O Parlamento da ex-república soviética da Ucrânia ratificou hoje o acordo de associação com a União Europeia, que afasta o país da órbita da Rússia, em meio a uma intervenção militar dissimulada promovida pelo Kremlin que causou o maior atrito com o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
A ruptura das negociações com a UE em novembro de 2013 deflagrou uma revolta popular que levou à queda e fuga do país, em fevereiro de 2014, do presidente Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou. No mês seguinte, depois de um plebiscito não reconhecido internacionalmente, a Rússia anexou a província da Crimeia, que pertencia à Ucrânia.
Desde o início da abril, Moscou fomenta uma rebelião da população de origem russa no Leste da Ucrânia, provocando uma guerra civil em que mais de 2,6 mil pessoas foram mortas, inclusive 298 de um avião civil da Malaysia Airlines aparentemente abatido por engano pelos rebeldes separatistas.
A Rússia nega qualquer interferência no país vizinho, considerando o conflito uma problema interno ucraniano, mas mantém milhares de soldados de prontidão do outro lado da fronteira. Armas, equipamentos militares e voluntários russos apoiam a revolta.
Os Estados Unidos e a UE impuseram sanções econômicas à Rússia e seus agentes na Ucrânia, até agora sem grandes resultados práticos. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está reforçando sua presença na Polônia e nas ex-repúblicas soviéticas do Mar Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia), que se sentem ameaçada pela agressividade russa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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