quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Novo escândalo abala governo Kirchner

Três altos funcionários ligados ao ministro do Planejamento, Julio De Vido, viajavam no avião particular que chegou sábado passado na Argentina levando um empresário venezuelano com US$ 790 mil não-declarados, na véspera da chegada a Buenos Aires do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, revelou ontem a Justiça argentina. O governo escondeu a notícia durante quatro dias.

Claudio Uberti, que dirige o órgão do governo argentino encarregado das concessões para explorar rodovias, tem uma relação pessoal com Chávez e foi cotado para embaixador na Venzuela; Victoria Bereziuk trabalha para a mesma agência; e Exequiel Espinosa é presidente de Enarsa, a empresa estatal de petróleo, que pagou o aluguel do avião.

A promotora María Luz Rivas Diez, que investiga o caso, revelou a identidade empresário venezuelano: é Guido Alejandro Antonini Wilson, de 46 años, com negócios en Miami, onde mora.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, acossado por outros escândalos de corrupção, botou a culpa no venezuelano. Mas é outro golpe no governo, a dois meses da eleição presidencial.

Esta versão é desmentida pelo industrial portenho Juan Ricardo Mussa, ex-candidato pelo Partido Justicialista (peronista), que disse ter sabido da apreensão dos dólares em conversa informal com os funcionários da alfândega do Aeroparque Jorge Newbery, o aeroporto que fica dentro da cidade de Buenos Aires e é mais usado por jatinhos executivos.

"Os funcionários venezuelanos e argentinos pressionaram os agentes aduaneiros: ameaçaram-nos de punição e exonaração, mas mesmo assim eles abriram a maleta", contou o empresário ao jornal argentino La Nación.

Kirchner optou por não concorrer à reeleição. Lançou como candidata sua mulher, a senadora Cristina Fernández de Kirchner, menos chamuscada pelos escândalos de corrupção e pela crise energética provocada pelo congelamento das tarifas e o frio excepcional deste inverno no Hemisfério Sul, quando nevou em Buenos Aires, o que não acontecia há 89 anos.

Já o presidente Hugo Chávez afirmou apenas que trata-se de "mais uma armação do império", colocando, como de costume, a culpa nos Estados Unidos.

Para a candidata esquerdista mais cotada para a eleição presidencial de outubro, Elisa Carrió, "é a prova da corrupção deste governo".

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