Depois de reafirmar o compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel diante de jovens israelenses, o presidente Barack Obama declarou que é preciso reconhecer os direitos nacionais do povo palestino à autodeterminação.
"A paz é possível", disse Obama, sob aplausos da plateia. Em seguida, criticou a expansão das colônias israelenses na Cisjordânia ocupada: "Israel precisa reconhecer que a colonização é contraproducente no processo de paz. Um Estado palestino precisa ser viável".
Para Obama, uma paz com a criação de um Estado Nacional palestino coexistindo com um país palestino é único garantia para que Israel continue sendo uma democracia e um Estado Nacional judaico. Como a população árabe cresce mais do que a israelense e já é maioria no território histórico da Palestina, sem dois países independentes, os palestinos seriam maioria.
O presidente americano ameaçou mais uma vez com uma intervenção militar na Síria, se a ditadura de usar armas químicas na guerra civil: "Deixei claro a Bachar Assad e a quem cumpre suas ordens: não vamos tolerar o uso de armas químicas contra o povo sírio nem a transferência destas armas para grupos terroristas", numa referência à milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
Em seguida, deu seu receita para a paz na Síria: "Assad precisa ir para que o futuro da Síria possa começar. Porque a verdadeira estabilidade da Síria depende do estabelecimento de um governo responsável perante seu povo - um governo que proteja todas as comunidades dentro de suas fronteiras e a paz com países além delas".
Ele reconheceu que o programa nuclear do Irã é uma ameaça à existência de Israel. "Mas não é só um desafio para Israel - é uma ameaça para o mundo inteiro, inclusive para os EUA. Um Irã com armas atômicas vai aumentar o risco de terrorismo nuclear. Vai minar o regime de não proliferação nuclear. Vai provocar uma corrida nuclear numa região volátil. E vai fortalecer um governo que não mostra respeito pelos direitos de seu povo nem responsável diante de outras nações".
Ao afirmar que a economia do Irã está em péssimas condições por causa das sanções internacionais, Obama pediu mais tempo para uma solução negociada, mas insistiu que o prazo não é ilimitado e renovou a ameaça de uso da força: "Deixamos clara a posição dos EUA: o Irã não pode ter armas nucleares".
A questão nuclear iraniana é um dos temas que afastam Obama do primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu, que gostaria de atacar militarmente as usinas atômicas do Irã, mas teme fazer isso sem a cobertura dos EUA.
Obama insiste em dar mais tempo às sanções e à diplomacia, e acredita que a solução do problema palestino melhoraria a imagem de Israel no Oriente Médio e no mundo. Mas o governo direitista israelense não manifesta maior interesse na paz com os palestinos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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