O governo socialista da França recebe mais um golpe na luta para atrair investimentos estrangeiros e manter o parque industrial do país. Em carta ao principal jornal econômico francês, o empresário Maurice Taylor, diretor-executivo da fábrica de pneus Titan, reclamou dos impostos elevados e da pequena jornada de trabalho dos franceses.
"Vocês acham que sou estúpido?", reagiu Taylor diante de uma proposta do ministro da Indústria francês, Arnaud Montebourg, sugerindo a retomada de negociação para a Titan assumir o controle parcial de uma fábrica que a Goodyear pretende fechar no Norte da França.
Em carta ao jornal Les Echos, Taylor criticou a jornada de trabalho francesa de 35 horas semanais, afirmando que "a mão de obra na França recebe altos salários para trabalhar só três horas por dia. Os trabalhadores tiram uma hora para o almoço e outras pauses, conversaram durante três horas e trabalham apenas três. Joguei isso na cara cos sindicatos franceses. Eles me disseram que é o estilo francês!"
Ele acrescentou: "A Goodyear tentou salvar parte dos empregos de Amiens, mas os sindicatos e o governo franceses nada fizeram além de falar".
Montebourg, responsável pela campanha para atrair investimentos Diga Sim à França, considerou a carta "insultante" e uma prova da "completa ignorância" do empresário americano sobre a França, onde há 20 mil companhias estrangeiras em atuação, inclusive 4,2 mil dos EUA.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), uma das principais centrais sindicais francesas, acusada de "louca" por Taylor, declarou que ele é "lunático" e não tem condições de dirigir uma empresa transnacional.
O setor privado francês encolheu em fevereiro num ritmo mais forte do que em meses anteriores.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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