Para não prejudicar a viagem do presidente Vladimir Putin aos Estados Unidos, para onde ele foi neste domingo, o Kremlin esfriou a visita que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, armou para não participar da reunião de cúpula do Mercosul, em retaliação ao Senado do Brasil. Os senadores ameaçaram não aprovar a entrada da Venezuela no bloco, depois do fechamento do canal de televisão da Radio Caracas Televisión (RCTV) e da acusação de Chávez de que o Senado do Brasil era papagaio do americano.
As reuniões de Putin e Chávez não tiveram caráter oficial. Chávez não foi convidado para discursar no plenário do parlamento russo. Falou numa sala menor, com capacidade para apenas um terço dos deputados da Duma do Estado.
Ao inaugurar na quinta-feira o Centro Cultural Latino-Americano Simón Bolívar, na Biblioteca de Línguas Estrangeiras, em Moscou, Chávez atacou os EUA: "Ou quebramos o imperalismo norte-americano ou o imperialismo norte-americano quebra definitivamente o mundo", desafiou o caudilho venezuelano, declarando que luta "por um mundo de iguais e de paz onde reine o respeito à vida, à soberania dos povos, à verdadeira liberdade, e não à liberdade do Super-Homem".
O verdadeiro objetivo da viagem de Chávez a Moscou é comprar armas. Quer comprar de cinco a nove submarinos convencionais para patrulhar sua plataforma continental, rica em petróleo. Também está interessado em sistema de defesa antiaérea, mísseis portáteis, lançadores de granadas e de minas, aviões de transporte e sistemas de espionagem eletrônica.
No sábado, Chávez visitou uma fábrica de helicópteros militares em Rostov e foi a corridas de cavalos com Putin, antes de seguir para a Bielorrússia, onde apóia o último ditador da Europa, Alexander Lukachenko, representante de um stalinismo tardio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 1 de julho de 2007
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