segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

EUA e Alemanha decidem não enviar armas à Ucrânia

Para não alimentar a guerra, os Estados Unidos e a Alemanha não vão enviar armas à ex-república soviética da Ucrânia, anunciaram há pouco na Casa Branca o presidente Barack Obama e a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel. Às vésperas de uma negociação direita entre o presidente ucraniano, Petro Porochenko, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na quarta-feira, prevaleceu a posição alemã.

Na entrevista coletiva, Merkel insistiu em que, mesmo que haja divergências, a aliança entre EUA e Alemanha não será abalada: "A aliança entre os EUA e a Europa vai continuar de pé, vai continuar sólida, mesmo que em certas questões nem sempre concordemos."

A chanceler alemã prefere uma política de "contenção" como a usada contra a União Soviética durante a Guerra Fria, com sanções econômicas. Hoje o Conselho de Ministros da União Europeia adiou por uma semana a decisão de impor novas sanções à Rússia para dar uma chance à diplomacia na reunião de cúpula russo-ucraniana.

Obama declarou não ter tomado uma decisão e não quis estabelecer limites além dos quais atenderia ao pedido do governo ucraniano por armas. O presidente americano acusou a Rússia de ter violado todas as cláusulas do acordo de paz assinado em Minsk, na Bielorrússia, em setembro de 2014, e reafirmou a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de reforçar sua presença na Europa Oriental.

"Se a diplomacia falhar, tenho de pedir a meus assessores outras opções, mas ainda não tomei a decisão de enviar ajuda letal à Ucrânia", afirmou Obama.

O envio de armas dificilmente neutralizaria a superioridade militar russa sobre a Ucrânia e se encaixaria no discurso oficial do governo Putin de que se trata de uma manobra para isolar e enfraquecer a Rússia, como adverte hoje no jornal The New York Times o cientista político John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago.

Como se trata de um interesse estratégico do Kremlin, argumentar Mearsheimer, a reação de Moscou seria sempre suplantar qualquer ajuda externa à Ucrânia, recorrendo até mesmo às armas nucleares, se considerasse necessário.

A Ucrânia tem pressa, mas seus aliados ocidentais não querem agravar ainda mais o conflito.

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