-se para crescimento moderado
O índice que reúne os 10 principais indicadores da economia dos Estados Unidos caiu 0,6% em maio, sugerindo que a maior economia do mundo está se desacelerando para um ritmo de crescimento "lentou ou moderado". Este índice caíra 0,1% em abril. Baixou em três dos quatro últimos meses.
A maioria dos economistas previa uma queda de 0,4%. Sete dos 10 indicadores foram negativos em maio. Nos últimos seis meses, a queda foi de 0,2%, com a metade dos 10 indicadores mostrando debilidade.
Com o impacto acumulado de esfriamento do mercado imobilário, alta nos preços de energia, queda na confiança eo consumidor, alta nas taxas de juros e até mesmo aumento de impostos em algumas regiões, a economia se desacelerou, observa o economista Ken Goldstein, do Conference Board, a instituição privada que fez os cálculos.
Entre os fatores positivos, o aumento das encomendas de bens de capital e de bens de consumo.
A maioria dos economistas previa uma queda de 0,4%. Sete dos 10 indicadores foram negativos em maio. Nos últimos seis meses, a queda foi de 0,2%, com a metade dos 10 indicadores mostrando debilidade.
Com o impacto acumulado de esfriamento do mercado imobilário, alta nos preços de energia, queda na confiança eo consumidor, alta nas taxas de juros e até mesmo aumento de impostos em algumas regiões, a economia se desacelerou, observa o economista Ken Goldstein, do Conference Board, a instituição privada que fez os cálculos.
Entre os fatores positivos, o aumento das encomendas de bens de capital e de bens de consumo.
SuperJapão começa a se recuperar
O adversário do Brasil hoje na Copa é um dos países mais fascinantes do mundo. Reenasceu das cinzas radioativas da bomba atômica para se tornar a segunda maior economia do mundo. Nos anos 80, o SuperJapão era visto como uma superpotência econômica e industrial capaz de rivalizar com os Estados Unidos. Era o país do futuro.
No momento, o Japão vive uma crise de identidade. A bolha especulativa da riqueza dos anos 80, quando os japoneses pagavam US$ 500 por uma xícara de café especial ou US$ 500 mil por um título de sócio de um clube de golfe, estourou em 1991.
O país passou por uma década de estagnação econômica e deflação da qual só agora começa a sair, enquanto a vizinha e inimiga histórica China iniciava um ciclo de crescimento sem precedentes na história econômica. Com uma das maiores expectativas de vida, sua população envelhece. Em breve, haverá dois trabalhadores por aposentado. A segurança na velhice é uma grande preocupação, o que faz dos japoneses grandes poupadores.
Foi uma estagnação em alto nível. Com US$ 5 trilhões de produto interno bruto e uma população de 130 milhões de habitantes, os japoneses têm um dos padrões de vida mais altos do mundo. É uma sociedade estável com os índices de criminalidade entre os mais baixos do mundo.
Apesar da crise, quem entrava numa loja de eletroeletrônicos japonesa tinha a impressão de entrar no futuro. A capacidade industrial e a qualidade dos produtos do Japão viraram símbolos de excelência.
O programa de qualidade total das empresas, elemento central do paradigma de negócios da empresa na era da globalização, é conhecido como toyotismo. É uma referência a métodos de produção adotados em 1948 pela fábrica de automóveis Toyota, que será a maior do mundo com a crise das americanas General Motors e Ford, símbolos da empresa verticalizada da era industrial que precedeu à sociedade da informação. Suas bases são a descentralização e a autonomia para tomar decisões no chão da fábrica, estimulando a participação dos trabalhadores no processo de produção.
Com a crise, o mercado imobiliário desabou, as empresas ficaram com excesso de capacidade e o sistema financeiro com dívidas incobráveis de US$ 1 trilhão.
Sem aumento da demanda privada, o conservador governo do Japão passou uma década tentando estimular a economia com obras públicas. Tentou a todo custo evitar uma quebradeira generalizada como aconteceria no capitalismo americano. Ficou à espera de um ciclo de expansão econômica para lidar com os problemas. Acumulou uma dívida pública de 140% do PIB, que não é um problema porque o país tem reservas cambiais de US$ 800 bilhões e uma poupança interna de trilhões. Isto atrasou a solução da crise mas evitou traumas, como gosta a conservadora sociedade japonesa.
É uma sociedade que opera por consenso. Fica difícil escolher quem vai quebrar.
Agora o Japão volta crescer 3,1% ao ano, surfando na onda do desenvolvimento asiático. A China tornou-se uma parceira econômica do porte dos EUA.
Os portugueses foram os primeiros ocidentais a chegar ao Japão, na era dos descobrimentos. Ingleses, franceses e holandeses também estiveram lá. Mas o Japão praticamente se fechou ao mundo exterior durante o período do xogunato, especialmente da última dinastia, do xogunato Tokugawa (1603-1868).
Quando o almirante americano Matthew Perry bombardeou o porto de Tóquio para abrir o Japão ao "livre comércio", em 1853, os japoneses entenderam que a única maneira de resistir à expansão imperialista do Ocidente era se modernizar, se industrializar, se ocidentalizar e competir de igual para igual. Caso contrário, o Japão seria colonizado.
A modernização do Japão foi um processo extraordinário. Em 1868, é restaurado o poder do imperador. Começa a Era Meiji com a adoção de métodos e padrões ocidentais, das roupas à administração.
Logo o Japão se tornou uma potência. Em 1894-95, derrotou a China na Guerra Sino-Japonesa, ocupando Taiwan, de onde só sairia em 1945.
No início do século 20, o Japão foi o primeiro país a derrotar um adversário branco e europeu desde que a expansão do Império Otomano foi barrada às portas de Viena em 14 de julho de 1683. Em 1904-05, o Japão derrotou a Rússia na Guerra do Pacífico.
Numa sociedade muito violenta politicamente, os comunistas foram dizimados no começo do século 20. Na década de 20, o regime político assume um caráter fascista que levaria o país a se aliar à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini na Segunda Guerra Mundial.
O Japão invade a província chinesa da Mandchúria em 1931 e a China em 1937, dando início à Segunda Guerra Mundial na Ásia. No Massacre de Nanquim, uma antiga capital chinesa, os fascistas japoneses do Exército Imperial mataram 200 mil pessoas. Isto é até hoje motivo de discórdia entre os dois país porque, ao contrário da Alemanha, o Japão nunca pediu desculpas pelos seus crimes de guerra.
Toda vez que o primeiro-ministro japonês visita o santuário xintoísta de Yasukuni, onde estão enterrados criminosos de guerra, no centro de Tóquio, a China, a Coréia, a Indonésia e outros países da região protestam.
Nos livros de história japoneses, o Japão estava libertando os asiáticos do imperalismo ocidental. Mas eles não se sentiam sendo libertados, suas mulheres foram escravizadas sexualmente pelos soldados japoneses e todas estas feridas continuam abertas até hoje.
Depois de derrotar a China e a Rússia, o Japão atacou, na Segunda Guerra Mundial, os impérios britânico, francês e holandês na Ásia, assim como os EUA.
Sob pressão de um embargo econômico americano, o Japão atacou a frota dos EUA baseada em Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, atraindo os americanos para a guerra.
A guerra no Pacífico só terminou em 15 de agosto de 1945, três meses após a rendição alemã, depois que os EUA jogaram duas bombas atômicas, em Hiroxima, em 6 de agosto de 1945, e em Nagasaque, em 9 de agosto de 1945.
Ocupado pelos EUA, o Japão promoveu uma reforma agrária e aceitou uma Constituição que o proíbe de operar militarmente fora de seu território e de possuir armas atômicas. Mas todo o mundo acredita que o Japão tenha capacidade tecnológica para fazer a bomba quando quiser.
Sob o guarda-chuva nuclear dos EUA, tornou-se um aliado fundamental dos americanos na Guerra Fria, que na Ásia foi quente, especialmente a partir da Guerra da Coréia (1950-53).
Começou então o extraordinário crescimento que o elevou a segunda maior economia do mundo, símbolo de excelência e qualidade tecnológica, especialmente na indústria eletroeletrônica e automobilística, criando marcas universalmente prestigiadas como Sony, Panasonic, Toyota e Honda.
É um sucesso baseado numa grande poupança interna, que permitiu ao Banco do Japão oferecer crédito barato às empresas, disciplina, trabalho árduo e uma obsessão pela qualidade total. Mas no futebol, sou mais Brasil.
No momento, o Japão vive uma crise de identidade. A bolha especulativa da riqueza dos anos 80, quando os japoneses pagavam US$ 500 por uma xícara de café especial ou US$ 500 mil por um título de sócio de um clube de golfe, estourou em 1991.
O país passou por uma década de estagnação econômica e deflação da qual só agora começa a sair, enquanto a vizinha e inimiga histórica China iniciava um ciclo de crescimento sem precedentes na história econômica. Com uma das maiores expectativas de vida, sua população envelhece. Em breve, haverá dois trabalhadores por aposentado. A segurança na velhice é uma grande preocupação, o que faz dos japoneses grandes poupadores.
Foi uma estagnação em alto nível. Com US$ 5 trilhões de produto interno bruto e uma população de 130 milhões de habitantes, os japoneses têm um dos padrões de vida mais altos do mundo. É uma sociedade estável com os índices de criminalidade entre os mais baixos do mundo.
Apesar da crise, quem entrava numa loja de eletroeletrônicos japonesa tinha a impressão de entrar no futuro. A capacidade industrial e a qualidade dos produtos do Japão viraram símbolos de excelência.
O programa de qualidade total das empresas, elemento central do paradigma de negócios da empresa na era da globalização, é conhecido como toyotismo. É uma referência a métodos de produção adotados em 1948 pela fábrica de automóveis Toyota, que será a maior do mundo com a crise das americanas General Motors e Ford, símbolos da empresa verticalizada da era industrial que precedeu à sociedade da informação. Suas bases são a descentralização e a autonomia para tomar decisões no chão da fábrica, estimulando a participação dos trabalhadores no processo de produção.
Com a crise, o mercado imobiliário desabou, as empresas ficaram com excesso de capacidade e o sistema financeiro com dívidas incobráveis de US$ 1 trilhão.
Sem aumento da demanda privada, o conservador governo do Japão passou uma década tentando estimular a economia com obras públicas. Tentou a todo custo evitar uma quebradeira generalizada como aconteceria no capitalismo americano. Ficou à espera de um ciclo de expansão econômica para lidar com os problemas. Acumulou uma dívida pública de 140% do PIB, que não é um problema porque o país tem reservas cambiais de US$ 800 bilhões e uma poupança interna de trilhões. Isto atrasou a solução da crise mas evitou traumas, como gosta a conservadora sociedade japonesa.
É uma sociedade que opera por consenso. Fica difícil escolher quem vai quebrar.
Agora o Japão volta crescer 3,1% ao ano, surfando na onda do desenvolvimento asiático. A China tornou-se uma parceira econômica do porte dos EUA.
Os portugueses foram os primeiros ocidentais a chegar ao Japão, na era dos descobrimentos. Ingleses, franceses e holandeses também estiveram lá. Mas o Japão praticamente se fechou ao mundo exterior durante o período do xogunato, especialmente da última dinastia, do xogunato Tokugawa (1603-1868).
Quando o almirante americano Matthew Perry bombardeou o porto de Tóquio para abrir o Japão ao "livre comércio", em 1853, os japoneses entenderam que a única maneira de resistir à expansão imperialista do Ocidente era se modernizar, se industrializar, se ocidentalizar e competir de igual para igual. Caso contrário, o Japão seria colonizado.
A modernização do Japão foi um processo extraordinário. Em 1868, é restaurado o poder do imperador. Começa a Era Meiji com a adoção de métodos e padrões ocidentais, das roupas à administração.
Logo o Japão se tornou uma potência. Em 1894-95, derrotou a China na Guerra Sino-Japonesa, ocupando Taiwan, de onde só sairia em 1945.
No início do século 20, o Japão foi o primeiro país a derrotar um adversário branco e europeu desde que a expansão do Império Otomano foi barrada às portas de Viena em 14 de julho de 1683. Em 1904-05, o Japão derrotou a Rússia na Guerra do Pacífico.
Numa sociedade muito violenta politicamente, os comunistas foram dizimados no começo do século 20. Na década de 20, o regime político assume um caráter fascista que levaria o país a se aliar à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini na Segunda Guerra Mundial.
O Japão invade a província chinesa da Mandchúria em 1931 e a China em 1937, dando início à Segunda Guerra Mundial na Ásia. No Massacre de Nanquim, uma antiga capital chinesa, os fascistas japoneses do Exército Imperial mataram 200 mil pessoas. Isto é até hoje motivo de discórdia entre os dois país porque, ao contrário da Alemanha, o Japão nunca pediu desculpas pelos seus crimes de guerra.
Toda vez que o primeiro-ministro japonês visita o santuário xintoísta de Yasukuni, onde estão enterrados criminosos de guerra, no centro de Tóquio, a China, a Coréia, a Indonésia e outros países da região protestam.
Nos livros de história japoneses, o Japão estava libertando os asiáticos do imperalismo ocidental. Mas eles não se sentiam sendo libertados, suas mulheres foram escravizadas sexualmente pelos soldados japoneses e todas estas feridas continuam abertas até hoje.
Depois de derrotar a China e a Rússia, o Japão atacou, na Segunda Guerra Mundial, os impérios britânico, francês e holandês na Ásia, assim como os EUA.
Sob pressão de um embargo econômico americano, o Japão atacou a frota dos EUA baseada em Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, atraindo os americanos para a guerra.
A guerra no Pacífico só terminou em 15 de agosto de 1945, três meses após a rendição alemã, depois que os EUA jogaram duas bombas atômicas, em Hiroxima, em 6 de agosto de 1945, e em Nagasaque, em 9 de agosto de 1945.
Ocupado pelos EUA, o Japão promoveu uma reforma agrária e aceitou uma Constituição que o proíbe de operar militarmente fora de seu território e de possuir armas atômicas. Mas todo o mundo acredita que o Japão tenha capacidade tecnológica para fazer a bomba quando quiser.
Sob o guarda-chuva nuclear dos EUA, tornou-se um aliado fundamental dos americanos na Guerra Fria, que na Ásia foi quente, especialmente a partir da Guerra da Coréia (1950-53).
Começou então o extraordinário crescimento que o elevou a segunda maior economia do mundo, símbolo de excelência e qualidade tecnológica, especialmente na indústria eletroeletrônica e automobilística, criando marcas universalmente prestigiadas como Sony, Panasonic, Toyota e Honda.
É um sucesso baseado numa grande poupança interna, que permitiu ao Banco do Japão oferecer crédito barato às empresas, disciplina, trabalho árduo e uma obsessão pela qualidade total. Mas no futebol, sou mais Brasil.
Al-Zawahiri convoca afegãos para guerra
Em vídeo divulgado ontem em sítios de Internet de fundamentalistas islâmicos, o segundo maior líder da rede terrorista Al Caeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, convocou os jovens do Afeganistão para aderir à luta para vingar os "crimes cometidos pelos americanos contra o povo afegão".
O lugar-tenente de Ossama ben Laden, que estaria foragido nas montanhas entre o Paquistão e o Afeganistão, apelou aos jovens das universidades de Cabul a se rebelar e "se juntar aos mujahedins [guerreiros muçulmanos]para atacar os invasores e libertar o Afeganistão muçulmano". Tenta tirar proveito dos protestos de 29 de maio na capital afegã, que terminaram com dezenas de mortes, o que indica que foi gravada depois daquele dia.
Al-Zawahiri denuncia a profanação do Corão, livro sagrado dos muçulmanos, na prisão da base militar americana em Bagram, no Afeganistão, e no centro de detenção criado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba. Também criticou o que chamou de insultos contra os muçulmanos na Dinamarca, na França e na Itália.
Ao contrário de mensagens anteriores dirigidos ao povo americano, desta vez o vídeo não tinha legendas em inglês. O homem que é considerado o principal estrategista d'al Caeda falou em árabe e os sítios de Internet traduziram a mensagem para pachtum e fársi, duas línguas muito faladas no Afeganistão.
Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, para se vingar dos atentados de 11 de setembro de 2001, cometidos pela Caeda, e derrubaram o regime fundamentalista da Milícia dos Estudantes (Talebã), que abrigava os centros de treinamento da rede terrorista.
O lugar-tenente de Ossama ben Laden, que estaria foragido nas montanhas entre o Paquistão e o Afeganistão, apelou aos jovens das universidades de Cabul a se rebelar e "se juntar aos mujahedins [guerreiros muçulmanos]para atacar os invasores e libertar o Afeganistão muçulmano". Tenta tirar proveito dos protestos de 29 de maio na capital afegã, que terminaram com dezenas de mortes, o que indica que foi gravada depois daquele dia.
Al-Zawahiri denuncia a profanação do Corão, livro sagrado dos muçulmanos, na prisão da base militar americana em Bagram, no Afeganistão, e no centro de detenção criado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba. Também criticou o que chamou de insultos contra os muçulmanos na Dinamarca, na França e na Itália.
Ao contrário de mensagens anteriores dirigidos ao povo americano, desta vez o vídeo não tinha legendas em inglês. O homem que é considerado o principal estrategista d'al Caeda falou em árabe e os sítios de Internet traduziram a mensagem para pachtum e fársi, duas línguas muito faladas no Afeganistão.
Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, para se vingar dos atentados de 11 de setembro de 2001, cometidos pela Caeda, e derrubaram o regime fundamentalista da Milícia dos Estudantes (Talebã), que abrigava os centros de treinamento da rede terrorista.
quarta-feira, 21 de junho de 2006
Brasil deve ter capacidade nuclear, diz estrategista
O Brasil deve desenvolver a capacidade de produzir armas nucleares, afirmou hoje o historiador militar Martin van Creveld, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, e autor de livros importantes como Comando na Guerra e A Transformação da Guerra.
Na segunda de uma série de palestras na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, Van Creveld declarou que as armas nucleares tornaram a guerra convencional obsoleta e tem sido um fator decisivo para a paz internacional: “Até 1945, as Forças Armadas cresciam e as guerras eram cada vez maiores. Desde então, estão diminuindo”.
Van Creveld sabe que “o Brasil assinou vários tratados renunciando a armas atômicas mas é uma tolice não ter pelo menos a capacidade nuclear caso um dia seja necessária”. E acrescentou mais tarde: “A questão básica sobre armas nucleares é não usá-las”. Servem para dissuadir qualquer inimigo.
Ao abordar a transformação da guerra e os temas para a próxima guerra, Van Creveld disse que ia falar de mísseis, tanques e facas: “Quando digo tanques, estou me referindo a tanques, canhões, blindados, grandes sistemas de armas, armas e guerras convencionais. Estão desaparecendo, perdendo importância, em Israel e no resto do mundo. As Marinhas de guerra estão diminuindo. Nos EUA, em 1944, havia 4 milhões de marinheiros; hoje, são 500 mil.”
Ele lembrou que “nenhum país travou mais guerras desde 1945 do que Israel. As Forças Armadas de Israel atingiram o pico entre 1982-85, durante a invasão ao Líbano. Desde 1945, nenhum Exército de segunda classe enfrentou outro de segunda classe. Ou não há inimigo ou o inimigo é muito fraco. Você pode vencer inimigos fracos como a Sérvia, que tem a 63º exército do mundo. Mas não há mais grandes gueerras entre países importantes”. Na era nuclear, uma guerra total é suicídio.
“Qualquer país que tenha uma infra-estrutura razoável será capaz de fabricar mísseis e colocar neles uma carga nuclear, até mesmo o Paquistão, com uma renda per capita de pouco mais de US$ 300, ou a Coréia do Norte, onde o povo está passando fome”, afirmou o professor israelense.
Na sua opinião, “a proliferação nuclear é boa, maravilhosa. Pós fim a guerras grandes e perigosas, primeiro entre as grandes potências, depois entre seus aliados”.
“O primeiro-ministro paquistanês dizia que não há dois países que se odeiem tanto quanto a Índia e o Paquistão”, prosseguiu o historiador militar. “Travaram três guerras desde que se tornaram independentes do Império Britânico, em 1947. Depois que desenvolveram bombas atômicas, nos anos 70, não entraram mais em guerra”.
Israel lutou em média uma guerra a cada cinco anos, acrescentou Van Creveld. “Desde que fez a bomba, está há 33 anos sem guerras, com exceção da invasão do Líbano. Mesmo Stalin e Mão, que disse que não se preocuparia se 300 milhões de pessoas morressem, entraram numa guerra nuclear”.
VITÓRIA IMPOSSÍVEL
A razão: as armas nucleares cortaram o vínculo entre vitória e sobrevivência. “Desde 1945, fala-se em defesa antimísseis”, observa o professor. “Até agora, ninguém conseguiu. Ou o sistema não é suficientemente preciso ou precisa provocar uma grande explosão. Se você precisar de 5 megatons para colocar um míssil fora de sua rota, vão provocar uma explosão dessas sobre Nova Iorque?”
Se a Coréia do Norte testar um míssil de longo alcance, os EUA tentarão derrubá-lo. “Se fracassarem, será pior ainda”.
Quando se refere a facas, Van Creveld quer falar de armas rudimentares usadas por grupos irregulares, guerrilheiros, terroristas e criminosos. “Começou em 1941, quando a Alemanha invadiu a Iugoslávia, depois um intenso bombardeio aéreo. Em duas semanas de guerra terrestre, só morreram 200 alemães. Mas era só o começo. A queda da Iugoslávia não era o fim do conflito. No Iraque, 94% dos soldados americanos morreram depois que o presidente George W. Bush anunciou o fim dos grandes combates”, em 1º de maio de 2003. “Os EUA gastam US$ 100 bilhões por ano no Iraque, sem derrotar a insurgência”.
Seu veredito é duro: “Os exércitos convencionais são quase inúteis. Israel tem milhares de tanques. Na Faixa de Gaza, o poder aéreo é irrelevantes. Em quatro anos, na Segunda Guerra Mundial, morreram 800 mil iugoslavos. Os franceses mataram entre 200 e 800 mil na Argélia, perdendo apenas 3 mil soldados. Os soviéticos mataram centenas de milhares no Afeganistão”.
Conclusão: “Vivemos num mundo onde a guerra convencional está desaparecendo por causa de mísseis e armas atômicas. Mas não é o fim da guerra. As facas estão ganhando”.
Outro exemplo: “Nos últimos 40 anos, os EUA têm capacidade de destruir qualquer país em 70 minutos. Por esta razão, os tanques são obsoletos. Os EUA tionham 6,3 milhões de soldados em 1969, 1,8 milhão no final da Guerra Fria e 1,3 milhão hoje. Toda a modernização foi incapaz de lidar com as facas no Vietnã, no Líbano, na Somália e agora no Iraque.”
O problema dos exércitos convencionais é que “foram criados e treinados para enfrentar outros exércitos. São obsoletos. Precisam enfrentar as facas. Cada vez mais o Exército de Israel age como polícia nos terroritórios palestinos. Quando disse isso, um oficial ficou furioso. Mas é o que ele vem fazendo há décadas.
Foi um ministro da Defesa da Índia que explicou ao professor Van Creveld qual foi “a lição da Guerra do Golfo de 1991 foi: se quiser enfrentar os EUA, primeiro tenha armas nucleares”.
Depois da invasão do Iraque, aparentemente é o que estão fazendo o Irã e a Coréia do Norte, os outros países que Bush colocou no “eixo do mal” num famoso discurso no início de 2002, começando a preparar a opinião pública americana para a invasão do Iraque.
GUERRA SUICIDA
Para Van Creveld, as armas atômicas tornaram superada a máxima do grande estrategista alemão Karl von Clausewitz segundo a qual “a guerra é a continuação da política por outros meios”: “O suicídio não pode ser a base de nenhuma política e guerra nuclear é suicídio. As armas nucleares são uma espada de Dâmocles pairando sobre nossas cabeças e não há como aboli-las. Ninguém pode prever o resultado de uma guerra nuclear. O perigo de uma escalada força os países a se comportarem, uma garantia de que os tanques continuarão em declínio”.
Até hoje, só a África do Sul abriu mão de seus armas atômicas. O professor Van Creveld perguntou ao então presidente sul-africano, Frederick de Klerk, onde ele tinha colocado as peças. A resposta foi uma gargalhada. A capacidade nuclear não foi eliminada.
Quanto à crise gerada pelo programa nuclear do Irã, o professor israelense falou que “Bush é um homem muito perigoso. Se eu estivesse em Teerã, faria tudo para construir armas atômicas. Um Irã nuclearizado não será mais perigoso do que a índia, o Paquistão ou Israel. Os países nucleares são menos perigosos porque não têm medo de serem destruídos.”
Sobre o risco para Israel, observou que “o Irã é um país distante e temos capacidade de lançar um segundo ataque. Mas não temos condições de fazer o que fizemos no Iraque [onde Israel destruiu o reator de Osirak em 1981, destruindo o programa nuclear de Saddam Hussein]. É um país muito maior, com forças mais poderosas e as instalações nucleares estão dispersas e camufladas”.
De qualquer maneira, o ex-primeiro-ministro Shimon Peres mandou um recado ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad: “O Irã também pode ser destruído”.
“Durante 300 anos, as guerras foram travadas entre países”, notou o professor. “Os mísseis tornaram impossível a guerra entre países poderosos. Hoje temos guerras de agentes não-governamentais. Eles não pode ser aniquilados por bombas porque não têm territórios nem fronteiras. São inimigos que vivem na mesma cidade, no mesmo bairro. Não se pode bombardeá-los. Mas eles podem atacar até mesmo com uma faca de cozinha.”
Na segunda de uma série de palestras na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, Van Creveld declarou que as armas nucleares tornaram a guerra convencional obsoleta e tem sido um fator decisivo para a paz internacional: “Até 1945, as Forças Armadas cresciam e as guerras eram cada vez maiores. Desde então, estão diminuindo”.
Van Creveld sabe que “o Brasil assinou vários tratados renunciando a armas atômicas mas é uma tolice não ter pelo menos a capacidade nuclear caso um dia seja necessária”. E acrescentou mais tarde: “A questão básica sobre armas nucleares é não usá-las”. Servem para dissuadir qualquer inimigo.
Ao abordar a transformação da guerra e os temas para a próxima guerra, Van Creveld disse que ia falar de mísseis, tanques e facas: “Quando digo tanques, estou me referindo a tanques, canhões, blindados, grandes sistemas de armas, armas e guerras convencionais. Estão desaparecendo, perdendo importância, em Israel e no resto do mundo. As Marinhas de guerra estão diminuindo. Nos EUA, em 1944, havia 4 milhões de marinheiros; hoje, são 500 mil.”
Ele lembrou que “nenhum país travou mais guerras desde 1945 do que Israel. As Forças Armadas de Israel atingiram o pico entre 1982-85, durante a invasão ao Líbano. Desde 1945, nenhum Exército de segunda classe enfrentou outro de segunda classe. Ou não há inimigo ou o inimigo é muito fraco. Você pode vencer inimigos fracos como a Sérvia, que tem a 63º exército do mundo. Mas não há mais grandes gueerras entre países importantes”. Na era nuclear, uma guerra total é suicídio.
“Qualquer país que tenha uma infra-estrutura razoável será capaz de fabricar mísseis e colocar neles uma carga nuclear, até mesmo o Paquistão, com uma renda per capita de pouco mais de US$ 300, ou a Coréia do Norte, onde o povo está passando fome”, afirmou o professor israelense.
Na sua opinião, “a proliferação nuclear é boa, maravilhosa. Pós fim a guerras grandes e perigosas, primeiro entre as grandes potências, depois entre seus aliados”.
“O primeiro-ministro paquistanês dizia que não há dois países que se odeiem tanto quanto a Índia e o Paquistão”, prosseguiu o historiador militar. “Travaram três guerras desde que se tornaram independentes do Império Britânico, em 1947. Depois que desenvolveram bombas atômicas, nos anos 70, não entraram mais em guerra”.
Israel lutou em média uma guerra a cada cinco anos, acrescentou Van Creveld. “Desde que fez a bomba, está há 33 anos sem guerras, com exceção da invasão do Líbano. Mesmo Stalin e Mão, que disse que não se preocuparia se 300 milhões de pessoas morressem, entraram numa guerra nuclear”.
VITÓRIA IMPOSSÍVEL
A razão: as armas nucleares cortaram o vínculo entre vitória e sobrevivência. “Desde 1945, fala-se em defesa antimísseis”, observa o professor. “Até agora, ninguém conseguiu. Ou o sistema não é suficientemente preciso ou precisa provocar uma grande explosão. Se você precisar de 5 megatons para colocar um míssil fora de sua rota, vão provocar uma explosão dessas sobre Nova Iorque?”
Se a Coréia do Norte testar um míssil de longo alcance, os EUA tentarão derrubá-lo. “Se fracassarem, será pior ainda”.
Quando se refere a facas, Van Creveld quer falar de armas rudimentares usadas por grupos irregulares, guerrilheiros, terroristas e criminosos. “Começou em 1941, quando a Alemanha invadiu a Iugoslávia, depois um intenso bombardeio aéreo. Em duas semanas de guerra terrestre, só morreram 200 alemães. Mas era só o começo. A queda da Iugoslávia não era o fim do conflito. No Iraque, 94% dos soldados americanos morreram depois que o presidente George W. Bush anunciou o fim dos grandes combates”, em 1º de maio de 2003. “Os EUA gastam US$ 100 bilhões por ano no Iraque, sem derrotar a insurgência”.
Seu veredito é duro: “Os exércitos convencionais são quase inúteis. Israel tem milhares de tanques. Na Faixa de Gaza, o poder aéreo é irrelevantes. Em quatro anos, na Segunda Guerra Mundial, morreram 800 mil iugoslavos. Os franceses mataram entre 200 e 800 mil na Argélia, perdendo apenas 3 mil soldados. Os soviéticos mataram centenas de milhares no Afeganistão”.
Conclusão: “Vivemos num mundo onde a guerra convencional está desaparecendo por causa de mísseis e armas atômicas. Mas não é o fim da guerra. As facas estão ganhando”.
Outro exemplo: “Nos últimos 40 anos, os EUA têm capacidade de destruir qualquer país em 70 minutos. Por esta razão, os tanques são obsoletos. Os EUA tionham 6,3 milhões de soldados em 1969, 1,8 milhão no final da Guerra Fria e 1,3 milhão hoje. Toda a modernização foi incapaz de lidar com as facas no Vietnã, no Líbano, na Somália e agora no Iraque.”
O problema dos exércitos convencionais é que “foram criados e treinados para enfrentar outros exércitos. São obsoletos. Precisam enfrentar as facas. Cada vez mais o Exército de Israel age como polícia nos terroritórios palestinos. Quando disse isso, um oficial ficou furioso. Mas é o que ele vem fazendo há décadas.
