O governo islamita da Turquia obteve uma vitória esmagadora nas eleições deste domingo, elegendo 342 deputados no parlamento, de 550 cadeiras, com 47% da votação. No discurso da vitória, o primeiro-ministro Recep Tayyp prometeu "defender os valores da república" e continuar tentando integrar o país à União Européia.
Mais de 80% dos 43 milhões de eleitores inscritos na Turquia participaram das eleições. Juntos, os dois partidos da oposição nacionalista e secularista conseguiram 34% dos votos.
Foi uma grande vitória para o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, de Erdogan, de centro-direita, apoiado pelo mercado financeiro e por empresários conservadores. Como o governo assumiu o compromisso de levar a Turquia à União Européia, precisa continuar com as reformas econômicas liberalizantes.
Com raízes no islamismo político, o partido de Erdogan têm como importante base de apoio fora das grandes cidades, entre empresários muçulmanos socialmente e suas famílias na península da Anatólia, na parte asiática da Turquia. Durante décadas, eles se sentiram excluídos pela elite secularista, pelo kemalismo, a doutrina de Mustafá Kemal Ataturk, fundador da República da Turquia, em 1923.
O Exército é o grande fiador do kemalismo. Nesse sentido, foi derrotado nas urnas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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