Ao receber em Havana o primeiro-ministro da Rússia, Dimitri Medvedev, o ditador Raúl Castro admitiu inesperadamente deixar o poder. No domingo, Raúl será reeleito presidente de Cuba para um segundo mandato de cinco anos.
Em 2006, Raúl substituiu o irmão Fidel, que ficou gravamente doente, primeiro interinamente e depois definitivamente, a partir de 2008. Agora, aconselhou os jornalistas a prestarem atenção no discurso de domingo na Assembleia Nacional.
"Vou fazer 82 anos", disse Raúl quando caminhava ao lado de Medvedev. "Tenho direito a uma aposentadoria, vocês não acham?"
Diante da surpresa dos repórteres, Raúl insistiu no assunto: "Por que estão tão incrédulos?" Em seguida, falou para ficarem atentos à sua posse: "Será um discurso interessante. Prestem a atenção".
Como ele propôs a limitação do exercício de cargos públicos a um máximo de dois mandatos, imagina-se que Raúl possa anunciar regras para sua sucessão.
Desde que assumiu o poder, Raúl Castro iniciou uma série de reformas como a autorização para abertura de microempresas como bares, restaurantes e oficinas, o uso de telefones celulares e mais recentemente o direito de viajar ao exterior. No plano político, mantém a ditadura de partido único e eleições de um candidato só.
Cuba sofre um embargo econômico dos Estados Unidos há 51 anos, desde que as propriedades de americanos foram confiscadas na ilha quando a revolução liderada por Fidel assumiu um caráter socialista. A partir de 1991, o boicote virou lei aprovada pelo Congresso. Só pode ser levantado quando os irmãos Castro deixarem o poder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
É inacreditável como conseguiram ficar tanto tempo no poder, inclusive pós desaparecimento da URSS. Ainda acho que vão acabar como um estado americano.
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