Mais de 200 journalistas de The Wall Street Journal, o segundo diário mais vendido nos Estados Unidos, se declararam em greve anteontem em protesto contra a venda do jornal para a News Corporation, do empresário australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, um dos maiores magnatas da mídia globalizada. Na sua opinião, o negócio ameaça a independência editorial do Journal, um jornal conservador, porta-voz do centro financeiro de Nova Iorque.
"A longa tradição de independência de The Wall Street Journal está ameaçada hoje. A integridade editorial depende de um proprietário comprometido com a defesa da independência jornalística", afirmaram os jornalistas em nota divulgada à imprensa.
Nesta semana, a família Bancroft, dona do controle acionário do grupo Dow Jones, que edita o WSJ, anunciou um acordo de princípios com Murdoch para manter a independência editorial de um dos jornais diários econômico-financeiros de maior prestígio no mundo, ao lado do Financial Times, de Londres, e do Nihon Keizai Shimbun, de Tóquio.
Além de ser publicado nos EUA, o Journal tem edições na Ásia e na Europa, The Asian Wall Street Journal e The Wall Street Journal Europe. Emprega 600 pessoas nos EUA e outras 700 no resto do mundo. Murdoch ofereceu US$ 5 bilhões. Houve um contato entre a General Eletric e o Financial Times para estudar uma proposta alternativa, mas essas duas empresas desistiram de disputar o WSJ com o magnata da mídia.
Murdoch é dono da Fox News, claramente alinhada com o conservadorismo, o Partido Republicano e a invasão do Iraque, da produtora de cinema Fox, e do tablóide nova-iorquino New York Post, nos EUA; dos jornais News of the World, The Sun, The Sunday Times e The Times, e da TV por assinatura Sky TV, na Grã-Bretanha; da Star TV, Ásia; além de jornais, editoras e outros negócios no mundo inteiro que lhe deram uma fortuna pessoal estimada em US$ 8 bilhões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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