O Banco Central do Chipre anunciou hoje que 37,5% dos depósitos bancários no Banco do Chipre acima de 100 mil euros serão convertidos em ações especiais como parte do processo de reestruturação do sistema financeiro do país acertado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na prática, esse dinheiro vai desaparecer das contas bancárias, enquanto outros 22,5% serão congelados e colocados numa conta não remunerada. Também poderão ser usados para recapitalizar o Banco do Chipre, dependendo da avaliação de auditores independentes.
Quem tem depósitos de até 100 mil euros terá seu dinheiro garantido, de acordo com as normas adotadas pela UE no início da crise. Já os grandes depositantes podem perder até 60% de seu dinheiro.
No início desta semana, o governo cipriota concordou em fazer uma reforma profunda do seu sistema financeiro em troca de um empréstimo de emergência de 10 bilhões de euros para evitar o colapso da economia do país.
Como parte do acordo, Banco Laiki (Popular), o segundo maior do país, será fechado, e seus bons ativos serão transferidos para o Banco do Chipre, o maior. Os grandes depositantes no Laiki devem rever só 20% do seu dinheiro, estima o ministro das Finanças, Michalis Sarris.
Cerca de 19 mil correntistas terão perdas, uma exigência da Alemanha, que relutava em ajudar Chipre porque os bancos do país são usados para lavagem de dinheiro pela máfia russa.
Forçado a levantar 5,8 bilhões como sua parte no acordo, o governo cipriota não tem alternativa. Espera levantar 1,2 bilhão com o programa de privatização, mas ainda tem um grande rombo a cobrir. Vai tirar dos grandes poupadores.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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