O Japão, terceira maior economia do mundo, conseguiu escapar da recessão, mas teve um crescimento fraco, de 0,6% em relação ao trimestre anterior no último trimestre de 2014, o que projeta uma taxa anual de 2,2%, abaixo da expectativa dos analistas, que era de 0,9% ou 3,6% ao ano.
Esse resultado coloca em questão mais uma vez a abeconomia, a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, que prometeu ao tomar posse, no fim de 2012, livrar o Japão da estagnação e da deflação que travam o desenvolvimento do país há duas décadas.
Depois de um sucesso inicial, a economia japonesa enfrentou dois trimestres consecutivos de contração a partir de 1º de abril de 2014, quando entrou um vigor um aumento do imposto sobre o consumo de 5% para 8%. Abe suspendeu a segunda etapa do aumento da alíquota, para 10%, mas o estrago estava feito. A queda no consumo passou de 5%.
"A primeira estimativa do desempenho do produto interno bruto no quarto trimestre confirma que a economia passou do seu pior momento", declarou Yasunari Ueno, economista da corretora Mizuno Securities em Tóquio. "Mas não é fácil ser otimista quanto ao crescimento futuro."
A exemplo do que fizeram os bancos centrais dos Estados Unidos e do Reino Unido para enfrentar a crise, o Banco do Japão está comprando títulos no mercado financeiro para aumentar a quantidade de moeda em circulação e assim reinflar a economia.
Mas o consumo pessoal (+0,3%) e os investimentos das empresas (+0,1%) decepcionaram. Com a demanda fraca, o país não vai superar a hiperinflação. Foi a desvalorização do iene, a moeda nacional, que deu impulso à economia japonesa ao baratear as exportações, que avançaram 2,7%, na maior alta em um ano.
A massa salarial cresceu apenas 0,1% no fim de 2014, abaixo dos 0,6% do trimestre anterior. O governo está pressionando as empresas a dar aumentos salariais. Com a queda de 50% nos preços internacionais do petróleo nos últimos sete meses, os consumidores e as empresas terão contas de energia mais barata em 2015.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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