O presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, deputado Paul Ryan, candidato derrotado a vice-presidente dos Estados Unidos em novembro passado, apresentou hoje um plano para equilibrar o orçamento federal até 2023 com cortes de gastos de US$ 4,6 trilhões.
A proposta elimina o programa de saúde do governo Barack Obama para garantir cobertura de saúde a todos os americanos e reduz gastos sociais com pobres e estudantes para evitar a diminuição das despesas militares.
Na prática, Ryan reproduziu o plano lançado no ano passado, projetando um aumento maior na arrecadação de impostos, de US$ 3,2 trilhões em dez anos, com base em cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso, informa o jornal The Washington Post.
Os maiores cortes, de US$ 2,7 trilhões, recairiam sobre o setor de saúde. Atinge os programas para os idosos (Medicare) e para os pobres (Medicaid), e acaba com a reforma de Obama para oferecer cobertura universal aos americanos.
Ryan quer cortar mais US$ 1 trilhão em subsídios agrícolas, cupons de alimentação, empréstimo estudantil e pensões de funcionários públicos federais. Ele pretende reduzir a orçamento das agências governamentais em mais US$ 250 bilhões. Vai além dos cortes automáticos que entraram em vigor em 1º de março por causa do desacordo entre o governo e a oposição, que domina a Câmara, responsável pela aprovação do orçamento.
Como segurança nacional é uma prioridade para os republicanos embora o país não tenha inimigos, o Departamento da Defesa, o Pentágono, recebe de volta os US$ 500 bilhões. Outros US$ 700 bilhões seriam poupados pela redução da dívida pública federal dos EUA, que se aproxima de US$ 16,7 trilhões.
A Casa Branca criticou a proposta como a "maneira errada" de reduzir o déficit público federal, alegando que reduzir gastos públicos sem aumentar impostos para os ricos vai colocar o peso do ajuste fiscal sobre a classe média.
Nem a proposta republicana nem a contraproposta a ser apresentada pela maioria democrata no Senado deve ser aprovada. Mas em algum momento os dois grandes partidos dos EUA terão de se entender e chegar a um meio termo. O Plano Ryan será uma das bases desta negociação. A Casa Branca deve apresentar sua proposta em abril, noticia o jornal The Wall St. Journal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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