Em mais uma medida para evitar uma aterrissagem forçada da economia que mais cresceu no mundo nos últimos 35 anos, o Banco Popular da China anunciou hoje um corte de 0,25 ponto percentual na taxa cobrada dos bancos para empréstimos de um ano, que ficou em 5,35%, informou o jornal The New York Times.
Foi o segundo corte na taxa básica de juros do banco central chinês num delicado momento de transição.
A China é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com produto interno bruto de cerca de US$ 9 trilhões. Pelo critério de paridade do poder de compra adotado pelo Banco Mundial, ultrapassou os EUA em 2014 depois de crescer acima de 10% durante muito tempo.
No ano passado, o crescimento chinês recuou para 7,4%, a menor taxa em 24 anos. Sob o impacto da crise internacional, o governo tenta reorientar a economia para o consumo interno. Em janeiro, a inflação caiu para 0,8% ao ano, a menor taxa desde o fim de 2009, acenando com a ameaça de deflação. É um problema que o vizinho Japão enfrenta há duas décadas, o que ajudou a China a superá-lo.
"A atividade econômica se desacelerou ainda mais nos últimos meses na China, principalmente por causa do mercado imobiliário", observou o economista Wang Tao, do banco suíço UBS. "A demanda doméstica fraca foi agravada pelo excesso de capacidade em muitos setores, junto com um forte declínio nos preços do petróleo e de outros produtos primários. Tendo em vista tudo isso, a política de afrouxo monetário [queda de juros] deve ser mais agressiva."
Em novembro de 2014, pela primeira vez em dois anos, o governo reduziu as taxas básicas de juros. Em fevereiro de 2015, reduziu o depósito compulsório que os bancos são obrigados a fazer no banco central para garantia de suas reservas. Essa é outra maneira de aumentar o dinheiro disponível para empréstimos.
Ao cortar novamente as taxas de juros, o governo da China mostra claramente a intenção de reduzir os custos financeiros para empresas endividadas, tomadores de empréstimos em geral e especialmente os compradores de casa própria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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