segunda-feira, 18 de março de 2013

Vitória da Uhuru Kenyatta não pacifica o Quênia

O primeiro-ministro Raila Odinga está contestando na Justiça a vitória do vice-presidente Uhuru Kenyatta na eleição presidencial de 4 de março de 2013 no Quênia por uma pequena margem de apenas 8 mil votos ou 0,07% para evitar um segundo turno.  É um resultado que deixa o país dividido.

Kenyatta, filho do herói da independência do país, Jomo Kenyatta, articulou a Aliança Jubileu, que marcar os 50 anos da emancipação do Império Britânico, reunindo seu grupo étnico kikuyu, o maior e tradicionalmente mais poderoso, e o povo kalenjin de seu vice Wiliam Ruto.

Ambos são suspeitos de crimes contra a humanidade cometidos durante a onda de violência que se seguiu à eleição presidencial de dezembro de 2007, em que Odinga acreditava ter vencido o então presidente Mwai Kibaki, um kikuyu, que acabou sendo considerado vencedor. Kenyatta é acusado de organizar a milícia kikuyu.

Por isso, os vencedores não tiveram o apoio da Europa e dos Estados Unidos, que ajudaram a financiar o processo eleitoral e acabaram tendo de aceitar candidatos processados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

Nas áreas kikuyu, embu, meni e kalenjin, cerca de metade do eleitorado votou em Kenyatta. Nas regiões luo, luhya e kamba, quase todos os votos foram para a Coalizão pela Reforma e Democracia, liderada por Odinga.

O elevado índice de comparecimento às urnas, de 86%, é possivelmente resultado de fraudes, mas os observadores locais e estrangeiros consideraram o processo eleitoral transparente, embora tenham criticado o sistema de contagem manual dos votos.

Em duas semanas, o Supremo Tribunal deve decidir se aceita as alegações de Odinga.

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