Qualquer bombardeio aéreo contra o território sírio sem coordenação com o governo será considerado um ataque ao país, advertiu hoje o ministro do Exterior da Síria, que recebeu o apoio da Rússia e da China.
Sem a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, advertiu o governo russo, "seria um ato de agressão, uma séria violação do direito internacional". A China afirmou hoje que "se opõe a qualquer forma de terrorismo e defende a cooperação da sociedade internacional para atacar o terrorismo", mas, ressalva, "na luta contra o terrorismo, o direito internacional deve ser respeitado, assim como a soberania, a independência e a integridade territorial das nações."
Ontem, ao anunciar sua estratégia para "destruir" o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o presidente Barack Obama autorizou as Forças Armadas dos Estados Unidos a atacar posições do grupo na Síria e prometeu realizar um longa e intensa guerra aérea contra o grupo jihadista.
Obama declarou que não vai incluir o governo sírio na ampla aliança formada para combater a milícia extremista muçulmana, alegando que a ditadura de Bachar Assad perdeu totalmente a legitimidade ao atacar seu próprio povo na guerra civil que matou mais de 193 mil pessoas em três anos e meio.
A Rússia e a China apoiam Assad e vetaram todos os projetos de resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando o governo sírio pelo conflito. A Coalizão Nacional Síria (CNS), grupo de oposição apoiado pelo Ocidente, elogiou a guerra aérea de Obama.
Ao mesmo tempo, os EUA darão treinamento e apoio a rebeldes sírios da CNS. Já pediram à Arábia Saudita para treinar os rebeldes em território saudita.
Desde o fim de fevereiro, a Rússia intervém militarmente na ex-república soviética da Ucrânia, negando-lhe o direito à independência, mas alega tratar-se de um conflito interno entre populações russófonas e o governo central de Kiev, que acusa de ser ilegítimo, fruto de um golpe de Estado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Síria, Rússia e China rejeitam ataques dos EUA na Síria
Marcadores:
agressão,
Bachar Assad,
Barack Obama,
China,
Conselho de Segurança,
Ditadura,
Estado Islâmico do Iraque e do Levante,
EUA,
legitimidade,
ONU,
Rússia,
Síria
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário