segunda-feira, 22 de junho de 2015

Talebã atacam o Parlamento do Afeganistão

A  milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria de um ataque ao Parlamento do Afeganistão. Pelo menos nove pessoas morreram, entre eles sete terroristas, uma mulher e uma criança, e 31 saíram feridas, informou o Ministério do Interior afegão.

Num claro desafio ao governo, o ataque comecou às 10h30 pela hora local de Cabul com um atentado terrorista suicida que abalou o plenário, que discutia a indicação do novo ministro da Defesa. Em seguida, seis milicianos tentaram invadir a sede do Parlamento. A polícia resistiu. Depois de uma hora, conseguiu matar todos os talebã.

"Todos os deputados e senadores foram resgatados e estão bem", declarou o chefe de polícia de Cabul, Abdul Rahman Rahimi.

O presidente afegão, Achraf Ghani Ahmadzai, nomeou recentemente Mohammad Massoom Stanekzai para ministro da Defesa, um cargo que exige aprovação do Parlamento. Ghani condenou o ataque descrevendo-o como "um ato claro de hostilidade contra a religião do Islã", numa tentativa de minar a credibilidade dos Talebã, que se apresentam como os únicos representantes legítimos do verdadeiro islamismo.

Com esse ataque ao coração do poder em Cabul, os Talebã mostram a determinar de obter vitórias e realizar ações espetaculares em sua ofensiva anual de verão, que começou antes do início oficial da estação, quando o fim do rigoroso inverno e o degelo permitem aos rebeldes intensificar a luta.

Este é o primeiro ano depois da retirada do grosso das forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos, que atacaram o Afeganistão a partir de 7 de outubro de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro em Nova York e no Pentágono. O governo dos talebã acolhia na época as principais bases da rede terrorista Al Caeda.

A Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA. Desde sua primeira eleição para a Casa Branca, em 2008, o presidente Barack Obama promete acabar com a participação americana.

Diante da ofensiva da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Iraque um ano atrás, Obama decidiu manter 9,8 mil soldados americanos no Afeganistão em vez dos 5 mil anteriormente previstos. Além de treinar a polícia e o Exército locais, eles podem participar de operações especiais antiterrorismo.

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