Apesar da oposição da Rússia, durante visita à Albânia, o presidente George Walker Bush prometeu reconhecer a independência da antiga província sérvia do Kossovo, objeto de uma guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, contra a Sérvia em 1999, por causa da perseguição à maioria albanesa.
Isto significa que os EUA reconhecerão a independência do Kossovo mesmo que a Rússia vete o processo dentro das Nações Unidas. O reconhecimento pela maior potência mundial tornaria a independência da antiga província sérvia irreversível.
O Kossovo faz parte do mito fundador da nacionalidade sérvia. Em 28 de junho de 1389, os turcos do Império Otomano derrotaram a Sérvia na Batalha do Kossovo, uma derrota que os sérvios comemoram até hoje reforçando a vitimização associada à identidade nacional.
Só no século 19 a Sérvia recuperaria sua independência. Talvez a independência do Kossovo ajuda a Sérvia a se livrar dos fantasmas do passado e a ses transformar em nação moderna e democrática. Mas é um corte profundo na carne do nacionalismo sérvio, que ajudou a deflagrar a Primeira Guerra Mundial (1914-18), quando o estudante radical sérvio Gavrilo Princip matou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, no mesmo 28 de junho, só que de 1914.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 10 de junho de 2007
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