A dois dias de eleições intermediárias ferozmente disputadas nos Estados Unidos, neste domingo, o presidente George Walker Bush e o vice-presidente Dick Cheney se jogaram na campanha numa tentativa de impedir que a oposição democrata conquista a maioria na Câmara e no Senado em 7 de novembro.
Na batalha da Câmara, os democratas precisam conquistar 15 cadeiras além das que têm hoje para recuperar a maioria perdida em 1994. Os republicanos já admitiram a derrota em 10 distritos que controlavam. Como a eleição está indefinida em outros 30 distritos - e a eleição dos 435 deputados da Câmara dos Representantes dos EUA é pelo sistema de voto distrital -, se ficarem com a metade teriam mais 15 cadeiras.
No Senado, onde estão em jogo apenas 33 cadeiras, um terço do total, os democratas precisam ganhar mais seis cadeiras. Três parecem garantidas. Mas as outras três precisariam ser conquistadas em quatro disputas que ainda parecem indefinidas, nos estados de Missouri, Montana, Tennessee e Virgínia.
Os democratas devem recuperar os governos dos estados de Massachusetts, Nova Iorque e Ohio, levando a melhor nas eleições estaduais pela primeira vez em 12 anos. Há quatro eleições indefinidos mas somente um deles, Wisconsin, é governado por um democrata.
Por isso, Bush e Cheney estão concentrando sua campanha nas eleições senatoriais. A condenação de Saddam Hussein à morte ajuda um pouco mas não esconde a realidade de que a intervenção no Iraque é um desastre, com o país em situação de anarquia, à beira de uma guerra civil.
A guerra foi um dos principais temas da campanha. O governo alega que a oposição não tem um plano alternativo e que uma retirada prematura do Iraque só agravaria a situação do terrorismo internacional, com sérias conseqüências para a segurança nacional dos EUA.
Nos últimos dias, Bush resolveu jogar também a cartada econômica. Tenta assustar o eleitorado dizendo que um Congresso de maioria democrata aumentaria os impostos, prejudicando o crescimento da maior economia do mundo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário