Depois do anúncio feito na madrugada de hoje pelo presidente Barack Obama no Discurso sobre o Estado da União, os Estados Unidos e a União Europeia devem começar a negociar uma parceria transatlântica de comércio e investimentos, confirmou hoje o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. O objetivo é contrabalançar a ascensão econômica da Ásia e da China.
"Estas negociações vão criar um novo padrão não apenas para futuros acordos bilaterais de comércio e investimentos, inclusive questões regulatórias, mas também para o desenvolvimento de regras para o comércio global", afirmou Barroso, citado pelo jornal inglês Financial Times.
O comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht, espera concluir um acordo em dois anos, reduzindo tarifas e a burocracia, mas observou que a amplitude do acordo é mais importante do que a pressa.
Em declaração conjunta, EUA e UE declararam que "as relações econômicas transatlânticas representam metade da produção global e cerca de US$ 1 trilhão por ano no comércio de bens e serviços, sustentando milhões de empregos dos dois lados do Atlântico".
A Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos será um marco importante na reorganização geopolítica das potências ocidentais que dominaram o mundo nos últimos 500 anos e hoje assistem à irresistível ascensão econômica da Ásia.
Numa sociedade internacional anárquica que não conseguem mais controlar, os EUA e a Europa tratam de se aliar. Mas excluem o Japão, um fiel aliado do Ocidente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. É um rearranjo geopolítico fundamental e um desafio para o resto do mundo.
O fluxo de comércio no Atlântico Norte é hoje de US$ 2,7 bilhões por dia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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