Os médicos-legistas que examinaram o cadáver do magnata russo Boris Berezovsky, encontrado morto sábado de manhã aos 67 anos em sua casa perto de Londres, na Inglaterra, declararam que os indícios são "consistentes com enforcamento", sem sinais de luta violenta, informou nesta segunda-feira a polícia britânica, a Scotland Yard.
O mais colorido dos oligarcas que dominaram a economia da Rússia logo após o fim da União Soviética estava triste e deprimido. Pode ter se matado. A polícia britânica ainda vai fazer exames histológicos e toxicológicos que podem durar semanas. Mas a maior suspeita no momento é de suicídio.
Professor de matemática e analista de sistemas, Berezovsky se beneficiou das privatizações do governo Boris Yeltsin. Comprou a companhia aérea Aeroflot, uma empresa de petróleo da Sibéria e uma televisão que usou para fazer política, garantindo a reeleição de Yeltsin em 1996 e promovendo a ascensão de Putin em 1999 e 2000.
No poder, Putin, um ex-oficial obscuro da tenebrosa polícia política soviética KGB, passou a atacar os oligarcas para reestatizar parte da economia, especialmente o setor energético, e aumentar sua popularidade.
Berezovsky se autoexilou em Londres, enquanto o burocrata sombrio que sua TV construiu já é o homem que ficou mais tempo no poder na Rússia pós-czarista depois de Josef Stalin.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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