Depois do ataque do presidente Hugo Chávez, que chamou o Congresso Nacional do Brasil de "papagaio dos Estados Unidos", alguns senadores já se declaram contra a entrada da Venezuela no Mercado Comum do Sul (Mercosul).
"Sou contra a entrada da Venezuela no Mercosul", afirmou o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autor da moção do Senado pedindo ao governo venezuelano que reconsidere a cassação da concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV). "Esse país não está vivendo num regime democrático pleno. O Mercosul deveria se concentrar em consolidar as relações entre os quatro países fundadores" (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).
Azeredo prometeu denunciar "o ataque de Chávez à imprensa e sua agressão ao Congresso do Brasil" ao Parlamento do Mercosul, que se reúne em Montevidéu, no Uruguai, em 25 de junho. Na sua opinião, o caudilho venezuelano "prejudica a imagem da América Latina. O Brasil e a Argentina têm economias estáveis, democracias estáveis, e o populismo de Chávez prejudica a percepção que se tem da região no exterior".
Já o presidente Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado, Heráclito Fortes (Dem-PI), entende que chegou a hora de começar a se preocupar "com as atitudes de Chávez, que marcha para uma ditadura". Também que a Venezuela não entre no bloco regional: "O Mercosul não é um palco para ditadores".
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), "o Senado fez um pedido construtivo para que ele refletisse sobre sua posição, e obteve essa resposta". Depois de reafirmar que a RCTV "foi participante ativa na tentativa de golpe contra Chávez", Suplicy ponderou que "o presidente agora se enfraquece quando troca a argumentação pela ofensa".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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