O economista de esquerda Rafael Correa foi reeleito ontem com 57% dos votos para um terceiro mandato consecutivo como presidente do Equador e fica no poder até 2017, informa o jornal equatoriano Hoy. Pela primeira vez, terá maioria na Assembleia Nacional, onde sua Aliança País deve eleger 69 dos 137 deputados.
Em segundo lugar, ficou o banqueiro Guilllermo Lasso com 23%, um sinal da falência dos partidos políticos tradicionais do país, atropelados pela revolução bolivarista inspirada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Entre os sete derrotados, estão também o ex-presidente Lucio Gutiérrez e o magnata da banana Álvaro Noboa, homem mais rico do Equador.
"Ninguém pode parar esta revolução!", declarou Correa na sacada do Palácio Carondelet, na parte colonial de Quito. "Ou mudamos o país agora ou não mudamos mais. É uma oportunidade histórica".
Correa, no poder desde 2007, pretende usar a maioria parlamentar "para lutar por uma lei de comunicação que permita uma imprensa mais decente no Equador". Sua terceira vitória consecutiva encerra um período de profunda instabilidade política no país. Nos dez anos anteriores à ascensão de Correa, nenhum presidente equatoriano conseguiu completar o mandato.
A oposição teme que o presidente aumente o controle do Poder Executivo sobre os meios de comunicação e o Poder Judiciário, seguindo o modelo adotado por Chávez na Venezuela e perseguido pela presidente Cristina Kirchner na Argentina.
Apesar da revolução de caráter socialista, cerca de 30% dos equatorianos ainda vivem na miséria, informa o último relatório do Banco Mundial. O governo alega ter reduzido a pobreza absoluta a 16%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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