sábado, 23 de fevereiro de 2013

Esquerda: "Vitória de Berlusconi seria um desastre"

A volta ao poder do arquicorrupto empresário e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi nas eleições deste domingo e de segunda-feira, 24 e 25 de fevereiro de 2013, "seria um desastre" para a economia italiana, adverte o vice-líder do Partido Democrático, de centro-esquerda, Enrico Letta. Seu líder, Pier Luigi Bersani, é o favorito para chefiar o próximo governo da Itália.

Berlusconi renunciou em novembro de 2011, no auge da crise da dívida pública italiana, por total falta de credibilidade para enfrentar os problemas do país. Seu substituto foi o tecnocrata Mario Monti, ex-comissário europeu antimonopólio, que caiu quando perdeu o apoio do líder direitista.

Uma vitória de Berlusconi poderia anular todo o trabalho de Monti para estabilizar a economia italiana e recuperar a credibilidade do país, que tem uma dívida de 2,6 trilhões de euros, equivalente a cerca de 120% de toda a riqueza que a Itália produz num ano.

As últimas pesquisas dão entre 32% e 37% para a centro-esquerda e 27% a 32% para a direita do Povo da Liberdade, de Berlusconi. Em terceiro, num evidente sinal de desencanto da população com os partidos políticos, está o movimento Cinco Estrelas, do humorista Beppe Grillo, com 14% a 18%.

A aliança cívica de Monti está em quarto, mas deve ser convidada para participar do governo se a esquerda conseguir maioria na Câmara, o que é mais provável, mas não no Senado, observa a televisão americana CNN.

Um governo Bersani-Monti seria o melhor para a Itália neste momento. A volta de Berlusconi com certeza jogará o país de volta à situação em que estava quando ele caiu, à beira de pedir ajuda de emergência a seus parceiros da União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional.

Com Monti, está assegurada a continuidade das reformas necessárias para aumentar a competitividade da economia italiana, que na última década cresceu a uma taxa média de 1% ao ano. Bersani promete estimular a economia para tentar escapar do modelo de austeridade total imposto pela Alemanha na crise das dívidas públicas da Zona do Euro. Deve se aliar ao socialista François Hollande, presidente da França, na luta para flexibilizar o rígido ajuste fiscal pan-europeu guiado por Berlim.

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