Ao agradecer hoje a participação de cinco aliados árabes nos primeiros bombardeios contra a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o presidente Barack Obama afirmou que "esta luta não é só dos Estados Unidos" e lembrou que 40 países apoiam a ação militar.
"Não vamos tolerar a existência de refúgios para terroristas que ameacem nosso povo", declarou Obama nos jardins da Casa Branca, citado pelo jornal The Washington Post, que mostra vídeos do ataque e da fala do presidente americano.
Dezenas de combatentes do EIIL foram mortos, anunciou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil na Síria. Em entrevista coletiva, o Departamento da Defesa dos EUA considerou os bombardeios um sucesso e disse não ter informações sobre vítimas civis.
O ataque foi lançado de madrugada com uma torrente de mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados de navios da Marinha dos EUA contra o grupo Khorassan, um braço até agora pouco conhecido da rede terrorista Al Caeda especializado na produção de bombas não detectáveis, nos arredores da cidade de Alepo.
Em seguida, houve três ondas de ataque aéreo com caças-bombardeiros e aviões não tripulados de que participaram também a Arábia Saudita, o Bahrein, o Catar, os Emirados Árabes Unidos e a Jordânia, principalmente contra a cidade de Raca, a capital do Califado fundado pelo Estado Islâmico em junho de 2014.
A estratégia de Obama é não colocar soldados americanos em combate no solo. No Iraque, onde a luta em terra é feita pelo desmoralizado Exército iraquiano e guerrilheiros curdos, seis semanas de bombardeios aéreos dos EUA não foram suficientes para impedir que o EIIL mantenha o controle sobre mais de um quarto do território nacional.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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