Cerca de 2,2% de todas as armas de fogo vendidas nos Estados Unidos acabam sendo contrabandeadas para o México, onde mais de 60 mil pessoas foram mortas nos últimos seis anos numa guerra do governo contra as máfias do tráfico de drogas. São 253 mil armas por ano, "uma escala muito maior do que admitido até agora", indica um estudo divulgado hoje pela Universidade de San Diego, na Califórnia.
O valor anual desse contrabando de armas chega a US$ 127,2 milhões, concluiu a pesquisa O Caminho das Armas: estimando o tráfico de armas de fogo através da fronteira EUA-México.
Como a concorrência é enorme, a margem de lucro dos pequenos comerciantes de armas é tão pequena nos EUA que muitos quebrariam se não fosse pela demanda mexicana, acredita o economista Topher MacDougal, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Esse tráfico de armas levou a uma maior concentração do comércio varejista de armas nos quatro estados americanos da fronteira com o México, onde ficam 6,7 mil das 51,3 mil lojas autorizadas a vender armas de fogo nos EUA.
Do lado americano dos cerca de 3,15 mil quilômetros da fronteira entre os dois países, há em média uma loja de venda de armas a cada 500 metros.
"A demanda mexicana explica a abundância e o sucesso do negócio", comenta Robert Muggah, outro pesquisador envolvido no projeto. "A maior parte das mortes violentas no México é com revólveres calibre 38. Os EUA são o maior mercado do mundo para revólveres especiais calibre 38".
Cerca de 2,2 mil fabricantes de armas, peças e munições produzem 4,2 milhões de armas por ano nos EUA. De cada quatro americanos, um tem arma, informa reportagem da companhia jornalística McClatchy Newspapers, editora do jornal The Miami Herald.
Nas últimas décadas, observa a pesquisa, o crime organizado acumulou grandes arsenais que incluem pistolas de 9mm, revólveres e pistolas dos calibres 38mm e 45mm, fuzis de guerra como AR-15 e AK-47, granadas e lançadores de granadas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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