Nem o crescimento medíocre de 0,9% da economia brasileira no ano passado tira o sorriso e o otimismo vazio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ironizou hoje o blog Além dos BRICS, do jornal inglês Financial Times.
Há dois anos, Mantega prevê crescimento de 4% para o produto interno bruto do Brasil, a soma de todas as riquezas que o país produz num ano menos as importações. Em 2011, foram apenas 2,7%; em 2012, 0,9%. Essa sucessão de erros derrubaria um ministro em outro país.
Desta vez, a desculpa de Mantega vem do exterior. É a crise financeira internacional. Os Estados Unidos, onde a crise começou, avançaram 2,2% no ano passado, quase duas vezes e meia a mais do que o Brasil, apesar do conflito permanente entre o presidente Barack Obama e a maioria republicana na Câmara em torno do déficit orçamentário. E o Japão cresceu 1,9%, mesmo enfrentando problemas crônicos de estagnação e deflação.
Na comparação com os emergentes, o Brasil fica muito pior.
O México, principal adversário na luta pela liderança econômica da América Latina, cresceu 3,9%. Entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), apontados no início da década passada como os tijolos (bricks, em inglês) que construíram o crescimento econômico mundial até 2050, a China avançou 7,8%, a Índia 5% e a Rússia 3,4%
Outros sinais negativos, aponta o FT, são a queda de 17,2% para 14,8% do PIB na taxa de poupança e de 19,3% para 18,1% no investimento. As políticas de expansão do crédito de Lula e Dilma favorecem o consumo e não a poupança e o investimento.
Para o jornal inglês, porta-voz do centro financeiro de Londres, em vez de cortar despesas correntes, o governo acaba reduzindo seus próprios investimentos. Sem investimento, não há crescimento.
Os primeiros indicadores econômicos de 2013 apontam uma aceleração da atividade econômica. Mas não se deve esperar um crescimento significativo nem acreditar em Mantega.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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