O primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy pediu hoje ao Tribunal Constitucional da Espanha que impeça a realização do plebiscito sobre a independência da Catalunha convocado há dois dias pelo governo regional da província para 9 de novembro de 2014. Por unanimidade, o tribunal aceitou o pedido.
A Constituição de 1978, aprovada depois do fim da ditadura do generalíssimo Francisco Franco, declara a Espanha um Estado indivisível. Para mudar esta situação, a consulta popular precisa ser realizada em todo o país e não apenas na região que reivindica a independência.
Seis horas depois, o tribunal vetou o plebiscito por unanimidade. Em 2008, proibira uma consulta popular sobre a independência do País Basco. Em 2010, revogara parte dos poderes do estatuto de autonomia do governo regional da Catalunha. Isso revitalizou o movimento pela independência.
Com a decisão do Tribunal Constitucional, deve haver uma divisão na Catalunha entre partidos como a Esquerda Republicana, que não participa formalmente mas apoia o governo Artur Mas, favorável a realizar a consulta popular de qualquer maneira, e a ala mais moderada, que defende negociações com o governo central em Madri.
Artur Mas promete realizar o plebiscito sem violar a lei. Está cada vez mais difícil. Se a votação foi adiada, o movimento nacionalista catalão deve voltar às ruas. A independência será o tema central das próximas eleições regionais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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