sábado, 16 de fevereiro de 2013

Conclave para eleger papa pode iniciar em 15 de março

A reunião do Sacro Colégio Cardinalício para eleger o sucessor do papa Bento XVI pode começar em 15 de março, se houver número suficiente de cardeais em Roma, admitiu hoje a Santa Sé, reporta a agência Reuters.

Pelas normas da Igreja Católica, o Conclave deve ser iniciado 15 a 20 dias depois do trono de São Pedro ficar vago, o que acontecerá em 28 de fevereiro. Um novo papa deve ser eleito antes da Páscoa, que neste ano cai em 31 de março.

Bento XVI renunciou surpreendentemente alegando problemas de saúde para continuar exercendo "o ministério de Pedro". Sua decisão abriu uma série de discussões sobre intrigas, fofocas e traições na Cúria Romana, revelando todo o atraso de uma instituição medieval que resiste a qualquer tentativa de modernização.

A maior crise da Igreja Católica Apostólica Romana se deve à falta de padres para realizar sua missão. Enquanto não acabar com o celibato, a proibição dos padres se casarem, e não aceitar a ordenação de mulheres, esse problema fundamental não vai mudar - para não falar no problema da pedofilia, dos escândalos sexuais causados por religiosos que não conseguem controlar seus instintos mais selvagens e do veto ao uso da camisinha para combater a aids.

Quando um papa conservador e debilitado que passou a vida lutando para manter tudo como está, inclusive acobertando crimes sexuais de suas ovelhas-chefes prega uma "verdadeira renovação", só revela quão esclerosada e anacrônica é a instituição que preside.

Talvez a saída seja a eleição de um papa não europeu. Seria um reconhecimento de a Igreja tem pouco peso hoje no continente onde está instalada. Em países como o Reino Unido e a Holanda, apenas 1% frequentam a missa dominical. Muita gente ainda se casa e batiza seus filhos na Igreja como um ritual, uma festa. O número dos que seguem a orientação da Igreja é mínimo.

Sua maior força está em regiões mais atrasadas do planeta como a África e a América Latina, onde a pregação conservadora e moralista está mais de acordo com as visões religiosas. Se o novo papa vier do Terceiro Mundo, será uma esperança de renovação. Mas, para mudar algo, ele terá de enfrentar o atraso, as futricas e traições das lutas internas pelo poder no Vaticano.

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