O candidato ultranacionalista Ollanta Humala diminuiu a vantagem do ex-presidente Alan García no final da campanha para o segundo turno da eleição presidencial no Peru, em 4 de junho. Três pesquisas divulgadas ontem davam a vitória a García mas, talvez na mais confiável, a vantagem era de apenas seis pontos percentuais. E uma única pesquisa, feita por um instituto americano, dá a vitória a Humala.
García chegou a ter uma vantagem de 20 pontos quando o número de indecisos era grande. Também se deve considerar que o eleitor de Humala, um ex-oficial golpista apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que entrou de sola na eleição peruana, pode estar menos inclinado a revelar seu voto.
Para fugir deste problema, o instituto Apoyo fez uma simulação de voto com cabine indevassável. Na pesquisa da Universidade de Lima, que usou a metodologia tradicional de entrevistar eleitores, García teve 55,9% contra 44,1% de Humala. Já na sondagem do instituto Datum, García teve 57% e Humala, 43%.
Se as pesquisas estiverem corretas, "García deve ganhar", disse o diretor do instituto Apoyo, Alfredo Torres. "Se Humala vencer, será por causa de votos ocultos que não registramos". Mas ainda havia 8% de indecisos e os eleitores de Humala, especialmente os de origem indígena do interior do Peru, podem não ter revelado sua verdadeira intenção, distorcendo o resultado da pesquisa.
Como García fez um governo desastroso (1985-90), deixando uma inflação de 7.000% e uma guerra civil contra o grupo terrorista Sendero Luminoso que provocou 75 mil mortes, uma piada cruel e sarcástica que circula em Lima diz que a opção dos peruanos amanhã é entre o câncer (García) e a aids (Humala).
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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