A chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, acredita ser possível atrair os Estados Unidos para as negociações realizadas dentro das Nações Unidas para fechar um acordo para suceder o Protocolo de Quioto, que tenta controlar a emissão dos gases que provocam o aquecimento global - e considera inegociável o limite de dois graus centígrados no aumento da temperatura média do planeta. O assunto será um dos temas centrais da reunião de cúpula do Grupo dos Oito (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia) em Heiligendamm, na Alemanha, de 6 a 8 de junho.
"Não estou esperando uma solução nesta semana", ressalva a chanceler alemã.
Na semana passada, o presidente George Walker Bush, que não assinou o Protocolo de Quioto, anunciou publicamente sua primeira proposta para conter o efeito estufa: uma ampla negociação entre os 15 países mais poluidores do mundo, o que inclui grandes nações em desenvolvimento, como a Brasil, a China e a Índia.
O processo da ONU reconhece que os países pobres não são responsáveis pelo aquecimento global por causa de sua industrialização tardia, pressupondo-se que ação humana que alterou o clima foi a Revolução Industrial. Mas os EUA temem ficar em desvantagem competitiva, sobretudo diante da China, se tiver de cortar emissões sem que os chineses sejam obrigados a fazer o mesmo.
Além disso, em 2008, a China deve superar os EUA como maior emissor dos gases que aquecem a Terra.
Para cumprir a meta de limitar o aumento da temperatura em dois graus, calcula-se que será necessário cortar as emissões à metade.
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Merkel, anfitriã do evento marcado por uma onda de protestos antiglobalização, fala da ameaça russa de apontar mísseis nucleares para a Europa, propõe negociações com o Irã sobre a questão nuclear mas declarou que "a construção de um sistema de trens de alta velocidade num país onde o presidente vive ameaçando destruir Israel é totalmente inaceitável".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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