A Grupo do Euro da União Europeia está anunciando neste momento em Bruxelas, na Bélgica, uma extensão de quatro meses no programa de ajuda financeira o governo esquerdista da Grécia, que terá de apresentar na segunda-feira um novo plano de recuperação econômica do país.
Os detalhes ainda estão sendo negociados, acrescentou o porta-voz europeu.
"Fomos racionais", declarou o comissário europeu para economia, Pierre Moscovici, ex-ministro da Economia da França. "Estou certo de que chegaremos a um resultado positivo."
Em 2009, na onda da Grande Recessão (2008-9), a Grécia começou a ter dificuldades para honrar sua dívida pública. Para dar dois empréstimos de emergência no valor total de 240 bilhões de euros, a UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) impuseram um programa rígido de cortes de gastos públicos e aumentos de impostos.
Seis anos depois, a economia grega encolheu 25%. O desemprego chegou a 26% e a 55% entre os jovens, provocando uma revolta popular contra a chamada troika que culminou com a eleição, no mês passado, de um governo liderado pela Coligação de Esquerda Radical (Syriza).
O novo ministro das Finanças gregos, Yanis Varoufakis, se negou a manter o programa acertado por governos anteriores sob a alegação de que o país não cresce e a relação entre a dívida e o produto interno bruto se agravou, passando de 120% para 175% do PIB.
A Alemanha rejeitou a proposta inicial de renegociação da Grécia. Com o apoio da Holanda, Finlândia, Áustria e até mesmo dos governos da Espanha e de Portugal, que impuseram o remédio amargo a seus povos, o governo alemão conseguiu isolar a Grécia.
No último momento, a UE concordou em revisar o programa, na expectativa de que o novo governo grego apresente um plano capaz de sanear as finanças do país. Só assim voltará a receber ajuda. O próximo prazo fatal é na segunda-feira.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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