Foi um ministro da Defesa da Índia que explicou ao professor Van Creveld qual foi “a lição da Guerra do Golfo de 1991 foi: se quiser enfrentar os EUA, primeiro tenha armas nucleares”.
Depois da invasão do Iraque, aparentemente é o que estão fazendo o Irã e a Coréia do Norte, os outros países que Bush colocou no “eixo do mal” num famoso discurso no início de 2002, começando a preparar a opinião pública americana para a invasão do Iraque.
GUERRA SUICIDA
Para Van Creveld, as armas atômicas tornaram superada a máxima do grande estrategista alemão Karl von Clausewitz segundo a qual “a guerra é a continuação da política por outros meios”: “O suicídio não pode ser a base de nenhuma política e guerra nuclear é suicídio. As armas nucleares são uma espada de Dâmocles pairando sobre nossas cabeças e não há como aboli-las. Ninguém pode prever o resultado de uma guerra nuclear. O perigo de uma escalada força os países a se comportarem, uma garantia de que os tanques continuarão em declínio”.
Até hoje, só a África do Sul abriu mão de seus armas atômicas. O professor Van Creveld perguntou ao então presidente sul-africano, Frederick de Klerk, onde ele tinha colocado as peças. A resposta foi uma gargalhada. A capacidade nuclear não foi eliminada.
Quanto à crise gerada pelo programa nuclear do Irã, o professor israelense falou que “Bush é um homem muito perigoso. Se eu estivesse em Teerã, faria tudo para construir armas atômicas. Um Irã nuclearizado não será mais perigoso do que a índia, o Paquistão ou Israel. Os países nucleares são menos perigosos porque não têm medo de serem destruídos.”
Sobre o risco para Israel, observou que “o Irã é um país distante e temos capacidade de lançar um segundo ataque. Mas não temos condições de fazer o que fizemos no Iraque [onde Israel destruiu o reator de Osirak em 1981, destruindo o programa nuclear de Saddam Hussein]. É um país muito maior, com forças mais poderosas e as instalações nucleares estão dispersas e camufladas”.
De qualquer maneira, o ex-primeiro-ministro Shimon Peres mandou um recado ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad: “O Irã também pode ser destruído”.
“Durante 300 anos, as guerras foram travadas entre países”, notou o professor. “Os mísseis tornaram impossível a guerra entre países poderosos. Hoje temos guerras de agentes não-governamentais. Eles não pode ser aniquilados por bombas porque não têm territórios nem fronteiras. São inimigos que vivem na mesma cidade, no mesmo bairro. Não se pode bombardeá-los. Mas eles podem atacar até mesmo com uma faca de cozinha.”
Europa apóia Bush contra Irã e Coréia do Norte
Durante uma reunião de cúpula dos Estados Unidos com a União Européia para superar o racha transatlântico pela invasão do Iraque, o presidente George Walker Bush recebeu apoio decidido dos europeus para suas posições duras contra os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte.
Apesar das divergências sobre Iraque, a prisão na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, e comércio, Bush recebeu a solidariedade do chanceler (primeiro-ministro) austríaco Wolfgang Schüssel, que ocupa até o final do mês a presidência rotativa da UE.
Depois de dizer que o próprio presidente americano levantou a questão dos 460 prisioneiros de guerra detidos em Guantânamo, Schüssel desculpou os abusos cometidos pelos EUA na guerra contra o terrorismo: “Precisamos ser justos com o outro lado do Atlântico. Precisamos entender o significado do 11 de setembro para o povo americano.”
A questão de Guantânamo agravou-se com o suicídio de três presos em 10 de junho. Desde que a prisão foi instalada, no início de 2003, as organizações de defesa dos direitos humanos e vários países protestaram contra o conceito de “combatentes ilegais”, usado pelo governo Bush para lhes negar os direitos dos prisioneiros de guerra previstos nas Convenções de Genebra, alegando que não pertenciam a exércitos regulares, não usavam uniforme e não obedeciam a uma hierarquia.
Bush disse que gostaria de fechar o centro de detenção mas definiu alguns dos detentos como “assassinos a sangue frio”.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu hoje responder até meados de agosto às propostas das cinco potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha para que a república islãmica suspenda seu programa nuclear. Bush exige a paralisação imediata do enriquecimento de urânio mas o Irã só aceita negociar sem precondições e considerou o prazo dado por Ahmadinejad “muito longo”.
Quanto à Coréia do Norte, que estaria para testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano, o presidente dos EUA comentou que “as pessoas ficam nervosas quando regimes não-transparentes que anunciaram ter produzido bombas nucleares disparam mísseis”. Sob intensa pressão, o regime stalinista de Pionguiangue poderia estar fazendo uma chantagem para abrir negociações diretas com os EUA, uma antiga aspiração.
Apesar das divergências sobre Iraque, a prisão na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, e comércio, Bush recebeu a solidariedade do chanceler (primeiro-ministro) austríaco Wolfgang Schüssel, que ocupa até o final do mês a presidência rotativa da UE.
Depois de dizer que o próprio presidente americano levantou a questão dos 460 prisioneiros de guerra detidos em Guantânamo, Schüssel desculpou os abusos cometidos pelos EUA na guerra contra o terrorismo: “Precisamos ser justos com o outro lado do Atlântico. Precisamos entender o significado do 11 de setembro para o povo americano.”
A questão de Guantânamo agravou-se com o suicídio de três presos em 10 de junho. Desde que a prisão foi instalada, no início de 2003, as organizações de defesa dos direitos humanos e vários países protestaram contra o conceito de “combatentes ilegais”, usado pelo governo Bush para lhes negar os direitos dos prisioneiros de guerra previstos nas Convenções de Genebra, alegando que não pertenciam a exércitos regulares, não usavam uniforme e não obedeciam a uma hierarquia.
Bush disse que gostaria de fechar o centro de detenção mas definiu alguns dos detentos como “assassinos a sangue frio”.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu hoje responder até meados de agosto às propostas das cinco potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha para que a república islãmica suspenda seu programa nuclear. Bush exige a paralisação imediata do enriquecimento de urânio mas o Irã só aceita negociar sem precondições e considerou o prazo dado por Ahmadinejad “muito longo”.
Quanto à Coréia do Norte, que estaria para testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano, o presidente dos EUA comentou que “as pessoas ficam nervosas quando regimes não-transparentes que anunciaram ter produzido bombas nucleares disparam mísseis”. Sob intensa pressão, o regime stalinista de Pionguiangue poderia estar fazendo uma chantagem para abrir negociações diretas com os EUA, uma antiga aspiração.
Liderar é administrar incertezas
O desafio dos líderes é lidar com as incertezas e o maior desafio de todos é fazer isto como comandante militar. Além de tomar decisões que podem significar a morte de seus colegas, ele opera no ambiente mais incerto de todos: a guerra.
Este foi o tema da primeira de três palestras que um dos mais remonados especialistas em estratégia e guerras pós-modernas, o professor Martin van Creveld, da Universidade Hebraica de Jerusalém, faz esta semana na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro: o comando na guerra.
“A essência do comando, que é lidar com a incerteza, não mudou com o progresso tecnológico”, observa Van Creveld.
Há três maneiras de exercer a liderança, comentou o palestrante:
• Punição: os subordinados seguem ordens porque têm medo da punição. Para o imperador Frederico, o Grande, da Prússia, os soldados deveriam temer mais seus oficiais superiores do que o inimigo.
• Recompensa: promoções, honrarias, vantagens financeiras. Platão disse que quem tem sucesso na guerra deve beijar e ser beijado. Napoleão também prometia muito a seus soldados.
• Exemplo: a liderança se faz pelo exemplo, pela honra, pela vergonha de fracassar diante de seus camaradas.
Numa era em que a guerra vai se tornando cada vez mais obsoleta por causa da possibilidade de destruição total com armas nucleares, as qualidades dos comandantes militares passam a ser estudadas e aplicadas por homens de negócios.
Leia a íntegra em minha coluna em www.baguete.com.br.
Este foi o tema da primeira de três palestras que um dos mais remonados especialistas em estratégia e guerras pós-modernas, o professor Martin van Creveld, da Universidade Hebraica de Jerusalém, faz esta semana na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro: o comando na guerra.
“A essência do comando, que é lidar com a incerteza, não mudou com o progresso tecnológico”, observa Van Creveld.
Há três maneiras de exercer a liderança, comentou o palestrante:
• Punição: os subordinados seguem ordens porque têm medo da punição. Para o imperador Frederico, o Grande, da Prússia, os soldados deveriam temer mais seus oficiais superiores do que o inimigo.
• Recompensa: promoções, honrarias, vantagens financeiras. Platão disse que quem tem sucesso na guerra deve beijar e ser beijado. Napoleão também prometia muito a seus soldados.
• Exemplo: a liderança se faz pelo exemplo, pela honra, pela vergonha de fracassar diante de seus camaradas.
Numa era em que a guerra vai se tornando cada vez mais obsoleta por causa da possibilidade de destruição total com armas nucleares, as qualidades dos comandantes militares passam a ser estudadas e aplicadas por homens de negócios.
Leia a íntegra em minha coluna em www.baguete.com.br.
terça-feira, 20 de junho de 2006
Outro ditador sera julgado em Haia
O ex-ditador da Libéria Charles Taylor chegou ontem à Holanda, onde será processado por 11 acusações de crimes contra a humanidade. Ele foi entregue ao centro de detenção do Tribunal Penal Internacional, onde morreu no início do ano o ex-ditador iugoslavo Slobodan Milosevic, enquanto aguardava a conclusão de seu julgamento por crimes de guerra nos conflitos que destruíram a antiga Iugoslávia nos anos 90.
Taylor foi denunciado por alimentar a guerra civil na vizinha Serra Leoa, apoiando um grupo terrorista responsável por assassinato, mutilações, estupro e escravidão sexual, em troca de participação no contrabando de diamantes.
Ele governou a Libéria, um país criado no início do século 19 para receber escravos libertos dos Estados Unidos, de 1997 a 2003, sendo deposto sob intensa pressão internacional. Refugiou-se na Nigéria.
Depois da eleição, em novembro, na Libéria, da primeira mulher presidente de um país africano, Ellen Johnson-Sirleaf, a Nigéria decidiu entregá-lo. Na sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações aprovou uma resolução aprovando seu julgamento.
Taylor foi denunciado por alimentar a guerra civil na vizinha Serra Leoa, apoiando um grupo terrorista responsável por assassinato, mutilações, estupro e escravidão sexual, em troca de participação no contrabando de diamantes.
