O ministro do Interior do Irã, Ali Akbar Salehi, declarou ontem à noite em Munique, na Alemanha, onde participa de uma conferência sobre segurança, que seu país está disposto a aceitar uma proposta dos Estados Unidos para discutir o programa nuclear iraniano, acusado de desenvolver armas atômicas ilegalmente. As negociações seriam retomadas em 25 e 26 de fevereiro, na ex-república soviética do Casaquistão.
Como americanos e europeus acreditam que ele não tem poder para tomar essa decisão, receberam a declaração com certo ceticismo. "É um passo à frente", comentou o vice-presidente Joe Biden, representante americano na conferência, considerando a declaração positiva.
Em seu estilo franco e direto, Biden afirmou que os EUA estão prontos para discutir "quando a liderança do Irã, o Supremo Líder, falar sério". Ele acrescentou que as negociações "têm de ser reais e tangíveis, com uma agenda clara. Não vamos negociar só por negociar".
Na mesma ocasião, Salehi acusou "o outro lado" de não cumprir os compromissos assumidos em negociações anteriores. Também reclamou dos "sinais contraditórios" enviados pelo governo Barack Obama como "a retórica de que todas as opções estão na mesa", inclusive a possibilidade de uma ação militar contra o Irã, reporta o jornal The New York Times.
As negociações incluem as cinco potências com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha.
Na última rodada, realizada em Moscou em junho passado, o Irã exigiu a suspensão de todas as sanções contra o país como precondição para discutir seu programa nuclear. As grandes potências alegaram que primeiro o Irã precisa cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, suspender o enriquecimento de urânio e abrir totalmente suas instalações nucleares a inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário