Sob intensa pressão da oposição democrata, que desde o início do ano controla a Câmara e o Senado, o ministro da Justiça e procurador-geral da União dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, anunciou hoje sua demissão.
Gonzales é um dos principais alvos da oposição democrata e de grupos de defesa dos direitos humanos desde que, como assessor jurídico da Casa Branca, fez o parecer para sustentar a posição americana de manter os prisioneiros da guerra contra o terrorismo detidos indefinidamente no centro de detenção da base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba. Sua situação ficou insustentável quando revelou-se que ele promoveu e afastou procuradores com base mas suas tendências políticas.
Ao defender a tese de que os presos sob suspeita de terrorismo não têm direito à proteção das Convenções de Genebra, por não pertencerem a um Exército regular, não usarem uniforme nem obedecerem a uma cadeia de comando, Gonzales deixou-os num limbo jurídico.
Enquanto o governo George Walker Bush prepara o julgamento dos presos mais importantes, contra os quais acredita ter reunido provas suficientes para uma condenação, os outros ficam sem saída. O governo americano teme que eles voltem a atacar os EUA, por isso não quer soltá-los. Por sua vez, os presos temem ser deportados para seus países de origem, onde estariam sujeitos a tortura e execução.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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