Ele governou a Libéria, um país criado no início do século 19 para receber escravos libertos dos Estados Unidos, de 1997 a 2003, sendo deposto sob intensa pressão internacional. Refugiou-se na Nigéria.
Depois da eleição, em novembro, na Libéria, da primeira mulher presidente de um país africano, Ellen Johnson-Sirleaf, a Nigéria decidiu entregá-lo. Na sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações aprovou uma resolução aprovando seu julgamento.
Americanos desaparecidos são encontrados mortos no Iraque
Os dois soldados dos Estados Unidos desaparecidos desde sábado foram encontrados mortos hoje. Eles estavam sumidos desde sexta-feira, quando rebeldes atacaram um posto de controle à margem do Rio Eufrates, 12 quilômetros ao sul da capital iraquiana, e teriam sido vítimas da vingança da rede terrorista Al Caeda pela morte de seu líder non Iraque, Abu Mussab al Zarkawi, em 7 de junho.
"Com a bênção de Deus todo-poderoso, Abu Hamza al-Muhajer, sucessor de Zarkawi, aplicou o veredito do tribunal islâmico", declarou o Conselho Consultivo dos Mujahedins (guerreiros muçulmanos) no Iraque, representante da rede Al Caeda.
O comando militar americano disse que eles foram torturados e mortos "barbaramente". Al Muhajer foi identificado pelos EUA na semana passada como o egípcio Abu Ayub al-Masri, aliado de Zarkawi..
Num sinal de que a violência no país ocupado desde 2003 pelos EUA está longe de ser controlada, pelo menos 18 pessoas foram mortas nesta terça-feira.
No Japão, o primeiro-ministro Junichiro Koizumi anuncou a retirada dos 600 soldados japoneses que estão no Iraque desde 2004 colaborando com a reconstrução do país, sem entrar em combate.
"Com a bênção de Deus todo-poderoso, Abu Hamza al-Muhajer, sucessor de Zarkawi, aplicou o veredito do tribunal islâmico", declarou o Conselho Consultivo dos Mujahedins (guerreiros muçulmanos) no Iraque, representante da rede Al Caeda.
O comando militar americano disse que eles foram torturados e mortos "barbaramente". Al Muhajer foi identificado pelos EUA na semana passada como o egípcio Abu Ayub al-Masri, aliado de Zarkawi..
Num sinal de que a violência no país ocupado desde 2003 pelos EUA está longe de ser controlada, pelo menos 18 pessoas foram mortas nesta terça-feira.
No Japão, o primeiro-ministro Junichiro Koizumi anuncou a retirada dos 600 soldados japoneses que estão no Iraque desde 2004 colaborando com a reconstrução do país, sem entrar em combate.
Construção de casas novas cresceu 5% em maio nos EUA
Depois de três meses de queda, o início da construção de novas casas nos Estados Unidos cresceu 5% em maio, projetando um total anual de 1,957 milhão, revelou hoje o Departamento de Comércio. O mercado interpretou positivamente, como um sinal de que a maior economia do mundo não caminha para a recessão. A Bolsa de Nova Iorque subiu 0,3%.
A construção de casas novas surpreendeu, já que a Associação Nacional dos Construtores de Casas dissera que a expectativa de vendas caíra ao nível mais baixo em uma década. "Com o estoque de novas casas a venda alto e crescendo, não faz sentidod para os construtores ficar aumentando a oferta", comentou Ian Shepherdson, economista da empresa de consultoria High Frequency Economics.
Assim, o mercado imobiliário não estaria exercendo pressão inflacionária capaz de justificar novas altas de juros depois da próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, que pelas previsões do mercado deve elevar, em 29 de junho, sua taxa básica de juros dos atuais 5% ao ano para 5,25%.
A construção de casas novas surpreendeu, já que a Associação Nacional dos Construtores de Casas dissera que a expectativa de vendas caíra ao nível mais baixo em uma década. "Com o estoque de novas casas a venda alto e crescendo, não faz sentidod para os construtores ficar aumentando a oferta", comentou Ian Shepherdson, economista da empresa de consultoria High Frequency Economics.
Assim, o mercado imobiliário não estaria exercendo pressão inflacionária capaz de justificar novas altas de juros depois da próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, que pelas previsões do mercado deve elevar, em 29 de junho, sua taxa básica de juros dos atuais 5% ao ano para 5,25%.
segunda-feira, 19 de junho de 2006
Bush ameaça Irã e Coréia do Norte
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, advertiu hoje que a Coréia do Norte sofrerá sérias conseqüências se testar um míssil de longo alcance que seria capaz de atingir o território americano. De acordo com imagens captadas por satélites americanos, os norte-coreanos já abasteceram o míssil Taopodong-2 com combustível, último passo antes do lançamento.
Quanto ao Irã, Bush alertou que o país precisa suspender o enriquecimento de urânio para iniciar negociações com base num conjunto de propostas apresentadas pelas cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha. O Irã só admite negociar sem precondições.
A Coréia do Norte também pode sofrer sanções da ONU. O Japão, a Coréia do Sul e a Austrália também advertiram o regime comunista norte-coreano a não testar o míssil.
Os dois países foram citados como parte de um "eixo do mal" junto com o Iraque no discurso sobre o Estado da União de Bush no final de janeiro de 2002, quando ele começou a preparar a invasão do Iraque, lançada em março de 2003.
Quanto ao Irã, Bush alertou que o país precisa suspender o enriquecimento de urânio para iniciar negociações com base num conjunto de propostas apresentadas pelas cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha. O Irã só admite negociar sem precondições.
A Coréia do Norte também pode sofrer sanções da ONU. O Japão, a Coréia do Sul e a Austrália também advertiram o regime comunista norte-coreano a não testar o míssil.
Os dois países foram citados como parte de um "eixo do mal" junto com o Iraque no discurso sobre o Estado da União de Bush no final de janeiro de 2002, quando ele começou a preparar a invasão do Iraque, lançada em março de 2003.
ONU adverte sobre fundamentalistas da Somália
A tomada da capital da Somália pelos fundamentalistas da União dos Tribunais Islâmicos ameaça provocar um conflito regional, se a sociedade internacional não se mobilizar para acabar com a guerra civil no país, que não tem um governo estável há 15 anos e vive num estado de anarquia, advertiu hoje o enviado especial das Nações Unidas, Francois Lonseny Fall.
"Se nada for feito agora, o conflito poderá assumir uma dimensão regional e o Conselho de Segurança terá de agir mais", alertou Fall. Ele quer o apoio dos países vizinhos para defender o governo provisório refugiado em Baidoa, a 250 quilômetros da capital, Mogadíscio. "Se perdermos Baidoa, perderemos o processo de paz. Será um retrocesso de anos."
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália não tem um governo instável.
No final de 1992, o então presidente dos Estados Unidos, George Bush, pai, interveio militarmente no país para garantir a ajuda humanitária a populações ameaçadas pela fome. Seu sucessor, Bill Clinton, mandou atacar o senhor da guerra Mohamed Farah Aidid, que dominava o porto da capital.
Sem equipamento, os americanos foram vítimas de uma emboscada. Dezoito foram mortos e alguns arrastados pelas ruas de Mogasdício no episódio que virou o filme Falcão Negro em Perigo. Depois da retirada humilhante em 1993, os EUA vetaram uma participação mais ativa da ONU na guerra civil em Ruanda, em 1994, onde um genocídio matou cerca de 1 milhão de pessoas da minoria tútsi.
Hoje acredita-se que Al Caeda tenha fomentado o ataque aos americanos. Agora a ameaça vem da União dos Tribunais Islâmicos, uma milícia que tomou no início do mês a capital de senhores da guerra secularistas apoiados pelos EUA.
Os fundamentalistas chegaram a cortar a energia elétrica para impedir que a população assistisse a jogos da Copa do Mundo, já que consideram o futebol antiislâmico. Seu líder, o xeque Sharif Ahmad, admite negociar com o governo provisório mas rejeita a intervenção de uma força de paz da ONU.
Na semana passada, os EUA, a União Européia e a Noruega formaram um grupo de contato para tentar salvar o processo de paz na Somália.
"Se nada for feito agora, o conflito poderá assumir uma dimensão regional e o Conselho de Segurança terá de agir mais", alertou Fall. Ele quer o apoio dos países vizinhos para defender o governo provisório refugiado em Baidoa, a 250 quilômetros da capital, Mogadíscio. "Se perdermos Baidoa, perderemos o processo de paz. Será um retrocesso de anos."
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália não tem um governo instável.
No final de 1992, o então presidente dos Estados Unidos, George Bush, pai, interveio militarmente no país para garantir a ajuda humanitária a populações ameaçadas pela fome. Seu sucessor, Bill Clinton, mandou atacar o senhor da guerra Mohamed Farah Aidid, que dominava o porto da capital.
Sem equipamento, os americanos foram vítimas de uma emboscada. Dezoito foram mortos e alguns arrastados pelas ruas de Mogasdício no episódio que virou o filme Falcão Negro em Perigo. Depois da retirada humilhante em 1993, os EUA vetaram uma participação mais ativa da ONU na guerra civil em Ruanda, em 1994, onde um genocídio matou cerca de 1 milhão de pessoas da minoria tútsi.
Hoje acredita-se que Al Caeda tenha fomentado o ataque aos americanos. Agora a ameaça vem da União dos Tribunais Islâmicos, uma milícia que tomou no início do mês a capital de senhores da guerra secularistas apoiados pelos EUA.
Os fundamentalistas chegaram a cortar a energia elétrica para impedir que a população assistisse a jogos da Copa do Mundo, já que consideram o futebol antiislâmico. Seu líder, o xeque Sharif Ahmad, admite negociar com o governo provisório mas rejeita a intervenção de uma força de paz da ONU.
Na semana passada, os EUA, a União Européia e a Noruega formaram um grupo de contato para tentar salvar o processo de paz na Somália.
Al Caeda seqüestra russos e americanos no Iraque
Entre várias ações para vingar a morte de seu líder no Iraque, Abu Mussab al-Zarkawi, em 7 de junho, a rede terrorista Al Caeda seqüestrou dois soldados dos Estados Unidos e quatro diplomatas da Rússia. Está exigindo que a Rússia retire suas tropas da república rebelde da Chechênia dentro de 48 horas e liberte todos os muçulmanos detidos.
