Durante seis meses, 3 milhões de soldados da Alemanha nazista e do Exército Vermelho se enfrentaram com uma violência sem precedentes na que é considerada a batalha mais importante de todos os tempos.
Em 2 de fevereiro de 1943, em meio a um rigoroso e cruel inverno soviético, os alemães se renderam em Stalingrado, hoje Volgogrado, que mudou de nome depois que os crimes do ditador Josef Stalin foram denunciados.
A Batalha de Stalingrado marca o fim do avanço nazista e o início da contraofensiva soviética que terminaria com a derrota de Hitler e a tomada do Reichstag, em Berlim, em 8 de maio de 1945. O total de vítimas - mortos, feridos, presos e desaparecidos - passou de 2 milhões, três vezes mais do que na Batalha de Verdun, na Primeira Guerra Mundial.
Depois de romper o Pacto Germano-Soviético, em 22 de junho de 1941, a Alemanha invadiu a União Soviética. A ofensiva rumo a Stalingrado começou em 6 de julho de 1942. Na propaganda nazista, era uma "cruzada anticomunista", lembra o jornal Courrier International, que publicou um dossiê sobre a Batalha de Stalingrado na sua última edição.
Na madrugada de 23 de agosto, a 16ª Divisão Panzer avançou em alta velocidade pela estepe russa saindo do vale do Rio Don. Ao anoitecer, chegou à margem direita do Rio Volga. Do outro lado, começava a Ásia. Aquela deveria ser a fronteira leste do Terceiro Reich, o império de Hitler, observa Antony Beevor, no magnífico Stalingrad (Viking: London, 1998).
Muitos alemães festejaram como se a guerra estivesse ganha, acrescenta o historiador. Stalingrado ardia sob o fogo da Luftwaffe, a Força Aérea nazista. Só neste primeiro, 40 mil civis foram mortos.
A única resistência aos tanques alemães foi feita por meninas manejando canhos antiaéreos. "Tivemos de atacar uma a uma 37 posições defendidas tenazmente por meninas até serem destruídas", disse o relatório do comando militar alemão.
Assim começou a batalha mais importante da História.
Hitler tinha dito ao general Friedrich Paulus que o 6º Exército, o mais poderoso da Alemanha, seria capaz de "invadir o céu". Mas, de repente, como acontecera com Napoleão, cerca de 250 mil soldados do mais poderoso Exército do mundo se viram cercados a milhares de quilômetros de casa e ainda tiveram de enfrentar o inverno.
Stalingrado não foi só o ponto em que a guerra mudou e a Alemanha começou a recuar. Foi a primeira grande batalha da era moderna travada numa cidade, encurralando milhares de civis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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