quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Deputada acusa Cristina Kirchner e auxiliares de encobrir morte do promotor

A deputada Elisa Carrió, pré-candidata da Coalizão Cívica à Presidência da Argentina, vai denunciar criminalmente amanhã a presidente Cristina Kirchner e vários assessores por "acobertar" a morte do promotor Alberto Nisman, noticia o jornal argentino Clarín. O governador da província de Córdoba, José Manuel de la Sota, também entende que o Poder Executivo está interferindo indevidamente no Poder Judiciário.

Além de Cristina, a deputada acusa o secretário-geral da Casa Rosada, Aníbal Fernández; a procuradora-geral da República, Alejandra Gils Carbó; e o general Cesar Milani por "encobrimento da morte do promotor; inteligência ilegal; atentado à autoridade por estorvo de ato funcional; abuso de autoridade; omissão de denúncia; intromissões graves na atividade do Poder Judiciário; violação da divisão de poderes e associação ilícita para cometer todos estes crimes."

Hoje à tarde, Carrió escreveu no Twitter: "...está cada vez mais próxima a hipótese de assassinato numa operação de inteligência do governo".

A grande novidade do dia no caso é o desaparecimento de Antonio Stiuso, o agente secreto renegado que Cristina acusa de ter passado a Nisman as informações que constavam da denúncia do promotor contra a presidente por encobrir o pior atentado terrorista da história da Argentina.

Stiuso foi arrolado para depor. O governo retirou a proteção ao sigilo profissional como ex-agente secreto. Ele sumiu. Seu advogado disse que ele não apareceu para depor por não ter sido intimado.

"A partir do Poder Executivo, ignorou-se a ordem constitucional mediante a implantação de pistas falsas na investigação", alega a deputada. Para Carrió, "deve-se investigar a participação no crime do promotor Nisman de uma ala da Polícia Federal, a cargo de Fernández, a produção de possíveis pistas falsas pelos investigadores e a existência de uma 'zona liberada' propícia ao homicídio do promotor".

Nisman foi morto no domingo, 18 de janeiro de 2015. Na segunda-feira, apresentaria à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados suas provas e conclusões contra Cristina Kirchner e assessores, que denunciou por acobertar a responsabilidade do Irã pelo atentando contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que matou 85 pessoas e feriu outras 300 em 18 de julho de 1994.

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