O governo iraquiano e as forças da coalizão liderada pelos EUA lançaram uma megaoperação de busca com 8 mil homens no Sul de Bagdá, onde os soldados foram seqüestrados depois de um ataque contra um posto de controle no sábado. Al Caeda prometeu “dar mais detalhes sobre o incidente” com os americanos desaparecidos nos próximos dias.
Em outro comunicado, Al Caeda exigiu a retirada russa da Chechênia mas não fez ameaças sobre o que pretende fazer se a Rússia não aceitar a imposição, que obviamente não pode aceitar. Acrescentou que, embora a Rússia tenha sido contra a invasão do Iraque no Conselho de Segurança das Nações Unidas, errou ao “enviar diplomatas ao Iraque para apoiar a cruzada liderada pelos EUA”.
No bairro de Waziria, na capital iraquiana, quatro pessoas morreram e outras oito ficaram feridas com a explosão de um carro-bomba cujo alvo era uma patrulha do Exército iraquiano. Outro carro-bomba visou uma delegacia de policia no Oeste de Bagdá, matando três pessoas.
Na cidade da Mahmoudia, três pessoas foram mortas e outras 23 feridas com a explosão de uma bomba num mercado de rua movimentado.
Apesar da violência endêmica, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki anunciou hoje que suas forças de segurança assumirão o controle da província mais ao sul do país, Al Muthana, atualmente sobre controle britânico.
O governo iraquiano e as forças da coalizão liderada pelos EUA lançaram uma megaoperação de busca com 8 mil homens no Sul de Bagdá, onde os soldados foram seqüestrados depois de um ataque contra um posto de controle no sábado. Al Caeda prometeu “dar mais detalhes sobre o incidente” com os americanos desaparecidos nos próximos dias.
Em outro comunicado, Al Caeda exigiu a retirada russa da Chechênia mas não fez ameaças sobre o que pretende fazer se a Rússia não aceitar a imposição, que obviamente não pode aceitar. Acrescentou que, embora a Rússia tenha sido contra a invasão do Iraque no Conselho de Segurança das Nações Unidas, errou ao “enviar diplomatas ao Iraque para apoiar a cruzada liderada pelos EUA”.
No bairro de Waziria, na capital iraquiana, quatro pessoas morreram e outras oito ficaram feridas com a explosão de um carro-bomba cujo alvo era uma patrulha do Exército iraquiano. Outro carro-bomba visou uma delegacia de policia no Oeste de Bagdá, matando três pessoas.
Na cidade da Mahmoudia, três pessoas foram mortas e outras 23 feridas com a explosão de uma bomba num mercado de rua movimentado.
Apesar da violência endêmica, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki anunciou hoje que suas forças de segurança assumirão o controle da província mais ao sul do país, Al Muthana, atualmente sobre controle britânico.
Acusação pede pena de morte para Saddam
O procurador-geral do Iraque, Jaafar al-Mussaui, pediu hoje ao Superior Tribunal Criminal a pena de morte para o ex-ditador Saddam Hussein, deposto em 9 de abril de 2003, depois de uma invasão americana. A mesma punição foi pedida para seu meio-irmão Barzan al-Tikrit e para o ex-vice-presidente Taha Yassine Ramadan. Eles podem ser enforcados.
Eles foram denunciados pelas mortes de 148 xiitas na cidade de Dujail, em 1982, numa retaliação depois de uma tentativa de matar Saddam na cidade.
A defesa apresentará suas alegações finais em 10 de julho.
Eles foram denunciados pelas mortes de 148 xiitas na cidade de Dujail, em 1982, numa retaliação depois de uma tentativa de matar Saddam na cidade.
A defesa apresentará suas alegações finais em 10 de julho.
Referendo aprova autonomia da Catalunha
Uma ampla maioria de 74% dos votantes aprovou ontem o novo Estatuto da Catalunha, dando ampla autonomia a esta importante região da Espanha cuja capital é Barcelona, a segunda maior cidade do país. Mas a participação do eleitorado foi baixa, em torno dos 50%.
O texto, elaborado pelo Parlamento da Catalunha e emendado pelo Congresso da Espanha, coloca em marcha o Estado das Autonomias do primeiro-ministro socialista José Luis Rodríguez Zapatero.
Para o Partido Popular, conservador e de oposição, é um passo para a dissolução do Estado espanhol. Os conservadores temem que a medida seja copiada pelos bascos e por outras regiões da Espanha, desintegrando o país.
O texto, elaborado pelo Parlamento da Catalunha e emendado pelo Congresso da Espanha, coloca em marcha o Estado das Autonomias do primeiro-ministro socialista José Luis Rodríguez Zapatero.
Para o Partido Popular, conservador e de oposição, é um passo para a dissolução do Estado espanhol. Os conservadores temem que a medida seja copiada pelos bascos e por outras regiões da Espanha, desintegrando o país.
Kissinger ensina americanos a ver a Copa
Talvez por ser um americano naturalizado americano, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, homem-forte da política externa dos Estados Unidos de 1969 a 1977, gosta muito de futebol. Em entrevista ao jornal The Wall St. Journal, ele tenta decifrar para seus compatriotas os segredos do esporte mais popular do planeta, que aparentemente só não é uma febre nos EUA.
Ao contrário dos esportes favoritos dos americanos como futebol americano, basquete e beisebol, cheios de interrupções em que os torcedores avaliam números e estatísticas, “o futebol é um drama sem trégua”, sem intervalos comerciais nem tempos para os técnicos reorganizarem suas equipes.
Kissinger considera fascinante como o futebol traduz em campo o caráter nacional de diferentes países, a alegria sem limites do Brasil e a determinação da Alemanha.
A entrevista foi feita enquanto o ex-secretário assistia a França 0 x 0 Suíça, observando que falta aos atacantes o instinto assassino dos matadores.
Para entender um jogo de futebol, ensina Kissinger, é preciso tirar o olho da bola e notar como os times se colocam e se movimentam em campo: “O futebol é um esporte que esconde uma grande complexidade atrás de uma aparência de simplicidade. Parece apenas 10 pessoas correndo atrás de uma bola. Mas elas são treinadas cientificamente para saber para onde se mover quando a bola está em jogo”.
Como bom torcedor, ele prefere os times ofensivos.
O ex-secretário vê três estilos básicos de jogar futebol mas ressalva que a globalização está homogeneizando-os.
Para o tradicional estilo britânico, baseado na força físico-atlética, o importante é jogar a bola longa e ganhar na corrida do adversário ou lançá-la sobre a área e tentar pular mais alto para fazer gols de cabeça.
O resto da Europa adotaria um estilo em que seis jogadores avançam trocando passes precisos enquanto quatro ficam sempre na defesa, podendo eventualmente trocar de função quando defensores atacam e atacantes descem para defender.
Seu estilo favorito naturalmente é o brasileiro: “Quando um time brasileiro está em boa forma, é como um balé dentro de campo. Há dois problemas com os brasileiros: um é que eles ficam tão enfeitiçados por suas danças e acrobacias que às vezes esquecem de chutar em gol. O outro problema é que com freqüência não têm bons goleiros. Minha explicação é que eles não gostam de ficar lá atrás sem participar da alegria.”
Kissinger teme que a globalização esteja “brutalizando” o futebol-arte do Brasil, talvez porque a maioria dos craques brasileiros hoje jogam na Europa. Com a importação de jogadores, os ingleses adotaram um estilo mais parecido com o do continente europeu. E os alemães, na opinião do ex-secretário, estão jogando num estilo mais alegre e espontâneo que contrasta com seu pessimismo histórico.
Ele também elogiou os argentinos, que “têm muitas das habilidades brasileiras mas são orientados implacavelmente para fazer gols e o que for necessário para vencer”.
Já “os franceses, embora ainda sejam elegantes, tornaram-se enfadonhos. Não têm o instinto assassino.
Uma observação final do ex-secretário é que os gols decisivos costumam ser marcados no final dos jogos, quando os times estão cansados.
Ao contrário dos esportes favoritos dos americanos como futebol americano, basquete e beisebol, cheios de interrupções em que os torcedores avaliam números e estatísticas, “o futebol é um drama sem trégua”, sem intervalos comerciais nem tempos para os técnicos reorganizarem suas equipes.
Kissinger considera fascinante como o futebol traduz em campo o caráter nacional de diferentes países, a alegria sem limites do Brasil e a determinação da Alemanha.
A entrevista foi feita enquanto o ex-secretário assistia a França 0 x 0 Suíça, observando que falta aos atacantes o instinto assassino dos matadores.
Para entender um jogo de futebol, ensina Kissinger, é preciso tirar o olho da bola e notar como os times se colocam e se movimentam em campo: “O futebol é um esporte que esconde uma grande complexidade atrás de uma aparência de simplicidade. Parece apenas 10 pessoas correndo atrás de uma bola. Mas elas são treinadas cientificamente para saber para onde se mover quando a bola está em jogo”.
Como bom torcedor, ele prefere os times ofensivos.
O ex-secretário vê três estilos básicos de jogar futebol mas ressalva que a globalização está homogeneizando-os.
Para o tradicional estilo britânico, baseado na força físico-atlética, o importante é jogar a bola longa e ganhar na corrida do adversário ou lançá-la sobre a área e tentar pular mais alto para fazer gols de cabeça.
O resto da Europa adotaria um estilo em que seis jogadores avançam trocando passes precisos enquanto quatro ficam sempre na defesa, podendo eventualmente trocar de função quando defensores atacam e atacantes descem para defender.
Seu estilo favorito naturalmente é o brasileiro: “Quando um time brasileiro está em boa forma, é como um balé dentro de campo. Há dois problemas com os brasileiros: um é que eles ficam tão enfeitiçados por suas danças e acrobacias que às vezes esquecem de chutar em gol. O outro problema é que com freqüência não têm bons goleiros. Minha explicação é que eles não gostam de ficar lá atrás sem participar da alegria.”
Kissinger teme que a globalização esteja “brutalizando” o futebol-arte do Brasil, talvez porque a maioria dos craques brasileiros hoje jogam na Europa. Com a importação de jogadores, os ingleses adotaram um estilo mais parecido com o do continente europeu. E os alemães, na opinião do ex-secretário, estão jogando num estilo mais alegre e espontâneo que contrasta com seu pessimismo histórico.
Ele também elogiou os argentinos, que “têm muitas das habilidades brasileiras mas são orientados implacavelmente para fazer gols e o que for necessário para vencer”.
Já “os franceses, embora ainda sejam elegantes, tornaram-se enfadonhos. Não têm o instinto assassino.
