quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

México prende líder dos professores por corrupção

A polícia do México prendeu num aeroporto próximo da capital a presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação (SNTE), Elba Ester Gordillo, acusada de roubar 2 milhões de pesos mexicanos, cerca de US$ 160 milhões, nos últimos quatro anos.

O procurador-geral, Jesús Murillo Karam, disse que a Professora, como ela era conhecida, gastou o dinheiro num avião particular, roupas de grife, obras de arte, imóveis e cirurgia plástica. De 2008 a 2012, o dinheiro desviado foi depositado em contas bancárias nos Estados Unidos e na Suíça.

Elba Gordillo presidia o sindicato de 1,5 milhão de associados há 23 anos. Em outubro de 2012, foi reeleita sem oposição para mais um mandato de seis anos. Sua prisão aconteceu um dia depois que o presidente Enrique Peña Nieto sancionou uma reforma que tira do sindicato o controle sobre a contratação e a demissão de professores.

A prisão já está sendo comparada à de Joaquín Hernández García, então presidente do poderoso sindicato dos petroleiros, em 1989, no governo Carlos Salinas de Gortari, que fez uma série de reformas econômicas, observa a revista inglesa The Economist.

Em palestra para lançar o livro Saldos do Narco: o fracasso de uma guerra, criticando a guerra contra as drogas do ex-presidente Felipe Calderón, o ex-ministro do Exterior mexicano Jorge Castañeda comentou na Universidade Autônoma do Estado de Morelos, em Cuernavaca, que os presidentes do país costumam fazer gestos espetaculares no início do governo para se legitimar.

"Há uma tradição que vem do antigo regime", do longo período de monopólio de poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), de sua fundação, em 1929, até o ano 2000, acrescentou Castañeda, um dos grandes pensadores políticos latino-americanos, pelo menos desde os governos de Luis Echeverría (1970-76) e José López Portillo (1976-82), reporta o jornal mexicano La Jornada.

O novo presidente Enrique Peña Nieto, que tomou posse em dezembro de 2012, é o primeiro eleito pelo PRI depois do fim da ditadura civil que o partido impôs ao México durante a maior parte do século 20.

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