O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira o envio de uma força de paz de 26 mil homens para a província de Darfur, no Sudão, onde nos últimos quatro anos mais de 200 mil pessoas morreram e 2,1 milhões fugiram de suas casas.
A missão terá um custo de US$ 2 bilhões no primeiro ano. Será uma operação híbrida da ONU e da União Africana. Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, que passou meses negociando com o governo sudanês em Cartum, a resolução é "histórica e sem precedentes", e "fará uma diferença claramente positiva".
Como foi feito com base no Capítulo 7 da Carta da ONU, a Resolução 1.769 autoriza o uso da força em autodefesa, para proteger a ajuda humanitária ou a população. A Missão das Nações Unidas-União Africana em Darfur (UNAMID), com 19.555 soldados e 6.432 policiais civis, será a maior de todas as operações de paz no mundo inteiro.
Para ser aprovada, a resolução foi enfraquecida. A força internacional de paz não terá poderes para apreender e destruir as armas ilegais.
O embaixador dos Estados Unidos na ONU, Zalmay Khalilzad, apelou ao presidente do Sudão, Omar Bachir, pedindo a "máxima cooperação" e advertindo: "Se o Sudão não cumprir esta resolução, os EUA agirão rapidamente para adotar medidas unilaterais ou multilaterais. O Sudão agora tem uma escolha: pode seguir o caminho da cooperação ou o do desafio".
Desde o início de 2003, bombardeios aéreos, ataques de milícias pró-governamentais, seqüestros, assassinatos e estupros provocaram a morte de 200 mil e colocaram em fuga 2,1 milhões de sudaneses não-muçulmanos que moravam na província de Darfur, no Leste do Sudão, o maior país africano em área.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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