Mais dois tibetanos tentaram se suicidar ateando fogo a suas roupas em protesto contra a dominação da China sobre o Tibete e suas políticas de assimilação cultural. Um dos casos foi o centésimo caso em território chinês. No outro, um monge tibetano se autoimolou no vizinho Nepal.
Na China, o ex-monge Lobsang Mongyal, de 37 anos, se tocou fogo em 3 de fevereiro diante de uma delegacia de polícia de um condado da província de Sichuã, parte do chamado Grande Tibete, de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, 11% do território chinês.
Ele morreu no local, informou a organização não governamental Tibete Livre, com sede em Londres. Em sua agonia, teria pedido longa vida ao Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete.
A onda de autoimolações no Tibete começou em 2009. Como a repressão das autoridades da China proibiu manifestações de protesto, os tibetanos partiram para autoimolações. Em cem casos, 82 pessoas morreram. Também há protestos suicidas no exterior.
Na manhã de ontem, um monge tibetano exilado foi até uma rua do centro de Katmandu, a capital do Nepal, jogou gasolina no corpo e em suas roupas, e se ateou fogo. Antes de cair no chão, ainda gritou palavras de ordem contra a ditadura comunista chinesa, reportou o jornal The New York Times, citando como fonte a agência de notícias Associated Press.
Até hoje, houve pelo menos meia dúzia de autoimolações no exterior.
O Tibete foi integrado à China no século 13, quando os dois países foram tomados pelo Império Mongol. No século 20, o Tibete teve um breve período de independência da implantação da república na China, em 1912, até a invasão determinada por Mao Tsé-tung, em 1951, depois da vitória da revolução comunista, em 1949.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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