Com mais 132 mil demissões em janeiro, o número total de desempregados na Espanha chegou a 4,98 milhões, revelou hoje o Ministério do Emprego e da Seguridade Social. A quarta maior economia da Zona do Euro perdeu 1,4% no ano passado e talvez só volte a crescer em 2014. O índice de desemprego estava em 26,02% no fim de 2012.
Houve uma pequena queda do desemprego nas Ilhas Baleares (+326 vagas), onde os europeus buscam tomar algum sol durante o inverno, mas forte aumento na Andaluzia (-18.569) e em Madri (-17.435).
Desde o fim da semana passada, os espanhóis protestam nas ruas contra a corrupção. O primeiro-ministro Mariano Rajoy e outros líderes do conservador Partido Popular são acusados de receber "dinheiro não contabilizado" do caixa 2 de grandes empresas num grande escândalo de corrupção, um mensalão espanhol.
Rajoy teria recebido 25,2 mil euros (R$ 68 mil) por mês durante 11 anos, num total equivalente a quase R$ 750 mil. Como o governo direitista tem maioria no Parlamento, está tentando ignorar a voz das ruas. Diante da notícias, milhares de espanhóis protestaram diante do Congresso, perguntando: "Onde está meu envelope?" Os pepistas recebiam o dinheiro extra mensalmente em envelopes.
Durante visita à Alemanha, o chefe do governo espanhol negou mais uma vez ter recebido dinheiro sujo: "Este é um momento difícil, mas vamos superá-lo", disse Rajoy, citado pelo jornal espanhol El País, que denunciou o escândalo. O subsecretário do PP ameaçou processar quem acusar o partido de financiamento ilegal.
A situação é especialmente grave porque a Espanha enfrenta sua pior crise econômica desde o fim da ditadura do generalíssimo Francisco Franco, em 1975.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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