Desde o lançamento do Plano Real, em 1994, apesar das crises e escândalos de corrupção, a economia brasileira está cada vez mais sólida. O Brasil acumula recordes e é uma das 10 maiores economias do mundo, auto-suficiente em petróleo e líder mundial em biocombustíveis, afirma neste domingo o jornal argentino La Nación.
Com um produto interno bruto de US$ 1,17 trilhão, o Brasil está na frente da Rússia e da Índia, entre as grandes potências emergentes, embora cresça a taxas menores.
Entre os problemas nacionais, o jornal argentino cita a violência (115 homicídios por dia), que explica o fato de ter a segunda maior frota do mundo de carros blindados, a corrupção, a concentração da riqueza, a educação deficiente, a burocracia e a carga tributária.
Por outro lado, "o Brasil tem hoje uma democracia com um sistema de votação eletrônica exemplar, as pessoas pagam impostos via Internet, a liberdade de imprensa é irrepreensível e as instituições do Estado avançam, na medida do possível, com um projeto de país e não de governo".
"Ficaram na História as corridas para as casas de câmbio, a fuga desaforada de capitais, as falências de bancos e as temidas visitas de missões do Fundo Monetário Internacional. Ao FMI, o país já não deve nada; saldou sua dívida em 2005. O risco-país, que superou 2.300 pontos em 2002, agora é de apenas 145, e o país avança em todas as classificações de risco.
"As reservas, que durante a crise de 1998 se aproximaram perigosamente dos US$ 10 bilhões, hoje chegam a US$ 122 bilhões. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo se valorizou quase 300% em cinco anos, e o mercado de ações atraiu a classe média, que se beneficia dos resultados de ações da Vale do Rio Doce ou Petrobrás - se antes seus impostos iam cobrir o passivo dessas empresas, agora obtém lucros como acionista. O país também atrai a atenção do mundo por uma agenda de políticas humanistas e ecológicas.
"Possui uma política antiaids respeitadas no mundo, lançada no governo Fernando Henrique Cardoso pelo ministro José Serra, um dos presidenciáveis mais fortes para suceder Lula em 2010. E o país, que já tem uma matriz energética quase completamente hídrica, renovável e não-contaminante, se converte numa referência mundial para o etanol, o combustível biológico que pode mudar a matriz energética do mundo."
Essa retomada do dinamismo perdido desde a crise da dívida externa, nos anos 80, teria começado com a abertura comercial do início dos anos 90, que obrigou as empresas privadas a se modernizarem, seguida pela implantação do real e as privatizações.
Leia a íntegra em La Nación.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário