Diante da vitória do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) sobre a Fatah (Luta), do presidente Mahmoud Abbas, em Gaza na guerra civil palestina, Israel analisa a possibilidade de atacar a Faixa de Gaza nas próximas semanas para destruir a capacidade militar do Hamas, que prega sua destruição, revelou no domingo o jornal inglês The Sunday Times.
Ontem, o primeiro-ministro isralense, Ehud Olmert, cumprimentou o novo governo palestino nomeado por Abbas sem a participação do Hamas, que ganhou as eleições de janeiro de 2006, dizendo que agora tinha "um parceiro para negociar a paz".
Cerca de 20 mil soldados israelenses participariam da ofensiva. Unidades do Exército já estão tomando posições ao Norte da Faixa de Gaza, perto da fronteira Sul de Israel. As manobras até agora são explicadas pelos militares israelenses como "preventivas". Israel tem razões para supor que o Hamas pretende usar Gaza como base para lançar ataques contra o Estado judaico.
Para Israel, a Faixa de Gaza sob controle do Hamas, que os jornalistas já chamam de Hamastão, é uma "entidade terrorista". Por isso, cortou o suprimento de gás e combustível para o território, que está com as fronteiras fechadas e sofreu terrivelmente com os combates entre facções palestinas rivais na semana passada.
Isso agrava ainda mais a situação na miserável Faixa de Gaza, uma pequena tripa de areia junto ao Mar Mediterrâneo de 41 quilômetros de cumprimento por 6km a 12km de largura, num total de 360 quilômetros quadrados sem nenhum recurso natural importante onde vivem 1,4 milhão de palestinos, com desemprego de 70% e renda média por habitante de US$ 600 por ano. É uma das maiores densidades demográficas do planeta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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