sexta-feira, 22 de março de 2013

Xi Jinping faz primeira viagem ao exterior à Rússia

Em sua primeira viagem ao exterior como presidente da China, Xi Jinping chegou hoje a Moscou para uma visita de três com o objetivo de fortalecer a parceria econômica entre as duas grandes potências e uma aliança política para se opor aos Estados Unidos e à Europa em foros internacionais.

A China está interessada num acordo para garantir o suprimento de gas e petróleo da Rússia à sua economia, que superou os EUA no ano passado como maior importador mundial de energia, informa o jornal Economic Times.

"A China e a Rússia são hoje seus mais importantes parceiros estratégicos", declarou Xi a jornalistas russos, manifestando o interesse de consolidar a aliança entre os dois grandes países comunistas do século 20, abalada desde que o líder soviético Nikita Kruschev denunciou os crimes do ditador Josef Stalin, em 1956. "De diversas maneiras, falamos a mesma língua".

Depois de alguns conflitos de fronteiras que quase levaram a China e a União Soviética à guerra em 1969, o pior momento das relações bilaterais foi na era das reformas de Mikhail Gorbachev. O movimento estudantil pela paz e a democracia na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 1989, foi deflagrado por uma visita de Gorbachev.

Desde o colapso da URSS, em 1991, o regime comunista chinês tenta tirar lições para evitar seu próprio desaparecimento.

Com a guinada autoritária da Rússia desde a ascensão de Vladimir Putin ao poder em 2000 e sua tentativa de restaurar o poder imperial da era soviética, a aproximação era inevitável. A questão é se será uma aliança sólida ou apenas uma parceria estratégica oportunista do autoritarismo para se opor pontualmente às políticas ocidentais.

Até onde vão os interesses comuns? Rússia e China já são aliadas na Organização de Cooperação de Xangai e no forum do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que também têm interesses comuns limitados além de se opor às potências ocidentais que dominaram o mundo nos últimos 500 anos.

A energia gera bons negócios e uma agenda positiva, mas a rápida ascensão da China a superpotência desequilibra uma relação que na era de Stalin e Mao Tsé-tung pendia para Moscou.

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