Uma observação final do ex-secretário é que os gols decisivos costumam ser marcados no final dos jogos, quando os times estão cansados.
domingo, 18 de junho de 2006
Maioria pede volta da pesca da baleia
Por um voto de vantagem, 33 a 32, a Comissão Baleeira Internacional manifestou-se hoje a favor de uma resolução para que a pesca comercial de baleias, proibida há 20 anos, seja retomada. Mas ficou longe dos 75% necessários para mudar a legislação internacional.
A resolução, apoiada pelo Japão, a Noruega, a Islândia, a Rússia e diversos países pequenos, diz que a moratória na pesca da baleia é temporária e não mais necessária. O Brasil votou contra.
“É a primeira derrota séria dos adversários da pesca da baleia em anos”, festejou Gleen Inwood, porta-voz da delegação japonesa. “É apenas uma questão de tempo para que a proibição seja revogada.”
Mas houve gritos e discussão. Os países contrários à pesca tentaram impedir o voto da Islândia, que se retirara da Comissão Baleeira como forma de protesto.
Para o ministro do Meio Ambiente da Nova Zelândia, Chris Carter, foi uma votação significativa mas vazia: “O Japão faz uma longa e cara campanha para conseguir uma votação favorável. Hoje, conseguiu”, insinuando que os japoneses compraram votos de pequenos países.
A resolução foi apresentada por pequenos países do Mar do Caribe: São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente, Granada, Dominica e Antígua.
A resolução, apoiada pelo Japão, a Noruega, a Islândia, a Rússia e diversos países pequenos, diz que a moratória na pesca da baleia é temporária e não mais necessária. O Brasil votou contra.
“É a primeira derrota séria dos adversários da pesca da baleia em anos”, festejou Gleen Inwood, porta-voz da delegação japonesa. “É apenas uma questão de tempo para que a proibição seja revogada.”
Mas houve gritos e discussão. Os países contrários à pesca tentaram impedir o voto da Islândia, que se retirara da Comissão Baleeira como forma de protesto.
Para o ministro do Meio Ambiente da Nova Zelândia, Chris Carter, foi uma votação significativa mas vazia: “O Japão faz uma longa e cara campanha para conseguir uma votação favorável. Hoje, conseguiu”, insinuando que os japoneses compraram votos de pequenos países.
A resolução foi apresentada por pequenos países do Mar do Caribe: São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente, Granada, Dominica e Antígua.
Japão ameaça com sanções se Coréia do Norte testar míssil
O ministro do Exterior do Japão, Taro Aso, aumentou a pressão sobre o regime stalinista da Coréia do Norte, advertindo que se o país testar um míssil vai propor imediatamente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que imponha sanções contra o governo de Pionguiangue.
Há semanas os Estados Unidos monitoram atentamente um centro de lançamento de mísseis norte-coreano, na expectativa de que o país vá realizar seu primeiro teste de mísseis balísticos intercontinentais, como este blog noticiou em 11 de junho. Em tese, o Taepodong-2 poderia atingir o território americano. Em 1998, a Coréia do Norte testou um míssil de médio alcance que passou por cima do Japão.
Um teste de mísseis violaria um acordo feito entre o Japão e a Coréia do Norte em 2002, quando o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e o presidente norte-coreano, Kim Jong Il, assinaram a Declaração de Pionguiangue, incluindo uma promessa de congelamento de testes de mísseis capazes de atingir o território japonês.
Os analistas se dividem quanto às reais intenções da Coréia do Norte.
Alguns acreditam que Kim Jong Il está apenas fazendo mais um blefe em sua chantagem nuclear para obter concessões econômicas que garantam a sobrevivência do último regime stalinista do planeta. Afinal, o país recebe uma significativa ajuda financeira humanitária da China e da Coréia do Sul, dois países dos seis países que participam das negociações para desarmar o programa nuclear norte-coreano, ao lado do Japão, dos EUA e da Rússia.
Outros entendem que Kim quer dar uma resposta agressiva aos EUA, que adotaram medidas contra o sistema financeiro norte-coreano, acusado de falsificar dólares.
Há semanas os Estados Unidos monitoram atentamente um centro de lançamento de mísseis norte-coreano, na expectativa de que o país vá realizar seu primeiro teste de mísseis balísticos intercontinentais, como este blog noticiou em 11 de junho. Em tese, o Taepodong-2 poderia atingir o território americano. Em 1998, a Coréia do Norte testou um míssil de médio alcance que passou por cima do Japão.
Um teste de mísseis violaria um acordo feito entre o Japão e a Coréia do Norte em 2002, quando o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e o presidente norte-coreano, Kim Jong Il, assinaram a Declaração de Pionguiangue, incluindo uma promessa de congelamento de testes de mísseis capazes de atingir o território japonês.
Os analistas se dividem quanto às reais intenções da Coréia do Norte.
Alguns acreditam que Kim Jong Il está apenas fazendo mais um blefe em sua chantagem nuclear para obter concessões econômicas que garantam a sobrevivência do último regime stalinista do planeta. Afinal, o país recebe uma significativa ajuda financeira humanitária da China e da Coréia do Sul, dois países dos seis países que participam das negociações para desarmar o programa nuclear norte-coreano, ao lado do Japão, dos EUA e da Rússia.
Outros entendem que Kim quer dar uma resposta agressiva aos EUA, que adotaram medidas contra o sistema financeiro norte-coreano, acusado de falsificar dólares.
Irã aceita limitar programa nuclear
A República Islâmica do Irã aceita “limitar” seu programa nuclear, disseram altos funcionários do regime ao jornal inglês Financial Times. Mas não vai suspender o enriquecimento de urânio, como exigem os Estados Unidos, como precondição para iniciar negociações com as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha.
Dentro de duas semanas, o Irã deve responder oficialmente à proposta que incluiu um reator nuclear de água leve e concessões comerciais em troca do abandono de suas pretensões nucleares. O regime dos aiatolás espera contar com o apoio da Rússia e da China, que resistiram à pressão americana para impor sanções ao Irã, para negociar sem precondições.
Para aliviar a tensão criada pela alegação americana de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares, o Irã pediu ajuda à Arábia Saudita. O ministro do Exterior saudita, príncipe Saud al-Faiçal, encontrou-se com o supremo líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e, na última sexta-feira a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, falou em “declarações positivas” do Irã.
Quando os EUA anunciaram a intenção de negociar diretamente com o Irã, os analistas viram o gesto como uma tentativa de isolar a república islâmica e acabar com a resistência da China e da Rússia às sanções.
Khameni não teria gostado muito da proposta das grandes potências mas “cerca de 70% da cúpula iraniana estão preparados para aceitar, sob pressão, a redução do número de centrífugas”. O presidente radical Mahmoud Ahmadinejad está com a minoria.
“A proposta ocidental aceita o direito do Irã à energia nuclear”, observou um dos altos funcionários citados anonimamente pelo FT. “O próximo passou é aceitar o enriquecimento de urânio e acabar com o exagero”.
O Irã limitaria o enriquecimento de urânio a três grupos de 164 centrífugas. A maior parte do urânio para as usinas nucleares iranianas seria enriquecida na Rússia, com base numa proposta apresentada por Moscou no início do ano. “O resultado seria uma combinação das propostas russa e européia, com seis ou sete anos para criar confiança entre as partes”, concluiu o iraniano.
Dentro de duas semanas, o Irã deve responder oficialmente à proposta que incluiu um reator nuclear de água leve e concessões comerciais em troca do abandono de suas pretensões nucleares. O regime dos aiatolás espera contar com o apoio da Rússia e da China, que resistiram à pressão americana para impor sanções ao Irã, para negociar sem precondições.
Para aliviar a tensão criada pela alegação americana de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares, o Irã pediu ajuda à Arábia Saudita. O ministro do Exterior saudita, príncipe Saud al-Faiçal, encontrou-se com o supremo líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e, na última sexta-feira a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, falou em “declarações positivas” do Irã.
Quando os EUA anunciaram a intenção de negociar diretamente com o Irã, os analistas viram o gesto como uma tentativa de isolar a república islâmica e acabar com a resistência da China e da Rússia às sanções.
Khameni não teria gostado muito da proposta das grandes potências mas “cerca de 70% da cúpula iraniana estão preparados para aceitar, sob pressão, a redução do número de centrífugas”. O presidente radical Mahmoud Ahmadinejad está com a minoria.
“A proposta ocidental aceita o direito do Irã à energia nuclear”, observou um dos altos funcionários citados anonimamente pelo FT. “O próximo passou é aceitar o enriquecimento de urânio e acabar com o exagero”.
O Irã limitaria o enriquecimento de urânio a três grupos de 164 centrífugas. A maior parte do urânio para as usinas nucleares iranianas seria enriquecida na Rússia, com base numa proposta apresentada por Moscou no início do ano. “O resultado seria uma combinação das propostas russa e européia, com seis ou sete anos para criar confiança entre as partes”, concluiu o iraniano.
Nokia e Siemens fundem empresas de equipamentos de telecomunicações
As companhias Nokia, da Finlândia, e Siemens, da Alemanha, devem anunciar nesta segunda-feira uma fusão de suas empresas de equipamentos de telecomunicações, num negocio de US$ 31,5 bilhões, anunciou neste domingo a edição online do jornal The Wall St. Journal.
A Nokia terá maioria no conselho de direção da empresa mas o controle acionário será dividido meio a meio. O diretor executivo será Simon Beresford-Wylie, da Nokia.
Maior fabricante de telefones celulares do mundo, a Nokia resistia à onda de fusões e aquisições que estão promovendo a consolidação no setor de telecomunicações, que só nos últimos dois anos provocou negócios de US$ 200 bilhões nos Estados Unidos, com destaque para a compra de Bell South pela AT&T por US$ 67 bilhões. Também neste ano, a Alcatel francesa comprou a Lucent americana.
Os asiáticos entram cada vez com mais força no mercado. Um exemplo é a compra da Millicom International Cellular, de Luxemburgo, pela China Mobile por mais de US$ 5 bilhões.
A Nokia terá maioria no conselho de direção da empresa mas o controle acionário será dividido meio a meio. O diretor executivo será Simon Beresford-Wylie, da Nokia.
Maior fabricante de telefones celulares do mundo, a Nokia resistia à onda de fusões e aquisições que estão promovendo a consolidação no setor de telecomunicações, que só nos últimos dois anos provocou negócios de US$ 200 bilhões nos Estados Unidos, com destaque para a compra de Bell South pela AT&T por US$ 67 bilhões. Também neste ano, a Alcatel francesa comprou a Lucent americana.
Os asiáticos entram cada vez com mais força no mercado. Um exemplo é a compra da Millicom International Cellular, de Luxemburgo, pela China Mobile por mais de US$ 5 bilhões.
Fogo Amigo: perdendo amigos e fazendo inimigos no século antiamericano
Depois de um momento de euforia no início dos anos 90, com o fim da Guerra Fria e a recuperação da economia americana com a revolução da informática, a imagem dos Estados Unidos no mundo começou a se deteriorar, o que foi muito agravado pela invasão do Iraque. Este é o tema central de ‘Fogo Amigo: perdendo amigos e fazendo inimigos no século antiamericano’, de Julia Sweig, pesquisadora sênior de América Latina do Conselho de Relações Exteriores, de Nova Iorque.
Os EUA rejeitaram o Tribunal Penal Internacional, o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares e o Protocolo de Quioto, para controlar a emissão dos gases que provocam o aquecimento da Terra, e abandonaram o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos. Receberam ampla solidariedade depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas perderam este crédito com a invasão do Iraque, em março de 2003, sem o consentimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Para se recuperar, recomenda Julia, a única superpotência respeitar os interesses de outros países em foros internacionais. Não tentar impor seus interesses mas colaborar na solução conjunta de problemas como comércio, efeito-estufa, direitos humanos e não-proliferação nuclear, e investir em diplomacia cultural para usar o poder suave, de persuasão, em vez da força militar. Ele entende que o país perde o crédito de confiança, o “benefício da dúvida”. Suas ações serão mais escrutinadas.
Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, os EUA criaram as organizações internacionais que formaram a base da nova ordem mundial: as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Era o que Henry Luce, fundador da revista Time, chamou de “século americano”.
Sessenta anos depois, o antiamericanismo tornou-se um fenômeno global.
Na opinião de Julia Sweig, o antiamericanismo nasceu na América Latina, que sempre esteve submetida à hegemonia dos EUA sobre o continente americano. Com a ascensão dos EUA à condição de superpotência a partir de 1945, o resto do mundo passou a experimentar aquilo que os latino-americanos já conheciam.
Durante a Guerra Fria, em nome do combate ao comunismo, os EUA apoiaram ditaduras militares no Terceiro Mundo, na América Latina, na África e na Ásia. Mas só depois do fim da Guerra Fria, e mais especificamente na reação aos atentados de 11 de setembro, os EUA começaram a ser vistos como um país que só se preocupa com seus próprios interesses.
“Se este antiamericanismo se consolidar em escala global”, adverte Julia, “vai minar a vontade política da comunidade internacional de dar aos EUA o benefício da dúvida”, prejudicando a cooperação internacional em iniciativas globais.
É importante “ter um pouco mais de humildade sobre temas como democracia e mudança de regime, que foram incorporados como a frente e o centro de nosso programa político”, alerta a pesquisadora do CRE. Os EUA “precisam apresentar alternativas sérias para os problemas que a comunidade internacional leva a sério”, do aquecimento da atmosfera ao comércio mundial.
Como apesar do antiamericanismo reinante, dezenas de milhões de pessoas sonham em ir para os EUA, ainda há valores que eles prezam na sociedade americana, mesmo que a pressão maior seja a falta de opções de vida digna nos países de origem em contraste com as oportunidades oferecidas pelo sonho americano.
Mas “quando as pesquisas perguntam onde se leva uma vida melhor como profissional de classe média, em comparação com a Alemanha, os países escandinavos, a China, a França e outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, onde é melhor para começar a vida, os EUA ficam em quarto, quinto ou sexto lugar”, diz Julia.
Mesmo que os americanos saiam do Iraque e que o presidente George Walker Bush, extremamente impopular, seja substituído, restarão os problemas ligados ao poder dos EUA. “É muito mais profundo do que a personalidade de George W. Bush”, comenta Julia Sweig. “Não é só Bush nem só o Iraque.”
Além de uma abordagem multilaterialista das questões globais, acrescenta a pesquisadora, como “complemento da políticas substantivas que sejam vistas como lefítimas”, é preciso investir em “programas de intercâmbio, bibliotecas e na diplomacia cultural que recebiam tantos recursos durante a Guerra Fria e agora estão anêmicos”.
Outro problema sério foi “o fracasso ao não responsabilizar altos funcionários do governo em questões como os escândalos com presos e a tortura”, analisa Julia. Vai levar muito tempo para recuperar o que perdemos como resultado do que transpirou nas prisões de Abu Ghraib, Bagram e Guantânamo. Se fôssemos vistos como quem abraça definitivamente as Convenções de Genebra e pune os responsáveis, ajudaria muito a recuperar a confiança”.
Isto deveria incluir a demissão do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld: “Aparentemente ele pediu demissão várias vezes e o presidente não aceitou”.
Quanto à América Latina, Julia acredita que o comércio é importante mas os EUA deveriam ir além, colaborando na solução de problemas importantes da região como pobreza, desigualdade e segurança pública.
“Precisamos mostrar que podemos lidar com a esquerda”, aconselha a autora de Fogo Amigo. “Os latino-americanos elegeram diversos governos de centro-esquerda. A reação inicial de Washington foi histérica. Mas com a exceção de Hugo Chávez, o sinal que os EUA estão enviando é que estão dispostos a trabalhar com chefes de Estado de esquerda eleitos democraticamente.”
Os EUA gastaram US$ 20 bilhões nos últimos dez anos construindo muros e reforçando a segurança na fronteira para evitar a imigração ilegal, especialmente de latino-americanos. É outro problema sério nas relações com a América Latina que prejudica a imagem dos EUA.
Os EUA rejeitaram o Tribunal Penal Internacional, o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares e o Protocolo de Quioto, para controlar a emissão dos gases que provocam o aquecimento da Terra, e abandonaram o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos. Receberam ampla solidariedade depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas perderam este crédito com a invasão do Iraque, em março de 2003, sem o consentimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Para se recuperar, recomenda Julia, a única superpotência respeitar os interesses de outros países em foros internacionais. Não tentar impor seus interesses mas colaborar na solução conjunta de problemas como comércio, efeito-estufa, direitos humanos e não-proliferação nuclear, e investir em diplomacia cultural para usar o poder suave, de persuasão, em vez da força militar. Ele entende que o país perde o crédito de confiança, o “benefício da dúvida”. Suas ações serão mais escrutinadas.
Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, os EUA criaram as organizações internacionais que formaram a base da nova ordem mundial: as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Era o que Henry Luce, fundador da revista Time, chamou de “século americano”.
Sessenta anos depois, o antiamericanismo tornou-se um fenômeno global.
Na opinião de Julia Sweig, o antiamericanismo nasceu na América Latina, que sempre esteve submetida à hegemonia dos EUA sobre o continente americano. Com a ascensão dos EUA à condição de superpotência a partir de 1945, o resto do mundo passou a experimentar aquilo que os latino-americanos já conheciam.
Durante a Guerra Fria, em nome do combate ao comunismo, os EUA apoiaram ditaduras militares no Terceiro Mundo, na América Latina, na África e na Ásia. Mas só depois do fim da Guerra Fria, e mais especificamente na reação aos atentados de 11 de setembro, os EUA começaram a ser vistos como um país que só se preocupa com seus próprios interesses.
“Se este antiamericanismo se consolidar em escala global”, adverte Julia, “vai minar a vontade política da comunidade internacional de dar aos EUA o benefício da dúvida”, prejudicando a cooperação internacional em iniciativas globais.
É importante “ter um pouco mais de humildade sobre temas como democracia e mudança de regime, que foram incorporados como a frente e o centro de nosso programa político”, alerta a pesquisadora do CRE. Os EUA “precisam apresentar alternativas sérias para os problemas que a comunidade internacional leva a sério”, do aquecimento da atmosfera ao comércio mundial.
Como apesar do antiamericanismo reinante, dezenas de milhões de pessoas sonham em ir para os EUA, ainda há valores que eles prezam na sociedade americana, mesmo que a pressão maior seja a falta de opções de vida digna nos países de origem em contraste com as oportunidades oferecidas pelo sonho americano.
Mas “quando as pesquisas perguntam onde se leva uma vida melhor como profissional de classe média, em comparação com a Alemanha, os países escandinavos, a China, a França e outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, onde é melhor para começar a vida, os EUA ficam em quarto, quinto ou sexto lugar”, diz Julia.
Mesmo que os americanos saiam do Iraque e que o presidente George Walker Bush, extremamente impopular, seja substituído, restarão os problemas ligados ao poder dos EUA. “É muito mais profundo do que a personalidade de George W. Bush”, comenta Julia Sweig. “Não é só Bush nem só o Iraque.”
Além de uma abordagem multilaterialista das questões globais, acrescenta a pesquisadora, como “complemento da políticas substantivas que sejam vistas como lefítimas”, é preciso investir em “programas de intercâmbio, bibliotecas e na diplomacia cultural que recebiam tantos recursos durante a Guerra Fria e agora estão anêmicos”.
Outro problema sério foi “o fracasso ao não responsabilizar altos funcionários do governo em questões como os escândalos com presos e a tortura”, analisa Julia. Vai levar muito tempo para recuperar o que perdemos como resultado do que transpirou nas prisões de Abu Ghraib, Bagram e Guantânamo. Se fôssemos vistos como quem abraça definitivamente as Convenções de Genebra e pune os responsáveis, ajudaria muito a recuperar a confiança”.
Isto deveria incluir a demissão do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld: “Aparentemente ele pediu demissão várias vezes e o presidente não aceitou”.
Quanto à América Latina, Julia acredita que o comércio é importante mas os EUA deveriam ir além, colaborando na solução de problemas importantes da região como pobreza, desigualdade e segurança pública.
“Precisamos mostrar que podemos lidar com a esquerda”, aconselha a autora de Fogo Amigo. “Os latino-americanos elegeram diversos governos de centro-esquerda. A reação inicial de Washington foi histérica. Mas com a exceção de Hugo Chávez, o sinal que os EUA estão enviando é que estão dispostos a trabalhar com chefes de Estado de esquerda eleitos democraticamente.”
Os EUA gastaram US$ 20 bilhões nos últimos dez anos construindo muros e reforçando a segurança na fronteira para evitar a imigração ilegal, especialmente de latino-americanos. É outro problema sério nas relações com a América Latina que prejudica a imagem dos EUA.
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