Os Estados Unidos podem começar a retirada das forças que ocupam o Iraque ainda este ano, admitiu o secretário da Defesa, Robert Gates, neste domingo em entrevista ao programa Meet the Press (Encontro com a Imprensa), da rede de televisão americana NBC. Mas ressalvou que tudo depende do sucesso da atual estratégia da reforço das tropas em Bagdá, anunciada no início do ano pelo presidente George Walker Bush.
Em setembro, o general David Petraeus, comandante militar americano no Iraque, e o embaixador americano em Bagdá, Ryan Crocker, apresentarão relatório ao Congresso fazendo uma avaliação dessa estratégia. Gates discorda da sugestão feita no ano passado pelo Grupo de Estudos sobre o Iraque de reduzir substancialmente a ajuda econômica e militar ao governo iraquiano se não houver progressos efetivos rumo à reconciliação nacional.
"Temos observado uma evolução importante nas províncias de Anbar e Diala, e em outras áreas", declarou o secretário da Defesa. Os EUA estão trabalhando com chefes tribais que mudaram de lado e estão colaborando com a nova ordem, "alistando seus jovens nas forças de segurança e cooperando".
Gates considerou inevitável a aproximação a grupos sunitas que se opunham ferozmente à invasão americana: "Se o Iraque se reconciliar, se o Iraque se estabilizar, isto vai exigir que grupos de oposição deixem de ser oposição e passam a colaborar com o governo".
Tanto Gates quanto a secretária de Estado, Condoleezza Rice, aproveitaram as entrevistas deste domingo para negar que os EUA atacariam unilateralmente regiões tribais do Paquistão atrás de guerrilheiros da rede terrorista Al Caeda, como afirmou que faria o pré-candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata Barack Obama.
Ambos prometeram consultar o ditador paquistanês, general Pervez Musharraf. Gates declarou estar certo de que "Musharraf teria prazer em participar conosco desta operação".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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