Para 47% dos franceses, o partido neofascista Frente Nacional "não representa uma ameaça para a democracia", indica uma pesquisa encomendada pelo jornal Le Monde e pela televisão Canal Plus. São oito pontos percentuais a mais do que em 2012.
Entre os simpatizantes da União por um Movimento Popular (UMP), o grande partido de centro-direita do ex-presidente Nicolas Sarkozy, 54% veem a líder da extrema direita, Marine Le Pen, como representante de "uma direita patriótica ligada aos valores tradicionais".
Com a decadência do comunismo, nas últimas décadas, a FN conquistou o eleitorado de trabalhadores desiludidos com a esquerda que passaram a ver nos imigrantes uma ameaça a seu emprego.
Em 2002, a esquerda estava descontente com as políticas liberais do então primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin. Muitos esquerdistas votaram na extrema esquerda no primeiro turno. Isso tirou os socialistas do segundo turno, levando o líder histórico da extrema direita francesa, Jean-Marie Le Pen, para a votação final, com 17% dos votos.
No primeiro turno da eleição de François Hollande, em 22 de abril de 2012, Marine obteve 18% dos votos, superando a votação do pai. Ela trouxe um rosto e um ar mais respeitável à extrema direita. É aí que mora o perigo, na "banalização do mal", como advertiu a filósofa judia alemã Hannah Arendt em As Origens do Totalitarismo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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